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A semana do Natal – Quinta-Feira
Dec 25th, 2010 by M.J. Ferreira

Amanhã é dia de Natal e o computador vai estar encerrado até Segunda-Feira.
No entanto, não o poderia desligar sem acrescentar mais uma “página” nestas “Páginas” onde diariamente passo algum do meu tempo escrevendo sobre aquilo que vai no coração e que as letras ajudam a partilhar com todos vocês.
A experiência que tenho adquirido, não só com o Blogue mas, igualmente, com as Páginas no Facebook, tem sido um verdadeiro estímulo e uma enorme alegria e, esta, não apenas natalícia. Aliás, os sentimentos, as emoções, o calor de uma família unida, a partilha com os amigos e com todos que se cruzam connosco, físicamente ou no ciber-espaço, é o que realmente é importante num mundo secular, egoísta, egocêntrico, desleal e moribundo de valores. Tal como a representação do Natal, tem muitos enfeites, muitas aparências.
Mas não são nem os enfeites, nem os doces, nem a neve. Não é a árvore, nem a chaminé, nem o maior presépio do mundo.
O Natal é o calor que aquece o coração das pessoas, a generosidade de compartilhá-lo com outros e a esperança de seguir adiante.
E porque o Natal, como tenho dito ao longo desta semana, começou no coração de Deus completando-se quando alcança o coração do homem, nunca é demais mostrar a universalidade deste amor disponível para todos os que o querem receber.
Seja qual for a vossa religião, fé, crença, cor, idade, ideologia, país, situação, tenham um abençoado tempo com os que vos são mais queridos e mais próximos.
FELIZ NATAL!

A semana do Natal – Quinta-feira
Dec 23rd, 2010 by M.J. Ferreira

Amanhã já é Noite de Natal. Durante o dia vou ocupar-me a fazer as iguarias doces que foram escolhidas pela família para este ano, o que significa que, para além das calorias quando as provar, fico com as calorias todas da execução, dos cheiros característicos dos ingredientes e com as calorias que o carinho que ponho em cada doce provoca enchendo-nos o peito de alegria.

Alegria é também o que se sente com as mensagens dos amigos. E que bom é ter o calor da amizade quando o tempo está tão frio. O calor da amizade e o calor da família. Porque o Natal é, também, uma festa de família. É com aqueles que nos são queridos que passamos este tempo que se quer de tranquilidade, paz, saúde e muito amor. Recordamos os que já não se encontram entre nós e o exemplo de vida que representaram.

Uma festa de família que une não só a família cristã como junta famílias de todas as raças, credos, religiões e ideologias que, não celebrando o nascimento de Jesus, se juntam numa reunião informal de verdadeira festa e partilha.

Mas, em tempos de crise, a solidariedade e a partilha para os que têm muito pouco e/ou que têm perdido trabalho e projectos de vida não pode ser um sentimento vazio mas, antes, uma empatia afectuosa e sensível que nos leve a agir com compaixão. Compaixão não é mais, nem menos que amor em acção. Precisamos partilhar amor, precisamos repartir a nossa mesa, dividir as nossas roupas, estremar a solidariedade e a generosidade. Amor em acção não são palavras vãs, antes, implicam responsabilidade e magnanimidade.

Amor em acção é o exemplo que tenho escrito intensamente ao longo da semana quando afirmo que o Natal começou no coração de Deus e se completa quando atinge o coração do homem. É por isso universal e está disponível universalmente. E, é por isso, igualmente, que ao alcançar o coração do homem pode ser Natal todos os dias. Todos os dias amor em acção.

Hoje é Quinta-feira. Antes da grande azáfama de amanhã, proponho aqui e agora um brinde com todos vocês, amigos que conheço e outros cujo rosto desconheço mas que aprendi a gostar e a escutar com o gosto próprio de quem gosta verdadeiramente. Um brinde que tenha a ver com esta festa da família por excelência. Um brinde que nos una, independentemente do que somos ou de onde somos.

