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Ver-se grego
Jun 29th, 2011 by M.J. Ferreira

Todos os dias na TV podemos assistir a um conjunto violento de imagens sobre os confrontos entre gregos, na cidade de Atenas. O país está na falência e, parte da população civil, protesta contra as medidas que uma Europa algo hipócrita, junto com o FMI, pretende que o governo grego abrace para evitar a bancarrota no país.

Infelizmente, os gregos estão, neste momento, a “verem-se gregos” para superar o dia-a-dia. Habitualmente usamos a expressão “ver-se grego” para actos ou outras coisas que exigem alguma dificuldade. E, dificuldades são coisas que não faltam naquele país que, ironia do destino, é berço da tão benfazeja Democracia que o Ocidente gosta de exercer em terras mais a Oriente.

Quando se tenta definir a Democracia, a ideia básica é que é um sistema político de “governo” (cracia) “do povo” (demo). Quando dizemos que a Democracia é o governo do povo, para o povo e pelo povo, isto quer dizer que a maioria da população tem o direito de participar do cenário político do seu tempo.

De facto, nas democracias contemporâneas, os governos tentam ampliar o direito ao voto ao minimizar todas as restrições que possam impedir a participação política dos cidadãos. O Governo que governa uma nação resulta, então, da vontade que o povo manifesta nas urnas.

Parece estranho, assim, que um grupo de pessoas se manifeste contra a vontade de uma maioria; manifestação essa que atinge graus de violência extrema e incontrolável. As imagens gostam de mostrar cidadãos a serem agredidos por forças da autoridade que ali estão para defender os interesses de uma maioria eleita.

O problema, a meu ver, está com aqueles que foram eleitos que já se deviam ter demitido; e, na Grécia, por muito que isso custe, o povo deveria, de novo, manifestar a sua vontade, de forma civilizada, em eleições democráticas. E respeitar essa vontade.

Claro que não soou um dos comentadores/as famosos e pagos a preço de ouro que proliferam nos nossos meios de comunicação social. Mas é minha convicção que o governo grego se aguenta porque não convém a países como a Alemanha e a França – detentores de muita dívida grega – que o país seja declarado falido. Por isso, vale tudo; inclusive, permitir arrastar a agonia de um povo com lufadas de alguns trocos que se atiram para tapar os buracos mais recentes e assistir ao desmoronar de um país impotente e falido para tapar todas as rachas que estão a permitir que se afunde.

Se é este o tipo de Europa que se está a construir, recheada de gregos e troianos – que saudades eu tenho do orgulhosamente sós de outros tempos. É que, por muito que estejamos acompanhados e até, em alguns casos, com uma moeda única, a verdade é que, olhando para a Grécia, estamos encarcerados no meio de interesses que interferem com a nossa soberania, submissos e sujeitos aos proveitos de outros.

Entretanto, em Portugal, um novo Governo, eleito ainda não há um mês está a fazer tudo por tudo para não sermos como os gregos. E, se por um lado, nos estamos a ver gregos para aprender a mudar comportamentos despesistas de muitos anos, também é verdade que nos estamos a ver gregos para fazer face a todas as dificuldades que estamos e estaremos, no curto prazo, a enfrentar.

Se ver-mos-nos gregos significa estarmos atrapalhados face ao inevitável recurso à ajuda externa – que anos de governação irresponsável nos criou – e temos pela frente o cumprimento de um exigente programa de austeridade e de reformas, devíamos ter a capacidade para ver como os gregos se estão a ver gregos e agir e reagir de uma forma diferente. Com o nosso trabalho, a nossa responsabilidade, com a nossa cidadania e solidariedade com os mais fracos e desprotegidos. Possamos e saibamos assumir a nossa quota individual e  de responsabilidade no futuro do nosso país.

