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# 65
Aug 7th, 2010 by M.J. Ferreira

” Para ser intolerante é necessário ser extraordinariamente forte ou louco.”
(Nicolas Chamfort)

Notícia de hoje na TSF:

“Talibãs reivindicam morte de “nove missionários cristãos”

Hoje  às 11.08

Os Talibãs reivindicaram, este sábado, a morte de «nove missionários cristãos, enquanto a polícia diz ter descoberto 10 corpos na região norte do Afeganistão.

Eles estavam perdidos, quando a nossa patrulha (de talibã) os encontrou. Tentaram fugir e foram mortos», disse um porta-voz dos Taliban à agência France Presse.

De acordo com o porta-voz, o grupo era constituído por cinco homens e quatro mulheres.

«Eles transportavam bíblias em dari, mapas, sistemas GPS. Preparavam-se para mapear as posições dos combatentes», disse.

«Eram dez, nove dos quais estrangeiros. Cinco eram homens e quatro eram mulheres. O décimo era afegão», acrecentou Mujahid.

Esta manhã, o chefe de polícia da província de Badakhshan (nordeste) divulgou terem sido encontrados na sexta feira 10 corpos crivados de balas, incluindo seis médicos alemães e dois norte-americanos.

A Missão de Assistência Internacional, uma ONG com sede da Suíça, colocou hoje no seu ‘site’ da Internet que as vítimas seriam «provavelmente» membros da instituição cristã.

De acordo com a instituição, tratava-se de uma equipa de médicos oftalmológicos que tinha terminado uma missão em Nuristan, «a convite das comunidades locais», e que regressava a Kabul, após ter concluído a missão.

As autoridades locais dizem que seis das vítimas tinham nacionalidade alemã e duas eram norte-americanas.”


Entender e viver a pós-modernidade
Jan 26th, 2010 by M.J. Ferreira

“Eu receio que nós, cristãos, sejamos mais frequentemente conhecidos por aquilo a que nos opomos, do que por aquilo que aprovamos.” (Greg Laurie)

Atendendo ao que se assiste cada vez que é apresentado na sociedade um tema a que se convencionou chamar de “fracturante”, Greg Laurie tem razão.
Então, é preciso que o cristão tenha uma noção actualizada do desenvolvimento de matérias, temas, palavras-chave que fazem parte da discussão, da vivência, do agendamento de assuntos que tocam, fazem mover, intrigam, questionam a sociedade em que nos inserimos.
É preciso que o cristão aprenda a pensar e a enunciar objectivos. É preciso que o cristão tenha a noção do que o rodeia de forma a estar preparado para as “disputas e discussões” que este século e, de forma especial, o futuro imediato, têm pela frente.
É preciso que o cristão leia e medite na sua Bíblia e faça passar pelo filtro da Palavra cada um dos desafios que se lhe coloca.

O cristão deve estar preparado para frente à corrupção mostrar o pudor e a probidade; face à injustiça responder com esperança e alternativas; face ao comodismo motivar à pro-actividade. O cristão tem que ser revelação de Deus . Saber sê-la e saber passá-la. Por isso, o cristão tem que deixar de ser “denominação” para ser vida e vida em abundância.

O cristão não pode ser um ornato ou um adorno permanente dos bancos das diversas igrejas existentes, argumentando entre si sobre diferentes baptismos, diferentes exegeses, etc.; antes deve ter consciência da sua sinergia enquanto igreja de Cristo, dialogando, trabalhando humildemente juntos e evitando mexericos e juízos; deve saber viver o grande desejo de Jesus para todos os seus seguidores e que consistia tão só em que todos fossem um.

Fazer parte dos dias que correm implica entender e viver a pós-modernidade. Porquê? Porque as mudanças a todos os níveis que ocorreram nos últimos 50 anos contribuíram de forma decisiva para mudar, de forma radical a maneira de pensar e estar de uma sociedade e, por consequência, da Igreja de Cristo, porque esta é viva, está viva e não pode estagnar, paralisar, agarrar-se às tradições e condenar-se ao imobilismo.

Não que a Bíblia ou o Evangelho se tenham alterado. De forma alguma! Apenas não pode deixar de ser meditado, entendido e vivido, respondendo às exigências de cada dia. Se os cristãos não souberem usar a sua Bíblia para viverem, testemunharem e apresentarem alternativas para os nossos dias, eles não passam de cidadãos do mundo secular esquecidos da sua cidadania enquanto herdeiros do reino de Deus. Passam a ser povo que não exerce influência, fazendo a diferença que se anseia; mas é influenciado e passa a viver um estilo de vida equivocado, assimilando os valores do mundo.

Como os cristãos não são ascéticos, no sentido de uma vida apenas espiritual e contemplativa e nem devem isolar-se em comunidades estanques, devem ter sempre bem presentes os valores da sua cidadania divina, e serem cidadãos de sã moral e vida irrepreensível, conscientes de direitos e responsabilidades, de forma a serem testemunhas pro-activas nos contextos em que se inserem, em que vivem e trabalham.

É tão ténue por vezes a linha da fronteira e tão desejável o outro lado; o dos prazeres imediatos, das fortunas sem trabalho, dos favores comprados, do deixa andar que não há-de ser nada. Mais do que nunca, os cristãos precisam ser, precisam estar, precisam da máxima conhecida por “mulher de César”: não basta serem sérios e honestos, devem parecer sérios e honestos.
Os cristãos precisam de uma participação enquanto cidadãos deste país na vida pública, quer através de processos de representação política, quer através do empenhamento nas instituições, organismos e outros da sociedade civil.

Os cristãos precisam ser testemunhas relevantes da Palavra, perante o que significa estar integrado e comprometido com os princípios e valores fundamentais da democracia portuguesa. Não esquecendo quem é o Senhor e contribuindo decisivamente para ser “sal” (nem demasiado insonso porque não tem sabor, nem demasiado salgado porque não presta) e “luz” (o ponto luminoso em que todos reparam no meio da escuridão que é uma sociedade a corromper-se e a desmoralizar-se)
É preciso que o cristão tenha a noção do que o rodeia. É preciso que saiba avaliar e redimir cada coisa, cada partida, cada peleja com os valores imutáveis da Palavra divina. É preciso que o cristão se organize, aprenda a pensar e a anunciar objectivos. É preciso que adquira um corpo de conhecimentos, competências e capacidades de intervenção, chamando à discussão pública temas pertinentes e actuais.

Entender e viver a pós-modernidade implica os cristãos serem revelação de Deus. Saber sê-la e saber transmiti-la. Ser, ter e viver as alternativas, seja no campo político, jurídico, social, etc. Como cristã, recuso-me a fazer parte das beatas, dos ornamentos, das denominações que apenas inibem o movimento, a mudança e a beligerância. Não quero que Greg Laurie tenha razão quando diz: “Eu receio que nós, cristãos, sejamos mais frequentemente conhecidos por aquilo a que nos opomos, do que por aquilo que aprovamos.”

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