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Modernices…
Mar 5th, 2012 by M.J. Ferreira

“O que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade.”
( Karl Mannheim )

Uma notícia de hoje dá conta de um estudo que me inspira alguma tristeza. Não sou contra tecnologia mas considero que todas as coisas têm que ser usadas com sabedoria e bom senso. Mas… leiam e julguem por vós mesmos:

“Estudo: Crianças em idade escolar não sabem atar sapatos, mas conseguem operar um iPhone”

“Tarefas como operar iPhones e DVDs ou fazer login na Internet são «fáceis» hoje em dia para os miúdos com cinco a 13 anos. Já atar os cordões dos sapatos é «difícil», sendo que 45% dos miúdos naquela faixa etária teriam dificuldades nessa actividade.
Estes foram algumas das conclusões a que chegou um estudo da fornecedora de energia npower, que revelou que as crianças de hoje têm muito mais dificuldades em realizar certas tarefas que para a geração anterior eram «de caras»”
(Para ler o resto do artigo, carregue AQUI

.”Tecnologia é a habilidade de organizar o mundo de forma que não tenhamos que senti-lo.” (Max Frisch)
MAS NÓS SOMOS HUMANOS! TEMOS SENTIDOS!
“O verdadeiro perigo não é que computadores começarão a pensar como homens, mas que homens começarão a pensar como computadores.”
Sydney J. Harris

Um país à beira mar plantado, chamado Portugal
Jun 3rd, 2010 by M.J. Ferreira

Um país à beira mar plantado chamado Portugal.
Este país à beira mal plantado é o meu país. Magnífico na História e nas histórias contadas e por contar. Rico na cultura e nas tradições. Cheio de poetas, de lendas e de feitos heróicos. Pleno de belas paisagens e mar a perder de vista.
Um país onde cabem muitas raças, muitos credos, muita esperança e muita fé.
Um país de lutas, de batalhas, de orgulho e de raça.
Um país pioneiro adormecido enquanto espera o Sebastião que traz um qualquer futuro glorioso.
Um país de canções enredado nas malhas dum fado triste de enganos e desalentos.
Um país à beira mar plantado, chamado Portugal.
Ferido na sua honra estrebucha com o som estridente de apitos dourados, faces ocultas e compadrios que nos envergonham sem qualquer pudor.
Esburacado nos seus alicerces desmorona-se lenta e perigosamente pondo a nu um esqueleto desarticulado e apodrecido.
Um país que amo e que não suporto na sua leveza insensível e insustentável com que encara os tempos presentes.

Estes tempos são de uma ironia atroz. Num país onde diariamente os óbitos superam os nascimentos, foi descoberta a pólvora para aumentar a idade para ser criança. Desde ontem, a idade pediátrica foi alargada para os 18 anos e os diversos serviços de pediatria exisentes por Portugal fora vão, de forma gradual e progressiva, estender o atendimento até essa idade, como anunciou o Ministério da Saúde.

Como explicou a Senhora Ministra, a actualização da idade pediátrica vem responder às necessidades dos adolescentes que apresentam características específicas, como por exemplo necessidade de convivência num espaço lúdico e formativo e, nos casos em que é possível, de interacção com a escola.

Confesso que para mim é confuso. Falar em pediatria, como a própria palavra indica e o dicionário esclarece é falar de medicina de crianças (do grego pais, paidós, “criança” + iatreia “medicina” ).

Em Portugal, desde ontem, o bebé que nasceu e começou a crescer é como o/a jovem à porta da maioridade em termos de atendimento no campo da saúde.