Não temos cálices ou espumante mas que possamos deixar escapar um sorriso e alegrarmos-nos.
O brinde que proponho é simples: Nesta festa da família, no Natal de 2010, um brinde a todos os presentes e ausentes que temos no coração.
Até amanhã e… façam o favor de ser felizes!

A semana do Natal – Quarta-Feira
Dec 22nd, 2010 by M.J. Ferreira

Não sei bem porquê mas esta semana está a passar-se demasiado depressa. Tão depressa que hoje já é Quarta-Feira e falta apenas mais uma noite para ser a Consoada.
A Consoada é mesmo tradicional. Cá em casa come-se o bacalhau cozido com couves portuguesas. No entanto, a verdade é que, à medida que a idade vai avançando, fica muito pouco espaço para as sobremesas que se fazem ao longo de todo o dia.

Habitualmente a Consoada é passada com as nossas mães e depois do jantar a mesa é posta com os doces, um Porto e licores diversos. Conversa-se, rimos e petisca-se à medida que o estômago não consegue resistir ao cheirinho do açúcar e canela das fatias paridas ou das filhós.

Há muito que troquei a missa do galo por um relacionamento diário com Deus que me leva à vivência diária dum cristianismo bíblico que me transforma, me guia, me acompanha, me alimenta e me amadurece, dando-me o discernimento e a sabedoria para cada desafio, a paciência e a perseverança para cada dificuldade, o abraço e o consolo nos momentos menos alegres, a certeza da esperança, o amor que partilho.

Antes da meia-noite, vamos para a cama e as lembranças que juntámos para os nossos queridos são abertas no dia de Natal.

Hoje, praticamente estive fora todo o dia. Um acidente de que presenciei os primeiros socorros que chegavam ao local deixou-me sem palavras pela violência do que terá sido o impacto das viaturas que se encontravam numa amálgama completa que não permitia vislumbrar as formas normais do que terá sido um carro. Cheirava a morte no rosto dos bombeiros, dos militares da GNR e dos paramédicos, cheirava a morte nos olhares abatidos dos que pararam para ver. Apenas consegui mentalmente orar por aqueles que tentavam puxar corpos e animar vidas, por aqueles que brutalmente iam receber notícias devastadoras a três dias do Natal.

E o Natal é uma festa de vida. Uma vida que começa no coração de Deus. Uma festa de vida oferecida a todos por igual. Uma festa que se completa à medida que alcança o coração do homem que passa, assim, a ter vida e vida em abundância. Uma vida cujo termo não conhece tempo porque a fé e a esperança dão a certeza de uma eternidade com Deus. Ainda que a morte física nos separe daqueles que amamos, a festa da vida que começou no dia que Jesus nasceu no coração de cada homem não termina nunca.

Preparamos sempre tantos presentes mas o melhor presente de cada Natal é apenas Jesus.

Semana do Natal – Terça-Feira
Dec 21st, 2010 by M.J. Ferreira

A semana corre tão depressa e parece que os dias são mais pequenos. O tempo não chega para tudo. Há carros por todo o lado e as pessoas cruzam-se sem paciência, sem um sorriso, praguejando nas filas intermináveis para o que quer que seja. Onde fica o espírito de Natal?

O stress acumulado acaba por ser descarregado ao fim do dia depois de mais uma série de filas para chegar a casa ou a um segundo emprego, a umas horitas extras que fatigam mais que recompensam. Quem paga as favas é a família que o desgaste diário não deixa acarinhar, ouvir, sentir, … Onde fica o espírito de Natal?

As férias dos miúdos transtornam, obrigam a novas rotinas, há o desligar de regras, a “liberdade” para aventuras que a escola não permite (só até uma certa idade… porque à medida que a idade avança, não há escola que resista). As improvisações cansam, o tédio é enfadonho e a companhia dos putos é a TV com séries e programas que em nada contribuem para o bom senso ou a consola onde vingam frustrações. Onde fica o espírito de Natal?

