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Irrevogavel
Jul 9th, 2013 by M.J. Ferreira

Mais um bocadinho de opinião pessoal por discordar da ênfase dada à palavra “irrevogável” na carta de demissão de Paulo Portas. O que se passou desde então mostra que esta não é, a não ser que se queira destruir a reputação de PP, a palavra principal; antes, este irrevogável era uma consequência de determinado autismo face à nomeação de Maria Luis.
Na sua carta ele escrevia, embora por outras palavras, que andava ali a falar para o boneco e o parceiro da coligação não lhe dava a ele – e, consequentemente, ao seu partido, o devido lugar na e para a solução dos problemas. Isso fazia a sua decisão irrevogável porque o prolongar dessa situação não aproveitando a conjuntura para as mudanças que se impunham era simplesmente mais do mesmo.
Acho estranho por isso que não se leia a carta na integra e se dela se retire apenas uma palavra a que se pretende dar um significado completamente fora do contexto.
Por estas e por outras é que eu digo e repito que não devemos comer de mão beijada o que nos dão de comer na comunicação social e, antes, devemos ter a sabedoria para pensarmos pela nossa cabeça pesquisando quando necessário, estando atentos ao que se passa, exercendo uma cidadania responsável.

O que será? Que será?
Jul 8th, 2013 by M.J. Ferreira

A minha opinião vale o que vale. Mas gosto de pensar pela minha cabeça e ter opinião.
Quem me conhece sabe que tenho simpatia pelo CDS-PP de Paulo Portas. Mais de uma vez opinei que este Governo sem o CDS seria uma desgraça em termos de liderança e de medidas que salvaguardassem o mínimo de respeito pelos esforços que estamos a fazer em prole da saída da troika de Portugal.
Escrevi há dias que percebia a recente atitude pessoal de Paulo Portas de dizer basta a Passos Coelho pelo que não me surpreendeu absolutamente nada que, no rescaldo, não só PP, como o partido a que preside, saíssem com mais força política no seio da coligação que sustenta o Governo.
Não sei o que o Presidente da Republica irá decidir. Não tem muitas alternativas. À esquerda não há qualquer garantia de estabilidade e eleições para se manter o centro-direita é um desperdício de tempo e dinheiro.
Eventualmente uma posição de força da sua parte com a negociação de nomes da sua confiança que lhe dessem garantias de estabilidade é um risco que não quer correr, pelo que, não prevejo nada de especial que não seja a “formula” que Passos Coelho mencionou na passada semana para ser conseguida a estabilidade governativa.
Nos diversos “entretantos” a vida continua.
Tenho esperança no nome apontado à pasta da Economia : Pires de Lima mas, a ser verdade o que hoje é publicado no Correio da Manhã de que Maria Luis, a nova Ministra das Finanças, foi uma imposição troikiana à demissão de Vítor Gaspar, penso que Passos Coelho tem os seus dias contados como líder, cuja liderança cada vez levanta mais dúvidas.
Com a promoção de Paulo Portas e as conhecidas discordâncias que o CDS tem em relação às políticas de má austeridade impostas pela troika , bem como, tendo em conta a forma como pessoalmente reagiu Portas à nomeação de Maria Luis, nada poderá voltar a ser o mesmo. A troika vai ter Portas a bater o pé e Maria Luis de mãos atadas para fazer a vontade a alguma Europa.
O que tudo isto vai dar não sei. Certamente o Presidente da Republica terá receios semelhantes.
No entanto e apesar de tudo, duma coisa estou mais confiante. Se for Paulo Portas a negociar com a troika acredito mais na defesa da nossa soberania. No entanto temo pelo possível choque com a Ministra das Finanças. Até porque ainda resta (ainda que remotamente) a possibilidade de Paulo Portas não se rebaixar às vontades alemãs e tentar sair por cima com o CDS a dizer não a mais austeridade antes das próximas legislativas.
Não queria estar no papel de Cavaco Silva. Na sua decisão está o nosso futuro imediato.
Fazer sacrifícios não pode ser algo que não seja recompensado. Ainda muito nos será pedido. Ao darmos o melhor de nós próprios, merecemos o melhor dos homens e mulheres que nos governam.