António José Saraiva, na coluna de Opinião do Sol, de 20 de Junho, assina o texto: “Fazer a mesma vida ganhando metade”. Se por acaso anda à procura de saber cono isso se faz e quer saber as ideias que aquele jornalista defende, clique  AQUI

Sol
Aug 9th, 2010 by M.J. Ferreira

Há cerca de 30 anos nas paredes dos prédios ou nos muros que se erguiam por aí era comum verem-se uma série de frases assinadas com um “A” rodeado por um círculo . Eram frases anarquistas que a jovem revolução despertava. Uma delas era referente ao sol: “o sol quando nasce é para todos”.

Lembrei-me dela hoje. Não porque tivesse pensado em anarquias. Não porque estivesse numa de filósofa a destrinçar cada uma das suas palavras. Simplesmente senti-me “apanhada” pelo astro rei que quando nasce (e isso acontece diariamente) não escolhe idades, raças, cores, religiões, condição social, etc.. Quando nasce, é mesmo para todos.

Ser para todos é uma coisa boa. Ainda mais porque, por agora, está isento de imposto. Mas é melhor estar calada e não dar ideias aos políticos dos nossos dias. Ainda mais que começa a ouvirem-se muitos ruídos sobre um tal de imposto europeu que nos estará destinado para ajudar a Comunidade  a ser mais autónoma.

Mas como ia a dizer, o sol ser para todos é bom. Ainda é grátis (isto se não contabilizarmos os protectores solares que temos de adquirir para protecção), é saudável quando tratado convenientemente, é luz, é calor e quantas vezes não serve os interesses dos apaixonados em frases tão quentes quanto a paixão que os move;  mas… ou eu sou muito acalorada ou estou com um exagero de sol que, de certeza, não pode ser muito bom para a saúde; pelo menos para a minha.

A continuar, vou sair à rua (estritamente quando tem mesmo que ser) como há alguns anitos atrás faziam as senhoras para não estragar a pele: de guarda chuva bem aberto!

Mas, como o meu guarda chuva até é pequenino e não vai dar para me resguardar convenientemente tomei uma decisão!

Sabendo que o sol quando nasce é para todos, tenho uma porção só minha. Não quero ser egoísta e estou disposta a dar a minha porção a quem a quiser. Não é emprestado, nem vendido, é mesmo dado!!!!

Socooooorroooooo! Já não aguento o calor e as altas temperaturas.

Goodbye Felicia Goodbye
Feb 5th, 2010 by M.J. Ferreira

Goodbye Felícia Goodbye
Goodbye Auf wiedersehen
enquanto andares a investigar
vou ter muitos olhos em ti

Goodbye Felicia Goodbye
Não penses que deixo de ser PM
Mantém-me nas investigações
E não tarda estás na rua

Estas quadras são a minha adaptação do refrão de uma conhecida canção de Demis Roussos – Goodbye my love goodbye, que “reciclei” e ajustei a uma nova realidade (quem canta, isto é, o “eu-sujeito-PM” do meu refrão, deixo à imaginação de cada um…).

Dedico-as à jornalista Felícia Cabrita, jornalista de investigação, conhecida por ser a “jornalista sem medo”, tendo sido a primeira pessoa a denunciar grandes escândalos nacionais, como o Ballet Rose ou a Casa Pia.

Mas porque é que me dei a este “trabalho”? Bem, hoje, o jornal Sol, traz na capa da sua edição “as escutas proibidas”, desenvolvendo no seu interior um trabalho de investigação sobre as famosas escutas que envolvem José Sócrates e que a justiça “calou” e “ocultou” de todos nós. Felícia Cabrita é uma das jornalistas que trabalha na investigação. Como sou muito prática, pensei logo no par de patins que se calhar, alguns meninos da nossa praça” gostariam de lhe oferecer. Perceberam agora o porquê de reciclar o refrão? É que me ocorreu logo a velha canção do Demis.

Entretanto, se carregar em cima da palavra link1 e link 2 (com cor diferente) terá acesso a um pouco mais sobre os artigos do semanário Sol.

Hino do Mundial de Futebol
Jan 27th, 2010 by M.J. Ferreira

Publicou o jornal “Sol” online há momentos:

“Hino do Mundial é de um rapper somali

Wavin’Flag, de K’naan, um músico da Somália, foi escolhida como a canção oficial do Campeonato do Mundo de Futebol que daqui a meses se inicia na África do Sul.