Todos os dias o número dos desempregados aumenta, uma nova notícia sobre negócios onde a ética ficou na gaveta aparece escarrapachada nas páginas dos jornais, os atropelamentos e acidentes atropelam-se por razões às vezes tão irresponsáveis, o estado da nação deambula moribundo e pestilento, a esperança encolhe-se e os olhos estão tristes. Onde está o espírito de Natal?

A fome existe. Os pobres crescem em número. O número de crianças em instituições à espera de um projecto de vida continua alto. As condições meteorológicas e o planeamento humano têm provocado estragos enormes. Lares foram destruídos. Postos de trabalho voaram e inundaram. Há promessas, mas esperar pela sua realização deixa cabelos brancos e rugas na testa. Onde está o espírito de Natal?

O espírito de Natal está onde sempre esteve, disponível para quem o quer receber. A frase vai ser a mesma ao longo da semana. O Natal começou no coração de Deus e só está completo quando alcança o coração do homem. Por outras palavras, o espírito do Natal acontece quando Jesus nasce nos nossos corações. Já nasceu no seu?

Entender e viver a pós-modernidade
Jan 26th, 2010 by M.J. Ferreira

“Eu receio que nós, cristãos, sejamos mais frequentemente conhecidos por aquilo a que nos opomos, do que por aquilo que aprovamos.” (Greg Laurie)

Atendendo ao que se assiste cada vez que é apresentado na sociedade um tema a que se convencionou chamar de “fracturante”, Greg Laurie tem razão.
Então, é preciso que o cristão tenha uma noção actualizada do desenvolvimento de matérias, temas, palavras-chave que fazem parte da discussão, da vivência, do agendamento de assuntos que tocam, fazem mover, intrigam, questionam a sociedade em que nos inserimos.
É preciso que o cristão aprenda a pensar e a enunciar objectivos. É preciso que o cristão tenha a noção do que o rodeia de forma a estar preparado para as “disputas e discussões” que este século e, de forma especial, o futuro imediato, têm pela frente.
É preciso que o cristão leia e medite na sua Bíblia e faça passar pelo filtro da Palavra cada um dos desafios que se lhe coloca.

O cristão deve estar preparado para frente à corrupção mostrar o pudor e a probidade; face à injustiça responder com esperança e alternativas; face ao comodismo motivar à pro-actividade. O cristão tem que ser revelação de Deus . Saber sê-la e saber passá-la. Por isso, o cristão tem que deixar de ser “denominação” para ser vida e vida em abundância.

O cristão não pode ser um ornato ou um adorno permanente dos bancos das diversas igrejas existentes, argumentando entre si sobre diferentes baptismos, diferentes exegeses, etc.; antes deve ter consciência da sua sinergia enquanto igreja de Cristo, dialogando, trabalhando humildemente juntos e evitando mexericos e juízos; deve saber viver o grande desejo de Jesus para todos os seus seguidores e que consistia tão só em que todos fossem um.

Fazer parte dos dias que correm implica entender e viver a pós-modernidade. Porquê? Porque as mudanças a todos os níveis que ocorreram nos últimos 50 anos contribuíram de forma decisiva para mudar, de forma radical a maneira de pensar e estar de uma sociedade e, por consequência, da Igreja de Cristo, porque esta é viva, está viva e não pode estagnar, paralisar, agarrar-se às tradições e condenar-se ao imobilismo.

Não que a Bíblia ou o Evangelho se tenham alterado. De forma alguma! Apenas não pode deixar de ser meditado, entendido e vivido, respondendo às exigências de cada dia. Se os cristãos não souberem usar a sua Bíblia para viverem, testemunharem e apresentarem alternativas para os nossos dias, eles não passam de cidadãos do mundo secular esquecidos da sua cidadania enquanto herdeiros do reino de Deus. Passam a ser povo que não exerce influência, fazendo a diferença que se anseia; mas é influenciado e passa a viver um estilo de vida equivocado, assimilando os valores do mundo.

