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Verbo marimbar
Dec 15th, 2011 by M.J. Ferreira

Já não nos bastava o Acordo Ortográfico para desvirtuar a Língua Portuguesa e ainda temos lições inesperadas e completamente desbocadas sobre o mau uso daquela que nos deixam completamente envergonhados.

Então não é que hoje um senhor deputado do PS, que por acaso até é vice-presidente do seu grupo parlamentar, disse alto e bom som que se estava a marimbar para os credores alemães. Mais, estava a marimbar-se que nos chamem irresponsáveis Até porque, segundo ele, temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses e essa bomba atómica é simplesmente dizer-lhes olhos nos olhos e, quiçá, com o tradutor do Google a ajudar: ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. E se lhes dissermos isso, afiança o Pedro Nuno Santos, as pernas dos banqueiros alemães até tremem.

Há tão pouco tempo foi Sócrates a dar lições sobre as dívidas que não se devem pagar. Agora, mais um do mesmo partido que, não estando em Paris a estudar Filosofia, ao invés de dar conferencias para universitários, fala em jantares de Natal. Contudo, o mesmo tipo de raciocínio em questões de dívidas. Um não paga e o outro marimba-se! Um foi uma bomba atómica que nos caiu em cima (os danos colaterais continuam intensos…) e outro ameaça com mais uma bomba atómica… Bem senhores, tenham juízo! Ou os senhores se põem finos ou ainda os mandamos para algum hospício.

Entretanto, se calhar, o melhor será aprendermos a conjugar devidamente o verbo marimbar. É que apetece mesmo marimbar-nos para tanta falta de bom senso, de ética e de boas maneiras.

Eu marimbo-me para políticos incompetentes que se marimbaram, marimbam ou marimbarão para Portugal.
Tu marimbas-te para o que te quiseres marimbar porque não posso obrigar-te a marimbar para o que eu me marimbo.
Ele marimba-se porque não conseguiu acabar o curso de Engenharia na Independente como o colega com nome de filósofo.
Nós marimbamo-nos para tantos “marimbanismos”.
Vós (esta pessoa tem tendência a desaparecer)
Eles marimbam-se para o esforço que é estar a conjugar pronominalmente o verbo marimbar sem que saibamos muito bem se nos marimbamos sozinhos ou em grupo.


Ó Zé Seguro, segura-te bem porque tens uns camaradas muito “bombásticos”…

Campanha Eleitoral
May 26th, 2011 by M.J. Ferreira

Felizmente, falta pouco tempo para a Campanha Eleitoral terminar e não termos que assistir às peripécias dos ditos dois maiores partidos do país.  Hoje, com a chamada de Passos para uma reavaliação da Lei do Aborto pode perceber-se que vale tudo para caçar votos.

É doloroso assistir ao que se passa diariamente entre PS e PSD. É mesmo uma lástima incómoda pela ausência da dignidade que deve pautar a apresentação de como devem ser geridos os destinos da Nação.  Penso que esta atitude nos deve fazer pensar duas vezes. E eu digo duas vezes, não porque esse é o dito tradicional mas, porque saltam imediatamente dois pensamentos que não devem andar muito longe da verdade.

O primeiro, é que o líder do partido que foi governo e que se recandidata à mesmíssima ocupação dos últimos seis anos sofre de uma falta de humildade incapaz de reconhecer a sua obra e prefere a atitude tão portuguesa do “eu não tive a culpa” e, por isso, não mereço castigo. O lema parece ser: continuem a confiar porque tenho 78 milhões de razões para ficar. Em contrapartida, o líder do que foi o maior partido da oposição, e que quer ser Primeiro Ministro, certamente deslumbrado com os métodos dos que quer destituir, acaba por cair na armadilha de tentar jogar com as armas daqueles, quando deveria apresentar-se com a humildade de quem quer ser e fazer diferente não se deixando enredar nos labirintos perigosos da maledicência e dos ataques pessoais. O lema parece ser: confiem porque tenho 78 milhões de razões para mudar as caras dos que tiveram nos últimos seis anos.