Pum
Jul 2nd, 2013 by M.J. Ferreira

Não foi a bomba atómica mas fez barulho e caos suficiente a demissão apresentada hoje por Paulo Portas de Ministro dos Negócios Estrangeiros. A gota de água terá sido a teimosia de Passos em promover a Secretaria de Estado Maria Luís Albuquerque a Ministra das Finanças e um certo autismo do Chefe do Governo para as diversas opiniões e sensibilidades no seio do governo e da coligação.

Confesso que a nomeação da senhora também me deixou confusa. Especialmente porque o seu nome, para o bem e para o mal, está envolvido na polémica dos swap(s) e, creio, seria de todo o interesse o Governo rodear-se de pessoas acima de qualquer suspeita, por muito inocentes que possam ser ou estar.

Depois, creio que tal nomeação demonstra alguma surdez, não só face à opinião popular, como ao que têm sido as notícias publicadas sobre o entendimento que os parceiros da coligação que suporta o governo e o entendimento de alguns membros do governo têm para a forma como devemos avançar rumo ao futuro. Confesso que concordo com Portas. A altura seria ideal para “mexer” positiva e responsavelmente com  a economia (até porque temos folga financeira), reformar alguma da austeridade para uma boa e positiva austeridade e aumentar a nossa motivação e resiliência para os tempos que ainda temos pela frente e fazendo (re)nascer a esperança.

Dito isto, percebo a atitude de Portas. Engoliu até não poder mais. Fez o que Cavaco Silva não conseguiu. Penso que terá pesado muito bem os custos desta sua decisão. Penso, igualmente, que teve uma determinação enorme ao ter escolhido isolar-se do seu próprio partido para, porventura, não poder ser (novamente) pressionado a ouvir e calar.  Certamente, esta sua atitude terá sido a (única) forma de definitivamente Passos Coelho ter que ouvir o seu parceiro de coligação bem mais ciente e preocupado com os problemas que a todos assolam. Mostrou que ninguém é insubstituível e, às vezes, o interesse público passa por dar um valente murro na mesa que desperte a consciência de um Chefe de Governo inerte e passivo.

Pelo risco, pela ousadia, por uma forma diferente de fazer política sem medo e sem autismo, espero sinceramente que esta sua atitude possa ter resultados práticos. Por estes, entendo e desejo, um governo reformado e remodelado que oiça o povo e seja capaz de nos conduzir nas mudanças que podem e devem ser feitas.

A seguir ao caos segue-se sempre a ordem. Ordem no caos de governação porque caos, infelizmente, tem sido uma constante provocado por meios de comunicação social, comentadores e comentaristas que não são capazes de ver para além do óbvio, não arriscam, distorcem e manipulam para além de se borrarem de medo que o tacho acabe e borrarem de medo quem os ouve castrando a liberdade de pensar diferente. Esse não prevejo que acabe. Faz parte de um reallitty show, entretenimento sem o qual muitos não conseguem viver.

PP
Sep 13th, 2012 by M.J. Ferreira

Quem me conhece sabe que, em termos políticos, rondo a área da democracia cristã. Identifico-me com a maior parte da agenda política, com os valores e, igualmente, o “esforço” despendido na luta contra o que chamam conquistas e avanços da sociedade, nomeadamente, o caso da interrupção voluntária da gravidez e do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Admiro o político Paulo Portas e, confesso, não queria estar na sua pele neste momento. Penso que, mais tarde ou mais cedo, ele vai ter que tomar decisões importantes que vão influenciar o futuro de todos nós. Não acredito que ele, e o partido que dirige, abandonem as convicções com que chegaram à coligação que, neste momento, colidem perigosamente com as últimas resoluções anunciadas por Passos Coelho. Por outro lado, PP é um homem que, em coligação, é leal; pelo que, creio, fará o que estiver ao seu alcance para não apunhalar a aliança que fez há mais de um ano.

A situação é extremamente delicada e, se PP perceber que a associação que mantém em coligação com o PSD, elaborada com um fim preciso, está incoerente, desagregada e dissonante em relação ao fim que se propôs, não sei se teremos uma coligação saudável por muito mais tempo.

Os próximos dias vão ser terríveis e temíveis. A liberdade de escolha real é muito limitada. Confio no estadista.