Como os cristãos não são ascéticos, no sentido de uma vida apenas espiritual e contemplativa e nem devem isolar-se em comunidades estanques, devem ter sempre bem presentes os valores da sua cidadania divina, e serem cidadãos de sã moral e vida irrepreensível, conscientes de direitos e responsabilidades, de forma a serem testemunhas pro-activas nos contextos em que se inserem, em que vivem e trabalham.

É tão ténue por vezes a linha da fronteira e tão desejável o outro lado; o dos prazeres imediatos, das fortunas sem trabalho, dos favores comprados, do deixa andar que não há-de ser nada. Mais do que nunca, os cristãos precisam ser, precisam estar, precisam da máxima conhecida por “mulher de César”: não basta serem sérios e honestos, devem parecer sérios e honestos.
Os cristãos precisam de uma participação enquanto cidadãos deste país na vida pública, quer através de processos de representação política, quer através do empenhamento nas instituições, organismos e outros da sociedade civil.

Os cristãos precisam ser testemunhas relevantes da Palavra, perante o que significa estar integrado e comprometido com os princípios e valores fundamentais da democracia portuguesa. Não esquecendo quem é o Senhor e contribuindo decisivamente para ser “sal” (nem demasiado insonso porque não tem sabor, nem demasiado salgado porque não presta) e “luz” (o ponto luminoso em que todos reparam no meio da escuridão que é uma sociedade a corromper-se e a desmoralizar-se)
É preciso que o cristão tenha a noção do que o rodeia. É preciso que saiba avaliar e redimir cada coisa, cada partida, cada peleja com os valores imutáveis da Palavra divina. É preciso que o cristão se organize, aprenda a pensar e a anunciar objectivos. É preciso que adquira um corpo de conhecimentos, competências e capacidades de intervenção, chamando à discussão pública temas pertinentes e actuais.

Entender e viver a pós-modernidade implica os cristãos serem revelação de Deus. Saber sê-la e saber transmiti-la. Ser, ter e viver as alternativas, seja no campo político, jurídico, social, etc. Como cristã, recuso-me a fazer parte das beatas, dos ornamentos, das denominações que apenas inibem o movimento, a mudança e a beligerância. Não quero que Greg Laurie tenha razão quando diz: “Eu receio que nós, cristãos, sejamos mais frequentemente conhecidos por aquilo a que nos opomos, do que por aquilo que aprovamos.”

Esquerda ou direita?
Dec 23rd, 2009 by M.J. Ferreira

Hoje ao assistir às notícias da manhã, quando mostraram as capas dos diários e revistas, reparei que a revista “Visão” traz na sua edição semanal uma capa com a questão: Jesus é de esquerda ou de direita?
Não li o artigo, não sei qual é o desenvolvimento ou que tipo de análise é feita Uma coisa tenho como certa. Jesus não é de esquerda nem de direita!
Como diz o texto bíblico no Evangelho de João, Jesus veio para salvar um mundo já de si condenado. Por isso, Ele não veio para condenar, mas, sim, para salvar. E, salvar todos aqueles que nele crêem.
Não há divisões de esquerda, de direita ou de centro. Não há divisões de cor, raça, ideologia política, filosófica ou religiosa. Não há divisões entre novos, velhos ou crianças. Não há divisões por saúde, doença ou qualquer outra incapacidade.Não há divisões entre ricos, pobres, sem abrigo, mendigos ou príncipes. Não há divisões preconceituosas, nem penalizações por atitudes, actos ou pensamentos reprováveis. Quem lê o texto bíblico, em diversos locais, percebe que Jesus veio para qualquer um que, com fé, O procura e reconhece como Salvador, percebendo que a Sua morte foi expiatória e suficiente para o perdão por tudo aquilo que desagrada a Deus. Essa é uma atitude de reconciliação que implica transformação para uma vida cada dia mais condizente com o que Jesus ensina e exemplifica. É por isso que se diz que Jesus é Salvador e Senhor. Senhor da vida de todos aqueles que nele crêem, independentemente da época ou dos actos que praticou.