O segundo pensamento, aponta para o vale tudo. Do partido do PM demissionário e, desde que este continue a liderar os destinos daquele, espera-se o uso pernicioso da criatividade  dos Directores de Campanha, não só onde vale tudo mas, também, onde tudo e mais alguma coisa pode vir a lume, uma vez que os brandos costumes têm aceite com um sorriso brando o branquear actuações, declarações, decisões e outras coisas terminadas em “ões”. O caso recente dos emigrantes – alguns nem legais estavam – para ocupar espaço e agitar bandeirinhas foi degradante… Mas, do partido do que ser PM e que, cujo líder, para o bem e para o mal, não apresenta, nos últimos anos, destaque político ou cargos políticos; ao invés de usar isso como uma mudança do que a sociedade necessita, ainda não surgiu a humilde honestidade de combater apenas com trabalho e integridade. O resultado são tiros nos pés e não há sapatos que aguentem esburacados a caminhada que uma Campanha Eleitoral exige.

Não tenho dúvidas que hoje Passos esburacou um pouco mais o seu calçado. Considerar que pode ser reavaliada a Lei do Aborto nesta altura do campeonato é apenas uma tentativa infeliz de captar o eleitorado do CDS-PP, dado o pavor que pode ser o crescimento daquele partido nos resultados de Junho, o que iria baralhar os interesses dos laranjinhas. Qualquer cabeça pensante sabe que a entrevista a Passos Coelho ocorreu na Rádio Renascença e começa a perceber que Passos tem mais de Sócrates do que Ferreira Leite (Sócrates na sua enorme capacidade e habilidade para prometer sem cumprir e Ferreira Leite na sua enorme determinação em dizer a verdade, ainda que isso faça perder votos; o que, na experiência recente da velha senhora, atirou o PSD para um baixo resultado em Legislativas).

Reavaliar a Lei do Aborto neste momento, invocando até a possibilidade de um novo Referendo, é desfocar dos problemas reais que o país atravessa quando o dinheiro “disponível” nem chega para pagar as necessidades da gestão diária.  Que tentativa feia e baixa de roubar votos a um eleitorado que os de esquerda gostam de chamar de direita, como se isso fosse depreciativo, a liberdade de escolha não existisse e a democracia estivesse morta. Já não bastava o buraco abismal pelo convite  dirigido a Fernando Nobre e por este aceite e… hoje mais esta… Nem sei se ainda vai conseguir colocar meias solas a tempo para o resto da caminhada que falta até ao encerramento da Campanha.

Felizmente, e porque o meu voto há muito que está decidido, não sou um eleitor indeciso. Há muito que decidi que o meu voto vai ser CDS-PP. E estou satisfeita e identificada com o que este pequeno partido tem trabalhado e defendido. Como Nuno Rogeiro, em crónica recente na Revista Sábado (nº368, pag. 56) escreveu, “os bons resultados do partido de Portas (ainda é o partido de Portas, sendo isso uma força e uma fraqueza) explicam-se facilmente. O PP é coerente, mas racional. O PP é teimoso, mas com ideias. O PP é articulado, mas sintético. O PP faz os trabalhos de casa (sem copiar). O PP tem uma linha, onde outros pescam à linha. E possui uma estratégia, onde outros só têm lanternas, e mapas desactualizados”. Setenta e oito milhões de razões para serem a mudança que estamos a precisar.

 

 

 

:o)
May 3rd, 2011 by M.J. Ferreira

Por todo o lado estão a aparecer lojas e quiosques de compra de ouro. Será que o partido um dia destes descarta-se do Sócrates para vencer a crise?

Palavras para quê?
Apr 6th, 2011 by M.J. Ferreira

6 de Abril 2011 – O dia em que Sócrates pediu a ajuda que nunca pediria porque se pedisse o pedido seria um pedido que sempre disse que não pediria e afinal pediu. Palavras para quê?

