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A minha flor cresceu
May 20th, 2013 by M.J. Ferreira

Eu podia dizer um cliché como “os amigos estão sempre no meu coração” o que, embora verdade, não significa que estou sempre a pensar neles. Às vezes, são pequenas coisinhas que ouvimos, vemos, ou até cheiramos que nos transportam para o interior das nossas memórias e, então, recordamos bons e menos bons acontecimentos que vivemos com os nossos amigos.

Foi o que me aconteceu a semana passada quando olhei para esta flor que me foi oferecida recentemente por uma querida amiga.

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Lembrei-me dela e dos bons momentos que passámos há pouco tempo. Lembrei-me de tempos mais antigos e do que ríamos com anedotas e histórias engraçadas. Lembrei-me da sua boa disposição e da sua alegria cativantes. Lembrei-me da fé que a suporta nas “curvas e contra-curvas” do caminho às vezes agreste. Lembrei-me da esperança e da garra com que encara os obstáculos e lhe permite ser mulher, mãe, avó, companheira e amiga. Lembrei-me e sorri.

Reparei quando olhei para a flor que ela estava muito mais crescida. Sorri outra vez. Porque é assim a verdadeira amizade. Não há longe, nem distância que nos possa separar da afeição que sentimos pelos amigos. E a amizade desenvolve-se, cresce, como a minha flor.

E isso faz-me sorrir uma outra vez. Sorrir e sentir-me bem com o carinho que me enche o coração e faz parte do conchego que encontramos nos amigos. A amizade que afaga os corações é assim mesmo: simples e, com coisas simples, a gente não se esquece de recordar cada amigo em especial. O que a memória ama fica eterno.

# 129
Jan 24th, 2012 by M.J. Ferreira

‎”A amizade é um amor que nunca morre.”
Mário Quintana

Pifei… mas estou em recuperação!
Jul 29th, 2010 by M.J. Ferreira

Em Outubro passado o médico disse-me que eu estava esgotada (descrição simpática para o termo que ele usou: esgotamento).

Uma das formas de minimizar efeitos secundários foi a elaboração de uma série de regras básicas que visam contribuir para a normalização dos “meus parafusos”.

Entretanto, algumas alterações na rotina dos últimos meses fizeram os neurónios derrapar e pronto! Confusão instalada! A caixa dos pirolitos pifou…

Bem, a caixa dos pirolitos pifou… mas… não se assutem, né? Não pifou de vez. Só necessita de alguns ajustes que se conseguem com calma e paciência.

Para esta calma acontecer é preciso parar um pouco e tomar decisões. Uma dessas decisões obrigou-me a suspender um trabalho que estava a fazer num projecto em que acredito profundamente em equipa com uma pessoa extraordinária.

Escrevo isto porque, de momento, um pouco fraquita física e emocionalmente, num tempo em que me ando constantemente a lembrar do que é que eu me esqueci, não quero que saia da memória escrita que são as Páginas em Construção a sensibilidade daquela pessoa, um colega, meu ex-professor que, apesar de “sofrer” o peso da decisão, não deixou de me apoiar com palavras de ânimo, de serenidade, de confiança e sobretudo, de esperança.

Bem sei que ambos somos cristãos, irmãos na fé, para quem o compromisso com Deus é importante, mas este tipo de virtude, enorme demonstração de amor fraterno, rareia tantas vezes, nestes dias egoístas que vivemos, mesmo no seio de grupos ou instituições cristãs. Ter um irmão assim, mesmo que esteja longe, torna a nossa vida mais preciosa.
Bem hajas TA pelo teu exemplo, pela tua amizade. Dizia Confúcio que para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade.

Pifei…é verdade! Mas estou em recuperação!

Até amanhã!

Aos amigos!
Mar 5th, 2010 by M.J. Ferreira

Os relacionamentos diferem uns dos outros. No tempo, no espaço, no grau de confiança. Alguns relacionamentos, apenas porque são especiais, irão ter um grau de familiaridade que outros não atingem.

Por exemplo, não vamos “depender” daquela pessoa que é caixa no supermercado da mesma forma que confiamos numa outra com quem já estabelecemos “relações de amizade”, com quem temos alguma intimidade, que resultou ou resulta de uma interacção que pressupõe diálogo, partilha de emoções, ideias, pontos de vista.

Apesar de todos termos amigos, colegas, companheiros ou até melhores amigos, é muito difícil conseguir darmos uma definição de amizade. A maior parte das vezes, acabamos por atribuir determinadas características que não discriminando, acabam por distinguir a amizade de outros tipos de interacções sociais.

Quando tentamos caracterizar a amizade utilizamos termos como  pessoal, informal ou voluntária. Temos consciência que implica a reciprocidade, facilita os objectivos que se queiram atingir, é positiva e habitualmente de longa duração.

Se estas características são de alguma forma utilizadas para a sua definição, cada um de nós acaba sempre por lhe acrescentar outras que têm a ver com o nosso conceito de amizade. Nos diversos relacionamentos que estabelecemos durante a nossa vida, também podemos definir níveis ou graus de familiaridade, como por exemplo, o de melhor amigo, o de colega, ou de “conhecido” que, habitualmente, traduz uma amizade superficial.