Quem é Jesus neste Natal?
Dec 22nd, 2009 by M.J. Ferreira

Acabei hoje a compra dos presentes de Natal. Por causa disso, desloquei-me a uma das grandes superfícies onde desconfiava que ia encontrar o que me faltava. Deu certo. No entanto, sufoquei entre corredores apinhados de gente que, certamente, queria fazer o mesmo que eu. Outras, provavelmente iam apenas deitando “olhinhos” à espera que depois do Natal hajam promoções para se gastar o resto do que se não tem.
No meio de tanta lufa-lufa durante a tarde; agora que cheguei a casa, já de chinelos e roupão, alinhavo estes gatafunhos à medida que uma questão se levanta na minha mente: no meio de toda a azáfama da estação que vivi esta tarde juntamente com centenas de outras pessoas, será que o significado do Natal teve alguma influência?
Habituados que estamos a comprar, a consumir, quantas vezes a desperdiçar, quantos de nós, acomodados demais para responder, cansados para pensar, desabituados de examinar ou intimidados para arriscar, não preferimos, simplesmente atirar para trás das costas as coisas chatas e escolhemos alimentar o nosso desejo incansável de possuir, de evidenciar, de obter aceitação, numa sociedade que etiqueta pela “marca” que se ostenta.
Mas o Natal existe porque existe Jesus. O que me levanta outra questão: que tipo de relação temos com o Menino cujo nascimento iremos celebrar? Até que ponto o conhecemos? Até que ponto o queremos conhecer? Quem dizemos realmente que Ele é?
Uma vez ouvi uma história sobre um fã de Elvis Presley que coleccionou discos, milhares de fotos e até conseguiu duas folhas de uma árvore que havia na mansão do cantor. Na história que me contaram foi-me dito que essa pessoa se submeteu a uma plástica para se parecer mais com o seu deus. No entanto, a realidade desse jovem era terrível e espatifou-se no reconhecimento que fez no final duma entrevista quando confessou: nunca cheguei perto dele. Nunca o vi. Nunca o conheci.
Podemos parar para pensar porque celebramos o Natal ou, então, simplesmente, continuamos a azáfama da estação e vamos às compras:
Quero 3 euros de Jesus, por favor. Não quero muito pois pode engasgar a minha alma ou perturbar o meu sono. 3 euros é o suficiente para um copo de leite antes de adormecer. Não preciso de mais de 3 euros porque quero continuar com os meus preconceitos e julgamentos e não tenho tempo para mais ninguém que não seja eu próprio. Então 3 euros num saco de papel reciclável, porque até sou amigo do ambiente, é mais do que bom até que precise de mais para me satisfazer algum desejo. Eu quero é descanso, não transformação.
Que este Natal seja tempo de reflexão, de perguntas e de respostas acerca do que é realmente importante.

O Natal é tempo de presentes
Dec 9th, 2009 by M.J. Ferreira

Por todo o lado para onde nos viramos nota-se com muita intensidade uma correria frenética e desenfreada a locais onde se possam adquirir presentes de Natal.

Ainda que a crise aperte, ainda que o desemprego aumente, ainda que todos os dias alguma família perca a sua habitação por não ter orçamento para a pagar, ainda que as crianças em risco continuem a fazer crescer o número de meninos e meninas sem um projecto de vida; ainda que diariamente haja queixas de violência doméstica e a segurança seja insegura; ainda que grande parte dos nossos idosos continuem sem condições mínimas de assistência na velhice, ainda que as famílias se desmoronem; ainda que… e são tantas as situações que podem ser acrescentadas; a verdade é que nesta época muita coisa é esquecida e o consumo de bens que não são de todo essenciais aumenta e, com ele, aumentam os diversos “cancros” que minam a nossa existência quotidiana. Nada disto era preciso.