Se não tenho palavras… então mais vale “blogar” hoje…

Sem Palavras…

mas…


… ainda há malta com fé…


… muito desenrascanço…


… bolsos vazios …


… e … e …. e …. Palavras para quê? É um artista português e … e… e…


… e… socorro… os boys estão a… calar-me… mas… não… palavras….

# 102
Mar 24th, 2011 by M.J. Ferreira

“Política é como o show business: você tem uma estréia fantástica, desliza por algum tempo e acaba num inferno.”
( Ronald Reagan )

O Sócrates que o diga… 🙂
Ontem. foi o dia em que Sócrates caiu. Daí não vem grande mal ao mundo, como alguns por aí andam a tentar dramatizar. Todos os governos têm um prazo de validade e a deste caducou. Por enquanto, não há grandes diferenças, se agora não temos governo, até ontem  estávamos desgovernados cada vez mais pobres e mais endividados. Um dia destes… quem sabe… caloteiros…

Vamos lá ver é se os portugueses agora sabem fazer pela vida porque “deolindas” há muitos e opinar é fácil. O pior é quando toca a Trabalhar (e trabalhar com letra grande).

Recordando o passado… Verdade seja dita, o homem como Primeiro Ministro foi um grande aldrabão mas não devemos esquecer que, durante os 6 anos que esteve à frente do Governo, houve uma vez que falou verdade. Por ser inédito merece ficar para a prosperidade:

O povo é sereno
Oct 30th, 2010 by M.J. Ferreira

Em Lisboa continua a chover, dizem-me. Em Brejos da Zimbreira, entre Porto Côvo e Vila Nova de Milfontes não chove mas o sol também não descobriu. O clima está ameno, o ambiente é calmo, picotado aqui e ali pelo barulho de alguns campistas que preparam os seus materiais para aguentarem mais um Inverno.

Aproveitei este fim-de-semana prolongado para vir até ao Alentejo. Sempre se dá uma varridela às agulhas dos pinheiros, verificam-se amarrações, cumprimentam-se pessoas que se tornam parte do nosso quotidiano quando os anos começam a passar e nos sentimos parte do espaço onde temos as caravanas, ano após ano.

Eu que sou uma alfacinha de gema, privada daquilo a que se chama “ir à terra” por habitar no distrito em que nasci, a terra onde nasceu o meu marido, sinto uma grande nostalgia quando oiço as pessoas a contarem das suas viagens “à terra”, da comunhão com os costumes e tradições que passam de geração e geração para não falar nos legumes e leguminosas sabiamente cultivadas nas hortas ou os chouriços, morcelas e outros produtos preparados com os animais criados para esse fim.

O apego que criei a esta zona alentejana de onde levo o pão, os bolos de torresmos, os docinhos bem caseiros, onde visito a feira quinzenal, onde se saúda cada um que se cruza connosco com a chamada “salvação” é uma fonte de motivação, de inspiração aliada a um sossego que não se encontra em Lisboa e sua periferia.

Depois de almoço, o local de encontro é no “bar”. Todos se conhecem e as conversas correm abertas, barulhentas, com gargalhadas e partilha de preocupações como se de uma pequena aldeia se tratasse. Não faltam, igualmente, as “coscuvelhices” , tratadas com mais ou menos pudor, consoante quem as diz e quem as ouve.

Hoje, a acompanhar a bica, vinha um pacote da Delta com uma frase de Einstein: “haverá algo mais verdadeiro do que reiventar a qualidade?”.

Estou farta de ver este pacote mas, hoje, achei que merecia a minha atenção num dia em que a comunicação social não se cansa de badalar que o Benfica ganhou para o campeonato nacional e um acordo entre o partido do governo e o maior partido da oposição foi assinado de forma a viabilizar um orçamento que todos sabem mau mas se continua a alimentar, com aquilo que já é o estertor de uma classe média completamente desválida dos seus critérios.