Campanha Eleitoral
May 26th, 2011 by M.J. Ferreira

Felizmente, falta pouco tempo para a Campanha Eleitoral terminar e não termos que assistir às peripécias dos ditos dois maiores partidos do país.  Hoje, com a chamada de Passos para uma reavaliação da Lei do Aborto pode perceber-se que vale tudo para caçar votos.

É doloroso assistir ao que se passa diariamente entre PS e PSD. É mesmo uma lástima incómoda pela ausência da dignidade que deve pautar a apresentação de como devem ser geridos os destinos da Nação.  Penso que esta atitude nos deve fazer pensar duas vezes. E eu digo duas vezes, não porque esse é o dito tradicional mas, porque saltam imediatamente dois pensamentos que não devem andar muito longe da verdade.

O primeiro, é que o líder do partido que foi governo e que se recandidata à mesmíssima ocupação dos últimos seis anos sofre de uma falta de humildade incapaz de reconhecer a sua obra e prefere a atitude tão portuguesa do “eu não tive a culpa” e, por isso, não mereço castigo. O lema parece ser: continuem a confiar porque tenho 78 milhões de razões para ficar. Em contrapartida, o líder do que foi o maior partido da oposição, e que quer ser Primeiro Ministro, certamente deslumbrado com os métodos dos que quer destituir, acaba por cair na armadilha de tentar jogar com as armas daqueles, quando deveria apresentar-se com a humildade de quem quer ser e fazer diferente não se deixando enredar nos labirintos perigosos da maledicência e dos ataques pessoais. O lema parece ser: confiem porque tenho 78 milhões de razões para mudar as caras dos que tiveram nos últimos seis anos.

O segundo pensamento, aponta para o vale tudo. Do partido do PM demissionário e, desde que este continue a liderar os destinos daquele, espera-se o uso pernicioso da criatividade  dos Directores de Campanha, não só onde vale tudo mas, também, onde tudo e mais alguma coisa pode vir a lume, uma vez que os brandos costumes têm aceite com um sorriso brando o branquear actuações, declarações, decisões e outras coisas terminadas em “ões”. O caso recente dos emigrantes – alguns nem legais estavam – para ocupar espaço e agitar bandeirinhas foi degradante… Mas, do partido do que ser PM e que, cujo líder, para o bem e para o mal, não apresenta, nos últimos anos, destaque político ou cargos políticos; ao invés de usar isso como uma mudança do que a sociedade necessita, ainda não surgiu a humilde honestidade de combater apenas com trabalho e integridade. O resultado são tiros nos pés e não há sapatos que aguentem esburacados a caminhada que uma Campanha Eleitoral exige.

Não tenho dúvidas que hoje Passos esburacou um pouco mais o seu calçado. Considerar que pode ser reavaliada a Lei do Aborto nesta altura do campeonato é apenas uma tentativa infeliz de captar o eleitorado do CDS-PP, dado o pavor que pode ser o crescimento daquele partido nos resultados de Junho, o que iria baralhar os interesses dos laranjinhas. Qualquer cabeça pensante sabe que a entrevista a Passos Coelho ocorreu na Rádio Renascença e começa a perceber que Passos tem mais de Sócrates do que Ferreira Leite (Sócrates na sua enorme capacidade e habilidade para prometer sem cumprir e Ferreira Leite na sua enorme determinação em dizer a verdade, ainda que isso faça perder votos; o que, na experiência recente da velha senhora, atirou o PSD para um baixo resultado em Legislativas).

Reavaliar a Lei do Aborto neste momento, invocando até a possibilidade de um novo Referendo, é desfocar dos problemas reais que o país atravessa quando o dinheiro “disponível” nem chega para pagar as necessidades da gestão diária.  Que tentativa feia e baixa de roubar votos a um eleitorado que os de esquerda gostam de chamar de direita, como se isso fosse depreciativo, a liberdade de escolha não existisse e a democracia estivesse morta. Já não bastava o buraco abismal pelo convite  dirigido a Fernando Nobre e por este aceite e… hoje mais esta… Nem sei se ainda vai conseguir colocar meias solas a tempo para o resto da caminhada que falta até ao encerramento da Campanha.