O Natal é tempo de Presentes  e, quer queiramos, quer não, o Natal tem uma personagem principal que é tão facilmente esquecida entre as listas de compras e o orçamento desorçamentado para cada uma. Essa personagem é Jesus.

Jesus é o maior e mais precioso presente que alguém algum dia pode receber.

Jesus, cujo nascimento celebramos no dia 25 de Dezembro, fez-se carne entre nós, tendo nascido, não para julgar o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por Ele. Assim, o verdadeiro Natal só pode acontecer quando JESUS nasce nos nossos corações.

Dessa forma, o  Natal é Fé, Luz,  Escolha, Perdão,  Reconciliação, Salvação, Esperança, Amor, Paz, Confiança, Desejos e Resoluções.

Por isso mesmo quando o medo nos assalta, a dor nos faz cair,  o sofrimento nos sufoca ou a ansiedade aumenta as nossas dúvidas a mensagem insiste, persiste, permanente sempre  à espera que o nosso coração esteja pronto a aceitar o menino cujo nascimento os anjos anunciaram dizendo: “não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: pois, na cidade de David, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”

O Natal é tempo de Presentes e Jesus é o maior e mais precioso presente que alguém algum dia pode receber.

 

 

Quando se fala em Dezembro…
Dec 4th, 2009 by M.J. Ferreira

Quando se fala em Dezembro lembramos o Natal e as suas tradições. Aqui fica um conto de Natal, um pouco diferente do habitual, que escrevi há muito tempo:

O que sou? O que quero?
Não! O que eu fui e o que eu queria.

Agora já não sou nada. Repouso encostado a um contentor do lixo. Estas palavras são o meu último fôlego que transmiti à minha amiga chuva antes de adormecer definitivamente. Enquanto me embalava, pediu-me se podia escrever a minha história para que todos possam pensar um pouco sobre o que me aconteceu e acontece a milhares como eu.

Sabes? Tal como tu nasci e cresci rodeado de uma bonita família. Os meus pais, os meus irmãos, todos nós tão direitos em direcção ao céu, com as “agulhas” verdinhas a sorrir para o sol.

Lembro-me de brincar com o orvalho da manhã e cantar com o vento. Todos nós, os da minha família, constituímos abrigo, sombra e lar de famílias inteiras que nos procuram.

Mas um dia uns homens grandes apareceram. Traziam nas mãos umas coisas esquisitas, com dentes enormes. Sem que esperássemos, essas coisas começaram a fazer muito barulho e, de repente, grande parte de nós ficou sem raízes, separada da terra, com o tronco decepado. Senti-me cair. Lembro-me do meu pai ondular com mais força e a seiva da minha mãe brotar intensamente. Chorava.

Os homens falavam de dinheiro. Um dizia que aquilo apesar do dinheiro que rendia era um crime com tantos incêndios que tinham acontecido meses atrás. Outro falava em florestação, planeamento, tudo palavras difíceis que eu não entendia. Eu não percebia nada, estava assustado, empilhado com tantos amigos, numa coisa com rodas enormes que nos começava a levar para longe dali.

Quando chegámos a um sítio que eu nunca tinha visto, cheio de pessoas a andar de um lado para o outro, tão apressadas que nem se cumprimentavam, de rostos sisudos tão diferentes dos que eu estava habituado a ver, encostaram-nos uns aos outros numa parede, com um grande letreiro: “vendem-se árvores de Natal”.

