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A semana do Natal – Quarta-Feira
December 22nd, 2010 by M.J. Ferreira

Não sei bem porquê mas esta semana está a passar-se demasiado depressa. Tão depressa que hoje já é Quarta-Feira e falta apenas mais uma noite para ser a Consoada.
A Consoada é mesmo tradicional. Cá em casa come-se o bacalhau cozido com couves portuguesas. No entanto, a verdade é que, à medida que a idade vai avançando, fica muito pouco espaço para as sobremesas que se fazem ao longo de todo o dia.

Habitualmente a Consoada é passada com as nossas mães e depois do jantar a mesa é posta com os doces, um Porto e licores diversos. Conversa-se, rimos e petisca-se à medida que o estômago não consegue resistir ao cheirinho do açúcar e canela das fatias paridas ou das filhós.

Há muito que troquei a missa do galo por um relacionamento diário com Deus que me leva à vivência diária dum cristianismo bíblico que me transforma, me guia, me acompanha, me alimenta e me amadurece, dando-me o discernimento e a sabedoria para cada desafio, a paciência e a perseverança para cada dificuldade, o abraço e o consolo nos momentos menos alegres, a certeza da esperança, o amor que partilho.

Antes da meia-noite, vamos para a cama e as lembranças que juntámos para os nossos queridos são abertas no dia de Natal.

Hoje, praticamente estive fora todo o dia. Um acidente de que presenciei os primeiros socorros que chegavam ao local deixou-me sem palavras pela violência do que terá sido o impacto das viaturas que se encontravam numa amálgama completa que não permitia vislumbrar as formas normais do que terá sido um carro. Cheirava a morte no rosto dos bombeiros, dos militares da GNR e dos paramédicos, cheirava a morte nos olhares abatidos dos que pararam para ver. Apenas consegui mentalmente orar por aqueles que tentavam puxar corpos e animar vidas, por aqueles que brutalmente iam receber notícias devastadoras a três dias do Natal.

E o Natal é uma festa de vida. Uma vida que começa no coração de Deus. Uma festa de vida oferecida a todos por igual. Uma festa que se completa à medida que alcança o coração do homem que passa, assim, a ter vida e vida em abundância. Uma vida cujo termo não conhece tempo porque a fé e a esperança dão a certeza de uma eternidade com Deus. Ainda que a morte física nos separe daqueles que amamos, a festa da vida que começou no dia que Jesus nasceu no coração de cada homem não termina nunca.

Preparamos sempre tantos presentes mas o melhor presente de cada Natal é apenas Jesus.


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