A adolescência afinal é apenas uma das fases de ser criança. Estão assim explicadas todas as criancices em que alguns dos nossos adolescentes (digo, crianças) são pródigos. Estou-me a lembrar por exemplo da moda das “pielas” tão em voga em qualquer festa ou, como saiu ontem num jornal diário, do bando que se organiza e tem videos no youtube exibindo armas de fogo, de meia dúzia de adolescentes (perdão, crianças) cuja missão é espalhar a violência, assim numa de revolta juvenil. Ah! Ainda me estou-me a lembrar de outra. Em Portugal, os jovens iniciam a vida sexual cada vez mais cedo. Afinal, como são apenas crianças, só estão a brincar às mamãs e aos papás…

Ai este país à beira mar plantado… Tanto cuidado com as crianças só pode ser sinónimo de um futuro risonho. Como alguém disse “na meiguice do olhar de uma criança é encontrado o verdadeiro amor”. E quem é que pode renegar o amor?

Um conselho: se por acaso se cruzar com um desses adolescentes capaz de insultar tudo e todos, a borrifar-se para a escola e a bater nos professores, lembre-se que isso afinal são apenas criancices próprias dos meninos e das meninas mais traquinas. Que gracinha…

Planeta Terra, Século XXI
May 27th, 2010 by M.J. Ferreira

Deixo-vos um link que merece a pena ver. Não estamos a falar do passado.
Estamos a falar do ano de 2010 e do mundo que habitamos.
Para aceder carregue aqui

As crianças…
May 3rd, 2010 by M.J. Ferreira

Já não me lembro quem foi que disse algo como: “as crianças falam até à última das suas palavras”. Eu acrescento: falam até ao último dos seus gestos…

O resto é feito de areia
Jan 6th, 2010 by M.J. Ferreira

O resto é feito de areia
Se você conseguir ler as primeiras palavras o cérebro decifrará automaticamente as outras…

3M D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45.
QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4. 4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, M45 C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0.
C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40; G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R. M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R!
S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 0 C4R1NH0.

0 R3570 3 F3170 D3 4R314.

A família deixa (deixou?) de ser um espaço de cumplicidades
Nov 5th, 2009 by M.J. Ferreira

Quando olho à minha volta, uma das coisas que mais me preocupa é a forma como a educação se tem desenvolvido. Não estou a falar, pelo menos agora, sobre os manuais ou os currículos escolares ainda que neles a qualidade seja um dos factores mais importantes, a par de profissionais responsáveis que os ponham em prática duma forma que motive e responsabilize os seus destinatários. Não é para menos, os miúdos vão ser em alguns anos o futuro deste país.

Agora, falo das bases, dos alicerces, da própria família e até parece que os pais se andam a portar pior que os filhos.

Freud disse uma vez que “a educação consiste em saber como dar à criança a quantidade certa de amor”. Se lermos esta frase com atenção e concordando ou não com ela, seja qual for a nossa religião, sexo ou raça, não nos deixa indiferentes. No entanto, nos nossos dias dar a quantidade certa de amor tem-se revelado uma dor de cabeça para pais e filhos ao mesmo tempo.

As famílias hoje, para além dos problemas financeiros, dos medos e ansiedades que um emprego precário acarreta, debatem-se com a falta de tempo. E esta falta de tempo repercute-se a nível familiar onde os nossos compromissos como pais e educadores são vencidos pelo cansaço, stress, rotinas e sei lá mais quê. Lentamente temo-nos afastado das responsabilidades e substituído o amor por coisas práticas que os miúdos desejam e apalpam.

Até na mesa das refeições notamos o afastamento. Até porque na maior parte dos casos as refeições são acompanhadas por ruídos de fundo: telenovelas, futebóis, notícias e imagens chocantes, etc., etc.

Perde-se (perdeu-se?) a capacidade de partilhar os bons e os maus momentos do dia, de dialogar, de expressar os nossos sentimentos. A situação piora um pouco se na família, os horários a cumprir por cada um, não permitem que se sentem todos, calmamente, à mesma mesa.

A família deixa (deixou?) de ser um espaço de cumplicidades, com pontos de referência comuns, para ser um espaço onde cada um fala uma linguagem que não é entendida pelos outros. E é muito triste quando numa mesma família parece que todos falam estrangeiro entre si.