Árvore de Natal. Que nome estranho. Os meus pais não me tinham falado disso. Tinham-me dito que eu cresceria forte e saudável. Do meu tronco extrairiam algo precioso para o homem, as minhas pinhas dariam um fruto seco  delicioso e a madeira seria útil para várias indústrias. Seria lar de muitas aves e contribuiria para a alegria inteira das famílias que me procurassem para os seus tempos livres. Fazia parte de uma riqueza, de um património, de um tesouro essencial que há de preservar e cuidar. De árvore de Natal eu não sabia nada. Comecei a sentir uma dor que me preocupou. As minhas agulhas sempre tão verdes e fortes começaram a perder energia.

Um dia escolheram-me. Levaram-me para uma casa. Nos meus braços, cada vez mais fracos, penduraram luzes, bolas, fitas de muitas cores e, à minha volta, colocaram embrulhos de vários tamanhos.

Para dizer a verdade, pela primeira vez na minha vida apeteceu-me chorar. Estava ridículo.
As pessoas que habitavam aquela casa achavam-me lindo mas que percebiam elas dos meus sentimentos?

Que saudades dos meus pais. Cada dia me sentia mais fraco. As luzes de várias cores que diariamente me iluminavam queimavam-me. Estava realmente a sofrer. No dia de Natal tiraram todos os embrulhos que eu tinha à minha volta e, alguns dias depois, percebi que ia acontecer alguma coisa. Mas estava muito fraco para pensar. Já quase não tinha força para respirar. As minhas agulhas eram agora de um verde descorado.

Uma manhã resolveram tirar tudo de cima de mim. Ouvi falar em limpar o lixo todo. Agora eu era lixo.
Tiraram as coisas de cima de mim, dobraram-nas e guardaram-nas e, com um puxão forte, arrancaram-me da areia onde estava enterrada; pegaram em mim e levaram-me.
Quando abriram a porta da rua uma brisa fresca saudou-me e eu ainda consegui sorrir. Atiraram-me para o chão, junto ao contentor do lixo e foram-se embora.

Que era feito do Natal? Do espírito que me tinha cansado de ouvir sobre serem bons e amigos uns dos outros; até trocavam cumprimentos e presentes com pessoas que nem conheciam muito bem mas, de outra forma, poderia parecer mal e, numa caixa que lá havia, a que chamavam televisão, tinham dito que muitas guerras tinham feito tréguas e ouviam-se hinos de que todos sabiam a letra. Também falavam que o Natal era a celebração de um milagre muito grande: recordava-se o nascimento de Jesus que tinha vindo ao mundo porque Deus amava de tal forma a Sua criação (e eu era parte dela) que se fez carne entre nós. Jesus foi enviado por Deus para que todo aquele que nele viesse a crer e depois seguir, pudesse viver em paz na Terra com todos os homens e com Deus por toda a eternidade.

Mas que mundo louco: um dia para serem muito bons e amigos e os outros todos para se insultarem, fingirem que não se conhecem e até se matarem. E que era feito de Jesus nas suas vidas?

O Natal tinha acabado e assim a minha utilidade bem como a minha vida.
Que saudades do campo onde nasci e cresci.

Uma humidade apoderava-se de todo o meu tronco. Percebi que chorava. Já não ia dançar mais com o vento, cantar com os pássaros, sorrir e sonhar nas noites de luar. Agonizava num mundo que não era o meu. Muito artificial, onde a vaidade se sobrepõe à necessidade e progresso é antónimo dos valores.

Foi quando uma chuva miudinha começou a cair. Ouviu as minhas lamúrias. Afagou-me num abraço muito profundo, cantou-me uma canção de amor e eu adormeci para sempre sonhando com a minha liberdade, embalado pelas lágrimas que aquela chuva não parava de deixar cair. Esperava-me a eternidade em paz com o Criador.

Lá, eu encontrei Jesus
Dec 4th, 2009 by M.J. Ferreira

 “Amanhã de manhã” começou por dizer o cirurgião,  “vou abrir o teu coração…”

O senhor doutor vai lá encontrar Jesus”, interrompeu o rapazinho.

