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Vida simples
Sep 8th, 2011 by M.J. Ferreira

A vida é curta demais para acordarmos de manhã com remorsos.

Então, que possamos manter a nossa consciência em paz, a nossa integridade inviolável e os nossos pensamentos puros.

Que o nosso testemunho seja edificante, as nossas palavras motivadoras e os nossos gestos coerentes com o que dizemos, fazemos e pensamos.

Que aprendamos todos os tempos dos verbos amar e perdoar. Que o sorriso não se aparte dos nossos olhos e a nossa mão esteja disposta a ajudar.

A vida pode ser simples assim.

Tenha um bom dia
Sep 2nd, 2011 by M.J. Ferreira

Tenha um bom dia!

Porquê?!?
Porque todos os dias significam um novo amanhecer, um novo começar, uma nova esperança. Quem tem esperança sabe que nenhuma tristeza, que nenhuma dificuldade é eterna. Sabe que, após os dias de chuva, vêm os dias de Sol…
Ainda que o sofrimento e a dor nos sufoquem tantas vezes e que as dificuldades nos asfixiem, não nos devem impedir de perceber a brisa que nos afaga com a forma de um sorriso, de uma oração, de um abraço, de um pensamento, de uma lágrima ou de um carinho partilhados.
Alguém disse que “a dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos.” Por isso, quando sentirmos que a “carga é demasiado pesada”, devemos aprender a dar mais valor e mais sentido a tudo o que está à nossa volta. É apreciarmos o que temos e como podemos de cada dia fazer um ponto de partida. Porque cada dia de vida é uma benção que podemos e devemos partilhar.

Então, tenha um bom dia!
Que o seu caminho seja suavizado pela brisa do ar que lhe fará cócegas de mansinho, trazendo com ele o aroma das coisas boas que darão cor ao seu dia.

Eutanásia
Aug 1st, 2011 by M.J. Ferreira

“O Bloco de Esquerda quer legislar sobre a morte assistida em Portugal. Concorda com a legalização da eutanásia?”
Esta era a questão que o site da Sapo.pt tinha no final da semana passada para votação. Na altura em que comecei a que escrever este “post”, o “sim” tinha pouco mais que 70% da votação.

Não me surpreende que o BE apresente este tipo de propostas. Surpreende-me é que no momento que atravessamos de enorme seriedade, a necessitar de um grande esforço de todos, haja grupos que, não conseguindo fazer-se ouvir da mesma forma que outra esquerda que enche ruas de improdutividade, ache que a discussão da eutanásia tem prioridade sobre as dificuldades sociais que uma população a que se acrescem novos pobres todos os dias apresenta.

Depois da questão da interrupção voluntária da gravidez, onde digam o que quiserem dizer, é legalizada a morte de um bebé em gestação, por vontade da mãe; a eutanásia continua na mesma linha. Pretende a legalização da morte assistida a pedido do paciente.

Tal como um bebé pode ser indesejado e, por isso, deitado fora ou descartado, uma pessoa pode chegar a determinado estado em que não tem a capacidade para tratar de si própria, podendo vir a tornar-se indesejada pelos seus cuidadores ou, estando perante uma situação incurável e, por isso irreversível, não pretende sofrer a degradação a nível físico e psicológico, bem como a dependência de terceiros, escolhendo desfazer-se da vida, deitando fora o que resta depois de usar o que conseguiu aceitar.

São inúmeras as questões (éticas, morais, jurídicas, civis, religiosas, …) que a eutanásia acarreta.

Embora, seja um tema pertinente que, mais tarde ou mais cedo, será discutido a nível nacional, não me parece tão urgente esta discussão quando penso no que já temos sobre cuidados paliativos. Este campo sim, merece, do meu ponto de vista ser devidamente implementado e explicado por todo o país.

Poderão dizer-me os defensores da eutanásia: “para quê prolongar o sofrimento do que já tem um desfecho certo?”. Não se trata de prolongar, mas de apoiar e ajudar a suportar. E, nesse caso, os cuidados paliativos com toda a acção paliativa que envolvem, são cuidados de saúde interdisciplinares, rigorosos e humanizados que se destinam, não só a a intervir activamente no sofrimento dos doentes avançados e incuráveis e/ou muito graves, como dos seus familiares. Têm como objectivo proporcionar aos doentes e aos que lhe são próximos, não só dignidade, como a máxima qualidade de vida possível. Ajudam a aceitar a inevitabilidade da morte não prolongando o sofrimento mas, também, não a provocando.

Apesar dos esforços dos profissionais e dos apelos de dezenas de milhares de cidadãos, os cuidados paliativos estão longe de ser uma realidade para a maioria dos que deles necessitam. Depois, nem todas as doenças estão neste momento indicadas pelo SNS para poderem beneficiar de cuidados e acção paliativa. Por isso mesmo, sem que estes cubram todos os casos possíveis e estejam ao alcance de todos, parece-me prematuro discutir algo radical como a decisão da própria morte.

A dignidade da vida é algo que está inerente à nossa Criação e, em termos constitucionais, não só a merecemos como a ela temos direito. O Estado deve estar comprometido em proporcionar aos cidadãos a sua defesa intransigente no interesse e salvaguarda do bem comum.

A dignidade da vida, ao contrário do que muitos querem fazer acreditar, nunca é defendida por sociedades com mentalidade individualista, hedonista e utilitária, onde o egoísmo e os prazeres imediatos têm influído no comportamento das pessoas, fazendo-as agir nas atitudes do dia-a-dia contra a dignidade da vida e a própria essência da sociedade – a família.