“Haverá algo mais verdadeiro que reiventar a qualidade?” perguntava Einstein. Uma frase que em Portugal faz tanto sentido quanto é protagonista dos nossos desvarios governamentais.

Se a qualidade fosse reiventada, teríamos politicos de qualidade a trabalharem na política em regime de exclusividade, não acumulando tachos, reformas e interesses.

Se a qualidade fosse reiventada, teríamos sistemas de saúde, justiça e educação que não nos envergonhassem; antes, responderiam às necessidades do país e contribuíriam para um verdadeiro e promissor desenvolvimento.

Se a qualidade fosse reiventada, as famílias teriam condições para serem criadas e fruitferas. O emprego seria estável e os incentivos à maternidade bem reais, ao invés de promessas fáceis à cata de votos que nunca são cumpridas.

Se a qualidade fosse reiventada, saberíamos viver com o que temos e teríamos um Estado que desse exemplos de poupança, de boa gestão de contas públicas, de interesse verdadeiro por quem governa em vez de governar engordando e “governando-se” para seu proveito.

Se a qualidade fosse reiventada não teríamos uma corrupção crescente; antes teríamos as ferramentas para a terminar de forma exemplar e sem conemplações.

Se a qualidade fosse reiventada…. Há tanta coisa que poderíamos acrescentar. Mas, se olharmos para a cara inocente que o nosso Primeiro Ministro consegue fazer, aliada a uma voz de se partir a alma, saberíamos que a qualidade foi reiventada por Sócrates que para reinventar Portugal se transforma num “animal feroz” como já se apelidou a si próprio.

Ele reinventou para Portugal as modernas tecnologias a serem manuseadas desde logo por crianças e tão aplaudidas por parceiros como Hugo Chavez, o supra-sumo do socialismo Sul-Americano….

Ele reiventou para Portugal as modernas oportunidades onde o êxito é feito à base de um facilistismo gritante para quem passa anos a estudar e queimar as pestanas seriamente.

Ele reiventou para Portugal formas de fazer adjudicações sem burocracia mas com uma apetência fantástica por empresas amigas ou perto do partido do governo.

Ele reiventou para Portugal uma nova forma de comunicação social onde paira a palavra censura e a falta de pudor de muitos grupos económicos.

Ele reiventou para Portugal uma nova perspectiva de analisar crises, mascarando a realidade vergonhosa e indecente da sua governação, fazendo sobressair que lá for a é que são os culpados por tudo o que nos está a acontecer.

Ele reiventou a forma de dizer a verdade através de escandalosas mentiras que nos têm transformado num país paupérrimo, onde se vivem verdadeiros dramas e a fome existe.

Ele reiventou para Portugal uma forma de viver de ilusão e aparências através de um branqueamento da fraude, de forma a que, parafraseando Alberto Gonçalves, “a fraude percorre tudo, contamina tudo, arrasa tudo. Hoje a fraude é o país.”

Ele reiventou para Portugal… e tanto aqui pode ser acrescentado.

Não vamos lá com acordos assinados para viabilizações de orçamentos. Só uma varridela bem forte de todos estes politiqueiros e politiquices que andam por aí e a sua substituição pela seriedade, idoneidade, ética e disponibilidade para um trabalho sério pode contribuir para mudarmos paradigmas que nos foram incutindo de facilistismo para todas as coisas, consumo desenfreado sem a contemplação de qualquer poupança, maus investimentos, falta de cidadania, etc.

Haverá algo mais verdadeiro que reiventar a qualidade? (Einstein)

Não me digam que hoje é Sábado e o fim-de-semana é para descansar e calma… que o povo é sereno!!!!!

