Estou divertidíssima com o que se passa no PS. Já ão tinha dúvidas mas agora tenho a certeza de que não é alternativa de governo ou ao governo. Porquê? Porque em vez de contribuir de forma responsável para as reformas que se têm de fazer com ideias válidas, prefere cantar de galo afastando-se das discussões, não demonstrando qualquer interesse pelo interesse nacional e preferindo lutas internas pelo poder que ambicionam a qualquer custo. A qualquer custo mas parco ou infértil em medidas ou projectos que se apresentem viáveis porque esquecem com uma facilidade incrível que, infelizmente por causa de um governo PS, estamos fortemente condicionados pela troika. A prová-lo, ainda recentemente Bruxelas rejeitou um terço do plano de estímulo de António José Seguro que desta forma, aos poucos, se vai confrontando com a realidade. É que estar na oposição a criticar é fácil e até pode dar popularidade e estatísticas favoráveis mas não traz sabedoria. É que se o António José Seguro olhar bem para a sua mão, cada vez que aponta o dedo ao Governo, tem três (dedos) a apontar para si próprio, que é como quem diz, para o PS. Com o PS estaríamos certamente a trilhar um caminho diferente mas dificilmente melhor.
Já não nos bastava o Acordo Ortográfico para desvirtuar a Língua Portuguesa e ainda temos lições inesperadas e completamente desbocadas sobre o mau uso daquela que nos deixam completamente envergonhados.
Então não é que hoje um senhor deputado do PS, que por acaso até é vice-presidente do seu grupo parlamentar, disse alto e bom som que se estava a marimbar para os credores alemães. Mais, estava a marimbar-se que nos chamem irresponsáveis Até porque, segundo ele, temos uma bomba atómica que podemos usar na cara dos alemães e franceses e essa bomba atómica é simplesmente dizer-lhes olhos nos olhos e, quiçá, com o tradutor do Google a ajudar: ou os senhores se põem finos ou nós não pagamos. E se lhes dissermos isso, afiança o Pedro Nuno Santos, as pernas dos banqueiros alemães até tremem.
Há tão pouco tempo foi Sócrates a dar lições sobre as dívidas que não se devem pagar. Agora, mais um do mesmo partido que, não estando em Paris a estudar Filosofia, ao invés de dar conferencias para universitários, fala em jantares de Natal. Contudo, o mesmo tipo de raciocínio em questões de dívidas. Um não paga e o outro marimba-se! Um foi uma bomba atómica que nos caiu em cima (os danos colaterais continuam intensos…) e outro ameaça com mais uma bomba atómica… Bem senhores, tenham juízo! Ou os senhores se põem finos ou ainda os mandamos para algum hospício.
Entretanto, se calhar, o melhor será aprendermos a conjugar devidamente o verbo marimbar. É que apetece mesmo marimbar-nos para tanta falta de bom senso, de ética e de boas maneiras.
Eu marimbo-me para políticos incompetentes que se marimbaram, marimbam ou marimbarão para Portugal. Tu marimbas-te para o que te quiseres marimbar porque não posso obrigar-te a marimbar para o que eu me marimbo. Ele marimba-se porque não conseguiu acabar o curso de Engenharia na Independente como o colega com nome de filósofo. Nós marimbamo-nos para tantos “marimbanismos”. Vós (esta pessoa tem tendência a desaparecer) Eles marimbam-se para o esforço que é estar a conjugar pronominalmente o verbo marimbar sem que saibamos muito bem se nos marimbamos sozinhos ou em grupo.
Ó Zé Seguro, segura-te bem porque tens uns camaradas muito “bombásticos”…
Felizmente, falta pouco tempo para a Campanha Eleitoral terminar e não termos que assistir às peripécias dos ditos dois maiores partidos do país. Hoje, com a chamada de Passos para uma reavaliação da Lei do Aborto pode perceber-se que vale tudo para caçar votos.
É doloroso assistir ao que se passa diariamente entre PS e PSD. É mesmo uma lástima incómoda pela ausência da dignidade que deve pautar a apresentação de como devem ser geridos os destinos da Nação. Penso que esta atitude nos deve fazer pensar duas vezes. E eu digo duas vezes, não porque esse é o dito tradicional mas, porque saltam imediatamente dois pensamentos que não devem andar muito longe da verdade.
O primeiro, é que o líder do partido que foi governo e que se recandidata à mesmíssima ocupação dos últimos seis anos sofre de uma falta de humildade incapaz de reconhecer a sua obra e prefere a atitude tão portuguesa do “eu não tive a culpa” e, por isso, não mereço castigo. O lema parece ser: continuem a confiar porque tenho 78 milhões de razões para ficar. Em contrapartida, o líder do que foi o maior partido da oposição, e que quer ser Primeiro Ministro, certamente deslumbrado com os métodos dos que quer destituir, acaba por cair na armadilha de tentar jogar com as armas daqueles, quando deveria apresentar-se com a humildade de quem quer ser e fazer diferente não se deixando enredar nos labirintos perigosos da maledicência e dos ataques pessoais. O lema parece ser: confiem porque tenho 78 milhões de razões para mudar as caras dos que tiveram nos últimos seis anos.