Felizmente, e porque o meu voto há muito que está decidido, não sou um eleitor indeciso. Há muito que decidi que o meu voto vai ser CDS-PP. E estou satisfeita e identificada com o que este pequeno partido tem trabalhado e defendido. Como Nuno Rogeiro, em crónica recente na Revista Sábado (nº368, pag. 56) escreveu, “os bons resultados do partido de Portas (ainda é o partido de Portas, sendo isso uma força e uma fraqueza) explicam-se facilmente. O PP é coerente, mas racional. O PP é teimoso, mas com ideias. O PP é articulado, mas sintético. O PP faz os trabalhos de casa (sem copiar). O PP tem uma linha, onde outros pescam à linha. E possui uma estratégia, onde outros só têm lanternas, e mapas desactualizados”. Setenta e oito milhões de razões para serem a mudança que estamos a precisar.

 

 

 

Impunidade
May 10th, 2011 by M.J. Ferreira

Impunidade, no dicionário online Priberam, significa “falta do castigo devido, estado de impune, tolerância de crimes ou desaforos”. Sinceramente, é o que sinto no ar cada vez que vejo os noticiários das TV e os cabeçalhos dos jornais a darem publicidade e cobertura a um bando de badamecos que provoca distúrbios depois de tentar impedir a PSP de identificar e deter um homem em Odivelas, suspeito de roubo e que resistiu às autoridades.

Impunidade ou falta do castigo devido, no sentido de que o nosso sistema de justiça é demasiado frouxo para este tipo de crimes. Para além dos distúrbios que estes “meninos” provocaram, houve também um chorrilho de ameaças e coacções a agentes da PSP que mais não fizeram que a sua obrigação, depois de uma denúncia anónima sobre o suspeito de um roubo.

Impunidade ou estado de impune, no sentido que estes badamecos fazem tudo o que querem e sobeja-lhes tempo para mais, aterrorizando cidadãos responsáveis, incendiando caixotes de lixo e destruindo propriedade alheia e têm os noticiários com eles, dando-lhes honras de horário nobre e por vezes cabeçalhos nos jornais que, lidos fora do contexto, os fazem parecer uns anjinhos face aos agentes da PSP que apedrejados e insultados, muitas vezes são acusados de tudo e mais alguma coisa e classificados como os maus da fita.

Impunidade ou tolerância de crimes ou desaforos, no sentido de que o cidadão comum tem medo de dar a cara denunciando e acusando esta vilanagem. A consequência é uma atitude passiva que se assemelha a uma tolerância envergonhada aliada a uma condescendência que, não desejando indulgência, é demasiado tímida para fazer uso dos direitos e liberdades que a Constituição garante.

Hoje, nas caminhadas, uma série de agentes da PSP estavam perto do tribunal de Loures onde estes criminosos (ainda que muitos fiquem chocados pelo uso desta palavra, as coisas devem ser chamadas pelos nomes) iam ser presentes a um juiz.

No próximo dia 5 de Junho haverá eleições legislativas. Só conheço um político que tem ideias claras e voz firme sobre a justiça e o respeito que a PSP merece. Paulo Portas não se coíbe de chamar as coisas pelo nome e de apresentar propostas que simplificariam muito o nosso sistema de justiça, para melhor, para além de defender a autoridade da PSP como garante da ordem e da segurança. Digam o que disserem, inventem os submarinos que Guterres encomendou que quiserem mas o homem e o partido apresenta coerência, lucidez e valores.

Concretamente, em relação ao que originou este comentário, posso exprimir que, pessoalmente, não tenho dúvidas que tem de ser devolvida à PSP a sua autoridade tão achincalhada pela “impunidade” com que a sociedade tem sorrido a badamecos e meliantes de todasas raças e idades. Ah! e já agora, Sr. Dr. Paulo Portas, o CDS-PP vai ter o meu voto.

Adenda: Hoje, dia 11, um dia a seguir a este comentário, o CM publica um artigo sobre o tema de Odivelas, onde nos dá alguma informação sobre os desordeiros e sobre o ladrão a quem foi pedida a identificação e cuja recusa originou todos os tumultos largamente noticiados. Para aceder, clique AQUI.

# 79
Oct 15th, 2010 by M.J. Ferreira

“Não são os impostos que têm de ir atrás da despesa, são as despesas que têm de caber nos impostos razoáveis que são cobrados.”
(Paulo Portas)


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