Porreiro Pá
Oct 15th, 2010 by M.J. Ferreira

Porreiro Pá!
(carregue em cima do “Porreiro” e conheça algumas das medidas fiscais do novo orçamento do Estado. Carregue em cima do “” e saiba o que muda no novo Código Contributivo )

Depois da discussão hoje na Assembleia onde se falou do orçamento, já procurei a “maquineta de fazer furos” e preparo-me para não fazer um… nem dois.. nem três, mas… vários furos no meu cinto e garanto que quase não consigo respirar!
Entretanto, a ironia cresce na igual medida que os bolsos se esvaziam e só me lembro da célebre frase que não resisto a ilustrar: Porreiro Pá!

A digestão é difícil
Sep 30th, 2010 by M.J. Ferreira

Pois … ainda estou a digerir os sacrifícios que nos foram apresentados ontem pelo nosso Primeiro. Confesso que o comentário imediato que as medidas me provocaram foi negativo. Não creio que nos conduzam ao fim de crise nenhuma.

Lembro-me de um velhinho livro de Economia ensinada às meninas no século passado de forma a serem, entre outras coisas, perfeitas “fadas do lar” e a quem competia, quando constituíam família, serem uma espécie de Ministras das Finanças administrando as receitas e as despesas do lar. Pois esse ditoso livro ensinava que as despesas não podiam de forma alguma ser superiores às receitas. Compreende-se. Faz todo o sentido.

Se se gasta o que não se tem e se não se reduzem as despesas, podem dar-se voltas e voltas, inventar pequenos estratagemas para tapar buracos mas a realidade é apenas um buraco, não só cada vez maior, como cada vez mais profundo.

Há um ano atrás andava por aí uma senhora que dizia que não tínhamos dinheiro para nos metermos em aventuras. Como ela até que já não era nada nova, certamente ela conhecia bem os conceitos das meninas de outros tempos que estudavam que as receitas devem sempre ser superiores às despesas. Mas a senhora, para além de velhota, não tinha grande paciência para as luzes da ribalta e era muito pouco fotogénica. Ora isso é meio caminho andado para, numa sociedade de aparências, silicones e “botoxes”, não ter qualquer hipótese de singrar. Um ano depois ninguém fala nisto; mas a verdade, verdadinha, é que a senhora tinha toda a razão e não estava a enganar ninguém. Mas pronto, ninguém se lembra do que é que comeu ontem, como é que se iam lembrar de uma velhota carrancuda, ainda por cima para lhe dar razão?
(devo dizer que estou completamente à vontade para escrever isto porque não tenho afinidades políticas com o partido político da senhora referida)

Mas voltemos ao actual. A digestão é muito difícil para o “molho de bróculos” que o nosso Primeiro nos tem obrigado a comer e que agora ainda regou com uma espécie de “óleo de fígado de bacalhau”. O homem só porque tem nome de filósofo deve julgar-se um poço de sabedoria. Mas quanto mais sabedoria deita cá para fora mais o poço vai adentro.

Não creio, infelizmente, que os sacrifícios que nos são agora pedidos tenham eficácia. Penso que não passam de um “penso rápido” para uma ferida aberta quando o que precisávamos era dessa “ferida” ser fechada com pontos cirúrgicos. Sem que a DESPESA seja verdadeiramente tratada com seriedade apenas nos vão vestindo “coletes de força” para um dia destes começarem a dar-nos “choques eléctricos” de forma a existirmos e movermos-nos no manicómio em que estamos internados.

Enquanto as nossas (do país) Receitas forem inferiores às nossas Despesas e nos continuarmos a endividar como nos temos endividado não vejo com bons olhos um futuro para Portugal. Soluções? Não passam por jogos de bastidores dos políticos que alternam o poder.