O cirurgião olhou para cima com uma expressão irritada e aborrecida e continuou o seu discurso: “quando eu abrir o teu coração, vou ver o quanto ele está danificado.”

Mas, quando abrir o meu coração” – retorquiu o rapazinho – “vai encontrar lá a Jesus”.

O cirurgião olhou para os pais que sentados de mãos entrelaçadas, apesar de assustados, pareciam orar com aquela paz de espírito que excede qualquer entendimento.

Depois de verificar os danos no teu coração, vou fechar o teu peito e decidir sobre os procedimentos que devem ser feitos a seguir.

Mas o senhor doutor vai encontrar Jesus no meu coração. A Bíblia diz que Ele vive lá. Todas as canções que cantamos na igreja dizem que Ele vive lá. Vai encontrá-lo no meu coração.”

Queres saber o que vou encontrar? Eu digo-te. Vou encontrar músculos danificados, pressão sanguínea insuficiente e válvulas demasiado enfraquecidas. Estás a perceber? Isso é o que vou encontrar. Só depois vou saber se consigo melhorar o teu estado.”

“Mas o senhor também lá vai encontrar Jesus. Ele vive lá.” 

Na tarde seguinte, o cirurgião fazia o balanço daquela cirurgia no seu consultório gravando todos os dados: “… aorta danificada, veias pulmonares danificadas, dilatação excessiva, degeneração. Não há qualquer esperança para transplante, não há esperança de cura. Terapia a aconselhar: calmantes, analgésicos e descanso. Prognóstico…” aqui  o cirurgião parou nos seus comentários e fez uma pausa… “morte no espaço de um ano.” O médico parou o gravador e a sua mente era um vulcão em erupção: “Porquê?” – clamou ele em voz alta. “Porquê? Porque permites ó Deus que isto aconteça. Trouxeste esta criança até mim. Porquê? Porque é que deixas que esta criança esteja em tão grande sofrimento e porque é que vais deixar que morra tão novinha”. Nos olhos do cirurgião haviam lágrimas de raiva e muita dor e incompreensão à medida que a mesma palavra, a mesma questão,  martelava intensamente na sua mente: “Porquê?”

Então, no seu interior, o Senhor respondeu-lhe dizendo: “O rapaz, ovelha do meu rebanho, não estava predestinado para continuar neste lugar. Ele é parte do meu rebanho e assim será para sempre. Para onde ele vai não sofrerá mais e o seu conforto é inimaginável para ti. Os seus pais, os seus irmãos, tu próprio, todos se lhe  juntarão um dia e todos saberão o que é paz.”

As lágrimas do cirurgião queimavam-lhe o rosto e a sua ira queimava-lhe o coração: “Tu criaste este miúdo e tu criaste o seu coração. Ele vai morrer dentro de poucos meses. Não é justo. Porquê, diz-me.” Mais uma vez o Senhor respondeu: “O rapaz, uma das minhas ovelhas, voltará ao meu rebanho pois ele já cumpriu o seu dever. Eu não o coloquei junto de seus pais e depois contigo para o perder mas para que fosse salva  uma outra ovelha, que confusa e  perdida,  precisava encontrar pessoalmente a Jesus.” O cirurgião chorava convulsivamente à medida que aquelas palavras ecoavam e modificavam o seu próprio coração.

Quando visitou o rapazinho no seu quarto e se sentou na sua cama, o menino acordou. Sorriu para ele e sussurrou numa vozinha muito fraca: “Doutor, cortou o meu coração?” “Sim”, respondeu o cirurgião. “Que encontrou lá?”. O médico, emocionado e com os olhos marejados, pegou aquela mãozinha débil e franzina e respondeu-lhe: “Lá, eu encontrei a Jesus”.

(adaptado de autor desconhecido)

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