Outra coisa em que somos de alguma forma “pessoais” tem a ver com características que valorizamos, ou mais, ou menos, como a confiança, a lealdade, o carinho, etc. No entanto, todas as amizades envolvem reciprocidade, isto é, a existência de expectativas em relação a cada amigo. Habitualmente têm a ver com a sua defesa quando ausente; com a partilha de acontecimentos relevantes, com o apoio emocional espontâneo e voluntário sempre que seja necessário com a confiança e a certeza de não ter que se dizerem “meias verdades”.

Esta foi uma semana de um novo tipo de relacionamentos para mim. Aderi ao Facebook e a imensidão do ciberespaço acaba por ser deslumbrante e viciante. Deslumbrante, porque fascina a facilidade com que encontramos muitas das pessoas que se cruzaram um dia connosco e de que tínhamos perdido o rasto. Viciante, porque, qual crianças a quem foi dado um novo brinquedo interactivo, queremos descobrir tudo, muito depressa, antes que a sua fonte de alimentação se esgote.

Que tipo de relacionamentos são estes do Facebook? Como vou definir este novo conceito de amizade? Como vou caracterizar todos estes “meus amigos”? São amigos para a vida? Posso confiar os meus desabafos online? Até esse pequeno problema parece que está resolvido. Eu posso agrupá-los e determinar quem sabe “o quê” sobre mim; quem pode “ver” ou deixar de “ver” informações ou fotos da forma como eu bem entender. Existe uma série de regras que tentam salvaguardar a privacidade de uns e outros, tal qual uma “amizade de carne e osso” que habitualmente tem isso em conta.

Não quero pensar que “amigo” vai ser algo vazio e sem alma, nem quero admitir que seja uma palavra profanada pelo uso e barateada a cada “clic”, desvirtualizando o conceito de amizade. Por isso mesmo, optei por ter uma amizade aberta. Um perfil onde todos podem ver a mesma coisa: amigos velhos, amigos novos, amigos de amigos que entretanto aceitaram a minha amizade, amigos dos amigos de que aceitei ser amiga e, até amigos dos amigos que apenas pretendem conhecer o perfil.

Ao ir para fim-de-semana, despeço-me com um até segunda e faço um brinde: Aos amigos!


“A amizade não se procura, não se imagina, não se deseja; exercita-se (é uma virtude)”. (Simone Weil)
Nov 9th, 2009 by M.J. Ferreira

“A amizade não se procura, não se imagina, não se deseja; exercita-se (é uma virtude)”. (Simone Weil)

Às vezes as “amizades” não passam de uma prostituição de interesses.
Outras vezes, oferecemos tanta coisa em nome da amizade.
Às vezes as “amizades” são confusas, obscuras de mau gosto.
Outras vezes, as amizades fazem-nos crescer e gostar mais de nós próprios.
Às vezes as “amizades” são doentias, possessivas, comodistas e corrosivas.
Outras vezes, as amizades libertam o nosso “eu”, dando-lhe asas para os sonhos adormecidos.
Às vezes, as “amizades” são amargas, fazendo-nos chorar e sentir pequeninos.
Outras vezes, as amizades são um sorriso constante e o nosso peito está cheio de ar quente que nos permite voar.
A Internet está cheia de portais e clubes que facultam encontros, relacionamentos ,… com o fim de estabelecer amizades . Talvez eu seja antiquada e um pouco desconfiada sobre este tipo de facilitismo para algo que considero tão particular, tão especial, que  exige que sejamos nós próprios, com virtudes, com defeitos… Algo cativante e inexplicável onde não é permitida a mentira e a dúvida.
A amizade dá-nos a possibilidade de conversar, desabafar, ouvir, escutar, discutir, concordar, discordar, confidenciar e onde, até, muitas vezes, basta o silêncio para se estar bem e haver entendimento.
A amizade dá-nos a capacidade para diariamente se aprender algo de novo. Costuma-se dizer que para um tango são precisos dois. Também para uma amizade tem que haver a entrega total e incondicional de pelo menos duas almas que partilham e comungam do respeito pelos seus “eus”, apoiando-se no amor e confiança que inunda de alegria os seus corações.
Mas vivemos num mundo de ostentação e, porque não dizê-lo, hipocrisia. Pertencemos a uma civilização imediatista, egoísta e secular. Uma era  desumanizante, corrupta e interesseira  onde os homens tendem a tornar-se juízes de homens, com dedos apontados quais armas mortíferas. Homens que incapazes de entender e conjugar o verbo amar assistem impotentes ao desenrolar das suas inquietações,  ansiedades  e inseguranças sem que consigam ter paz.
Uma vela nada perde por dar a sua chama a outra que se encontra apagada. A amizade é assim. Fascinante e misteriosa.
Há certas amizades que ultrapassam tempos, distâncias, circunstâncias e deixa-se de considerar importante a separação, se esta  existir. Depois, recorda-se que em amizade não se ganha nem se perde. Não há objectivos de recompensas ou de lucros. Dá-se simplesmente e não se espera nada em troca.
Quando aprendemos a conjugar devidamente o verbo amar não há nada que perturbe  o nosso conhecimento de todas estas verdades acerca da amizade. E sentimo-nos seguros. É por isso que os amigos são como um bom vinho: raros e excelentes.
Há que estimar os amigos que temos.

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