A família parece unida, vivendo na mesma casa, mas quantas vezes não estão os miúdos fechados no quarto ou em frente do televisor ou, simplesmente, deambulando por aí na escola da vida, procurando as referências certas para sobreviverem no futuro, de uma forma melhor que o exemplo que vêem em casa?

Se calhar, nós, os pais, até achamos que esta forma de estar é prática. Se calhar, já tivemos tantas chatices no emprego, nos transportes, na caixa do correio com as contas que acabaram de chegar que a nossa cabeça está a arrebentar. Depois, os miúdos só fazem reclamações, exigências, barulho…

Deixamos que as coisinhas pequenas se transformem em autênticas bolas de neve. Depois ficamos surpreendidos com a falta de rendimento escolar, com a linguagem que usam, com a falta de disciplina, com a falta de hábitos, com a hora a que se deitam, com os filmes que vêem, …

Que fazemos?

Quantas vezes lhes exigimos que sejam os melhores (esses são os que não dão problemas!) e não aplaudimos os seus esforços que não dão mais que um “Satisfaz”?

Quantas vezes não responsabilizamos a escola, os professores, a igreja – se a frequentamos, e até o próprio governo por aquilo que são as nossas responsabilidades?

Quantas vezes não somos demasiado permissivos como forma de compensar os erros que cometemos e tardamos a reconhecer? Em vez de segurança e responsabilidade bombardeamos os miúdos com gritos, ralhos e ameaças que incentivam a discórdia, atitudes de protesto e uma revolta latente.

Quantas vezes não escolhemos transformar o nosso amor, a simples palavra “amo-te” ou como se diz em português “gosto muito de ti” numa atitude permissiva onde a palavra “não” há muito foi abandonada pelos traumas que julgamos pode causar? Quantas vezes para compensar a nossa falta de tempo não vamos fazer mais um sacrificiozinho e compramos a PlayStation, aquele jogo ou a Barbie dos bebés tão desejados? Sacrifício atrás de sacrifício e eles não entendem.

No entanto somos nós que não entendemos que eles e elas apenas querem ser eles próprios. Querem ser amados pelo que são e crescer úteis e felizes, com um tempo certo para cada coisa.

O mais giro é que os miúdos quase sempre deixaram uma pista, deram-nos todas as indicações que precisavam da nossa ajuda e nós, com a nossa falta de tempo, não percebemos e ignorámos os sinais.

Se pensamos que as diversas crises de crescimento como “a idade da prateleira”ou a adolescência passam e explicam todas as coisas “chatas” e desagradáveis e esperarmos calmamente sentados pode ser tarde.

Não podemos “abandonar” os nossos filhos, o futuro deste país, por mais tempo. Até porque eles se apresentam grandes Schwarzenegers em casa e com os amigos mas a realidade é que são uns anõezinhos na vida.

“Percamos” tempo a ouvi-los. Arranjemos espaço e oportunidade para o diálogo. Descubramos o prazer de sermos pais responsáveis que naturalmente erram. Quando falhamos, que o pedido de desculpas seja algo que faz parte intrínseca do nosso vocabulário. Depois, não permitamos que as nossas frustrações, aquilo que nós próprios não conseguimos, lhes seja exigido.

Façamos-lhes a carícia que eles, mesmo espigadotes com a “crista” a crescer acham “careta” mas adoram. Reaprendamos o hábito dos passeios, da história ao deitar ou das histórias da família. Não permitamos que os nossos filhos cresçam órfãos de pais vivos. Reaprendamos a ser pais. No nosso lar já começou a grande aventura que é criar o futuro de Portugal.

Na Bíblia está escrito: ensina à criança o caminho por onde deve andar e quando for velho ainda continuará a andar por ele.

É só preciso aprendermos a dar-lhes a quantidade certa de amor.

“Não são as ervas más que afogam a semente, mas sim a negligência do lavrador” – Confúcio

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