Agitando a bandeira, numa tradução do título da música, parte de uma já existente canção do rapper.
Esta foi remisturada – com mais coros e percussão, por exemplo – para ganhar um tom mais festivo e popular: o resultado foi Wavin’ Flag (The Celebration Mix).

Originalmente publicada no álbum Troubadour, a letra da música é um hino à esperança em África, renunciando à guerra e opressão com um apelo à liberdade.

«Quando for mais velho, serei mais forte; chamar-me-ão liberdade, tal como uma bandeira a acenar», é a tradução do refrão.

Sol”

Estamos de regresso
Jan 19th, 2010 by M.J. Ferreira

Hoje, tal como as previsões indicavam, acordou com chuva. Brincando um bocadinho, podemos imaginar que era o céu a chorar porque amanhã, que já é hoje em Portugal, iniciamos a viagem de regresso.

A chuva não parece “assustar” os habitantes locais. O dia amanheceu como de costume com as ruas junto ao pontão a serem percorridas e atravessadas pelos muitos sem abrigo que habitam a cidade. As corridas matinais permaneceram inalteráveis, os passeios com os cãezinhos “idem idem aspas aspas”.

Como não nos apetecia muito andar à chuva resolvemos ir ver um cinemazito às 10h30 da manhã. Foi uma boa ideia. Aproveitámos para ver o Sherlock Holmes com o Robert Downey Jr. que ontem vimos, em directo, ganhar o Globo de Ouro para melhor actor na categoria comédia / musical.

No entanto, não é apenas as salas de cinema, os cafés, o jogging, os passeios, a praia que ocupam as pessoas. Uma das coisas que pude testemunhar é que as crianças estão envolvidas neste tipo de actividades em pé de igualdade com os pais. E os pais não se esquivam a acompanhá-las; antes pelo contrário. Visitámos um Aquário junto ao pontão que está montado de forma a aproveitar o espaço que fica por baixo do acesso a Santa Mónica Pier.  Pudemos ver as espécies que existem nesta costa, assistir à refeição dos tubarões e, até,  tocar nos moluscos, alguns deles com formas capazes de provocar arrepios e pele de galinha, tudo isto debaixo da supervisão dos biólogos e voluntários presentes.  Mas o que mais gostei de ver é que este espaço é local de visitas constantes de famílias que trazem as suas crianças que aqui acabam por passar um tempo extremamente pedagógico com actividades e explicações próprias para as suas idades.

A chuva parou ao início da tarde. Na sua vez ficou um ventinho que despenteou as muitas palmeiras que se erguem por toda a costa. E se a chuva já não assustava os locais, o vento também não. Nas avenidas, os espaços destinados para as caminhadas dos peões estavam com tráfego acentuado. Ainda mais que hoje era o feriado dedicado a Martin Luther King.

Um velho eucalipto não resistiu e um dos seus troncos que já se inclinava sobre as estradinhas dos peões acabou por se partir.

O feriado permitiu que os divertimentos do fim de semana se prolongassem por mais um dia. E Santa Monica Pier é reconhecido por ser um excelente centro recreativo habitualmente visitado por centenas de pessoas que  não se escusam a entreter-se com as distracções sugeridas, passear na areia ou simplesmente olhar o mar e as montanhas que protegem a baía.

Mas as 5 da tarde não perdoam. É a altura em que o sol começa a descer no horizonte. Em meia hora será noite escura e temos que ir comprar o jantar e tirar as últimas fotografias de todos aqueles pequenos detalhes que já tinha visto e ainda não tinha imortalizado na minha câmera.

Se de manhã tivemos as lágrimas da chuva que emotivamente nos disseram adeus e boa viagem, à tarde foram os raios de sol que se esticaram para um abraço caloroso, cordial e meigo que nos recorda já o carinho ternurento da família que nos espera.


É tempo de ir começar a fazer as malas. Estamos de regresso.

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