É preciso coragem para cortar DESPESA!!!. Muitos já deram listas e listas de desperdícios que não fazem falta nenhuma, como empresas autárquicas, estatais, governos civis, instituições governamentais que não passam de “poleiros” e “tachos” regados com o suor do nosso trabalho com que recebemos salários que não chegam para todos os impostos a que estamos obrigados. Simbolicamente, até o número de deputados na AR pode ser substancialmente reduzido. Assim, como assim, na TV vemos tantas vezes a sala meio vazia…

Bem… desabafei um pouco. Mas a digestão está a ser difícil. Não é fácil digerir os sacrifícios que nos foram apresentados ontem pelo nosso Primeiro. A austeridade é iníqua. O rigor das contas não é coerente nem transparente. Eles ainda hoje no Parlamento diziam que só com estas medidas conseguem dormir. Um dia destes os portugueses nem vão ter cama para dormir.

Dá-me a honra desta dança?
May 18th, 2010 by M.J. Ferreira

Durante os últimos dias, tive visitas em casa e fiquei um pouco afastada destas “lides” bloguistas. Tenho que recuperar o tempo perdido porque houve notícias e das boas, com aquelas frases tipo “chavão” que não vamos conseguir esquecer tão cedo e faz a nossa imaginação delirar um pouco mais no meio do estado crítico em que nos encontramos.

Adorei o nosso Primeiro:

«Para dançar tango são precisos dois e eu não tive parceiro durante meses»

O primeiro-ministro saudou a mudança na liderança do maior partido da oposição, afirmando que «para dançar o tango são precisos dois» e lembrando que «durante muitos meses não tinha parceiro para dançar».

(Só foi pena o Dr. Passos não ter feito mais uns “passinhos” de dança e depois de tantas desculpas que pediu aos seus eleitores laranjinhas, ter esquecido as desculpas àquela senhora velhinha que ele tanto rodopiou para pôr fora da pista de dança e que afinal não se enganou em nenhum dos passos da valsa que cantarolava sem se enganar nos acordes. O Dr. Passos é um exímio bailarino, pelo menos no tango, mas esse não é o único estilo de dança…

Os pecados que nos tiram da crise…
Mar 8th, 2010 by M.J. Ferreira

Foi largamente noticiado que o nosso Primeiro Ministro ia fazer uma comunicação ao país. É claro que às 20 horas em ponto, lá estava eu prontinha para o ouvir atentamente.

E pronto. Lá vi o Sócrates pecar. (“pecar” = acto ou efeito de apresentar o PEC – plano de estabilidade e crescimento).

Ele pecou num tom formal, com pose de Estado, apresentando um a um os pecados que, na sua opinião, vão ajudar a cortar onze mil milhões de euros. (“pecados” = linhas de orientação do PEC)

De uma maneira geral, todos os pecados estão relacionados com medidas muito duras que se irão fazer sentir penosamente naquilo que ainda resta da classe média. Na prática, com as reduções dos incentivos fiscais  na saúde, educação e PPRs, aquela será chamada, em termos de IRS, a pagar mais ou a receber menos.

De um modo geral, os pecados defendidos pelo Governo, com tanto apertar de cinto, vão-nos tornar esterlicadinhos. O  desemprego não diminuirá significativamente, a economia timidamente crescerá devagar, devagarinho e os preços inevitavelmente voltarão a subir. Os pecados apresentados para os ricos e para as grandes empresas não passam de uma brisa suave de moralização para os nossos olhos e ouvidos mas não chegam para evitar uma tempestade de areia no funcionalismo público com uma política salarial de enorme contenção.

Sócrates disse que tem confiança nestes pecados porque justos e necessários. Eles visam equilibrar as contas públicas e relançar a economia e, olhando para o PEC, ai de nós se não fôssemos capaz de crescer de acordo com o previsto. Não há motivação, nem incentivo, nem estímulo. Apenas uma moderação em demasia que esconde a incerteza da produção, a dúvida nas capacidades de um povo cansado de pecado atrás de pecado e sem salvação à vista.

Os pecados de Sócrates, “para mal dos nossos pecados”, podem ser insuficientes e Sócrates continuará a pecar.
“Para mal dos nossos pecados!”

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