O segundo pensamento, aponta para o vale tudo. Do partido do PM demissionário e, desde que este continue a liderar os destinos daquele, espera-se o uso pernicioso da criatividade dos Directores de Campanha, não só onde vale tudo mas, também, onde tudo e mais alguma coisa pode vir a lume, uma vez que os brandos costumes têm aceite com um sorriso brando o branquear actuações, declarações, decisões e outras coisas terminadas em “ões”. O caso recente dos emigrantes – alguns nem legais estavam – para ocupar espaço e agitar bandeirinhas foi degradante… Mas, do partido do que ser PM e que, cujo líder, para o bem e para o mal, não apresenta, nos últimos anos, destaque político ou cargos políticos; ao invés de usar isso como uma mudança do que a sociedade necessita, ainda não surgiu a humilde honestidade de combater apenas com trabalho e integridade. O resultado são tiros nos pés e não há sapatos que aguentem esburacados a caminhada que uma Campanha Eleitoral exige.
Não tenho dúvidas que hoje Passos esburacou um pouco mais o seu calçado. Considerar que pode ser reavaliada a Lei do Aborto nesta altura do campeonato é apenas uma tentativa infeliz de captar o eleitorado do CDS-PP, dado o pavor que pode ser o crescimento daquele partido nos resultados de Junho, o que iria baralhar os interesses dos laranjinhas. Qualquer cabeça pensante sabe que a entrevista a Passos Coelho ocorreu na Rádio Renascença e começa a perceber que Passos tem mais de Sócrates do que Ferreira Leite (Sócrates na sua enorme capacidade e habilidade para prometer sem cumprir e Ferreira Leite na sua enorme determinação em dizer a verdade, ainda que isso faça perder votos; o que, na experiência recente da velha senhora, atirou o PSD para um baixo resultado em Legislativas).
Reavaliar a Lei do Aborto neste momento, invocando até a possibilidade de um novo Referendo, é desfocar dos problemas reais que o país atravessa quando o dinheiro “disponível” nem chega para pagar as necessidades da gestão diária. Que tentativa feia e baixa de roubar votos a um eleitorado que os de esquerda gostam de chamar de direita, como se isso fosse depreciativo, a liberdade de escolha não existisse e a democracia estivesse morta. Já não bastava o buraco abismal pelo convite dirigido a Fernando Nobre e por este aceite e… hoje mais esta… Nem sei se ainda vai conseguir colocar meias solas a tempo para o resto da caminhada que falta até ao encerramento da Campanha.
Felizmente, e porque o meu voto há muito que está decidido, não sou um eleitor indeciso. Há muito que decidi que o meu voto vai ser CDS-PP. E estou satisfeita e identificada com o que este pequeno partido tem trabalhado e defendido. Como Nuno Rogeiro, em crónica recente na Revista Sábado (nº368, pag. 56) escreveu, “os bons resultados do partido de Portas (ainda é o partido de Portas, sendo isso uma força e uma fraqueza) explicam-se facilmente. O PP é coerente, mas racional. O PP é teimoso, mas com ideias. O PP é articulado, mas sintético. O PP faz os trabalhos de casa (sem copiar). O PP tem uma linha, onde outros pescam à linha. E possui uma estratégia, onde outros só têm lanternas, e mapas desactualizados”. Setenta e oito milhões de razões para serem a mudança que estamos a precisar.
Bem… mas que grande 31 – bem diferente do de ontem… – em que o PSD se meteu. Ainda esta semana eu dizia que a escolha de Fernando Nobre ia dar uma grande azia e… então não é que já começou?
Pois o senhor doutor Nobre já “arrotou” que irá renunciar ao mandato de deputado caso não seja eleito presidente da Assembleia da República. Ora aí está um exemplo de “cidadania vil”, completamente o oposto do que sempre disse ser e defender. Enfim, o homem aprende depressa a ser um politiqueiro igual ao pior que já temos e de que estamos fartos. Sabem o que vos digo: “Nobre – nobre” só as salsichas! e mesmo assim, quando as compro, escolho marca branca que são iguais e mais baratas.
Não voto PSD e esta escolha tão desacertada ainda me afasta mais do partido que quer ser maioria e governar com o FMI o que resta de Portugal. Ainda me lembro do que aconteceu nas últimas eleições autárquicas, onde vozes do PSD se levantaram contra algumas senhoras deputadas europeias pelo PS que concorriam ao lugar de Presidentes de Câmara à condição de se não fossem eleitas voltariam para o Parlamento Europeu. Onde está a coerência – agora que já se sabe à boca cheia que irá acontecer algo semelhante?
É claro que o líder do PSD na altura era outro. Melhor dizendo, era outra. A tal de “velhota” que falava só a verdade e de que ninguém gostava porque dizia que não tínhamos dinheiro para loucuras. Como será agora? Com certeza, a avidez do poder, espera que se tire algum coelho da cartola… Vamos lá ver é se a cartola não sai furada e o coelho vai por aí com o rabito entre as pernas…
O Diário de Notícias, na edição de hoje, escreve que o PS admite incorporar o direito à adopção na lei dos casamentos homossexuais no caso do Tribunal Constitucional poder chumbar a lei que fez aprovar, à pressa, na passada sexta-feira, na Assembleia da República.
A palavra do Primeiro Ministro está à prova pois ele esclareceu que tal medida não faria parte desta legislatura, uma vez que não tinha sido apresentada e discutida durante a campanha eleitoral para as legislativas.
É minha opinião que se o Tribunal Constitucional chumbar a lei, que é o que espero, esta seria uma oportunidade de ouro para o PS se revestir da humildade que lhe tem faltado e ouvir atentamente a voz do povo. A acontecer o cenário do chumbo este seria realmente o momento para reformular uma lei que não tem pés nem cabeça e começar a chamar as coisas pelo nome. De forma alguma podemos considerar igual aquilo que é diferente.