Este tipo de sociedades pretende descartar o difícil, o indesejado, o exigente, por via de soluções que implicam desistência, a renúncia à própria vida. Defendem, em substituição, a dignidade da morte com o que chamam de morte digna. Mas não há mortes dignas ou indignas. Em relação à morte, devemos aprender a aceitar que a vida tem limites e que termina naturalmente na morte. Por isso, a defesa de uma “morte digna” não é mais que um nome “bonito” para uma mentalidade anti-vida.

Na realidade, esta mentalidade anti-vida, a que a comunicação social teima em fazer bandeira de tempos a tempos, habitualmente servindo-se de imagens fortes de enorme sofrimento, influencia as pessoas a aceitarem o que não é natural e que muitas vezes contraria as suas próprias convicções mais íntimas, apelando para falsas necessidades, falsas liberdades e, sobretudo, a uma falsa felicidade.

O que é mesmo urgente, é que o acesso aos cuidados paliativos seja um direito universal e uma prática comum. Só estes são a resposta positiva e de esperança que diz não à falta de humanidade, à falta de amor e à falta de preparação, que advém muitas vezes da incapacidade de aceitar limites ou, até, da falta de formação qualificada para lidar com os que não se curam e seus familiares.

Por isso, eu defendo, uma rede nacional de cuidados paliativos porque, todos, mas mesmo todos, do mais rico ao mais pobre, temos direito, seja quais forem as nossas capacidades físicas, intelectuais, psicológicas, de doenças avançadas, incuráveis e progressivas, com situações irreversíveis, a uma vida com qualidade, a uma vida digna que, seja qual for o tempo que o nosso coração bata, termine numa “morte digna”. Isto é que eu queria que fosse uma realidade no meu País.

# 100
Mar 10th, 2011 by M.J. Ferreira

“Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!”
(Florbela Espanca)

# 86
Dec 13th, 2010 by M.J. Ferreira

‎”O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos.
A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença.”
(Luís Fernando Veríssimo)

Olá pai
Sep 28th, 2010 by M.J. Ferreira

Hoje dói-me a garganta. Começou a doer pelo fim da tarde.
Detesto dores de garganta. Custa a rir, custa a falar, custa engolir e mais uma data de custos que agora não me lembro.
Se me dói a falar alto, não tenho outro remédio se não falar comigo. Assim posso pronunciar a linguagem do silêncio que ecoa por todo o meu ser, inundando-me com o mais profundo dos sentimentos.
Faz hoje 10 anos que vi o meu pai pela última vez. Faleceu no dia seguinte, o dia 29, de madrugada; no dia em que o meu filho, e seu neto mais velho, completava 18 anos.
Que conversa bonita para ter comigo. Recordar o meu pai coloca-me um sorriso nos lábios que se traduz na certeza de que apesar das saudades não se resolverem, as memórias que não se dissipam perpetuam quem partiu. Depois, o dia da sua morte continua a ser celebrado com vida, a vida do neto que tanto desejou e amou.
10 anos depois não vou chorar porque o meu pai adorava ver-nos sorrir, não me deixo sofrer porque o meu pai sempre fez o possível pela nossa felicidade, não vou sentir que perdi pois o meu pai continua vivo nas recordações pequenas e grandes de todos os dias e ainda hoje consegue colocar-me um sorriso nos lábios.
Olá pai. A mãe amanhã está connosco para cantarmos os parabéns ao teu neto e podes estar descansado. Ele é um rapaz de que certeza te ias orgulhar.

Reagir e continuar a avançar
Jul 15th, 2010 by M.J. Ferreira

Não é verdade que possamos eliminar da vida as grandes contrariedades, as decisões custosas, a doença, o esforço quase insuportável, a dor física e moral, a morte. Seremos felizes com eles ou não seremos felizes nunca. A vida é de tal maneira que o homem deve erguer-se nela como o castelo. Deve ser construído, pedra a pedra, de forma a permanecer no seu lugar quando sopram ventos inesperadamente fortes; de forma a cumprir aquilo que dele se espera, aquilo a que se comprometeu, aquilo que o torna feliz.” (Paulo Geraldo)

Hoje e amanhã são, outra vez, dias de despedida. De despedida de uma prima do meu pai que faleceu hoje de madrugada. As coisas que a gente se lembra. Recordo que a única mordidela que sofri de um cão foi na casa desta prima, era eu uma gaiata, e o cão, um daqueles caniches com pelo encaracolado. Desde esse dia, não lhes acho graça nenhuma (aos caniches, bem entendido).
Mas estes dias são, igualmente, dias de família. Onde vejo primos e primas de mais ao menos a minha idade e os filhos e filhas destes primos que eu nem conheço, alguns deles já com filhos e filhas também. Gerações que partilham identidade, o mesmo nome, ligeiras parecenças.
Ultimamente, tem sido um tempo de olhar a morte na família. Pensar nela. Mas isso é um exercício pedagógico. Devemos pensar na morte. Não só pensar, mas analisá-la. Não como se analisa um inimigo, para ver se o podemos derrotar, mas como quem olha para dentro de si próprio com o objectivo de melhor se conhecer.
Diante da morte, só há que ser sereno. Porque a morte não é o fim, mas o princípio. Quando morremos, partimos fisicamente e deixamos atrás de nós tudo o que possuímos, levando connosco tudo o que somos.
A morte é apenas uma mudança na vida. Uma chegada e não uma partida. Esse é o fervor de todo o cristão que sabe que a vida muda mas não acaba. Morrer não é mais que viver a eternidade futura.
Por isso, face a qualquer morte é preciso reagir e continuar a avançar. Porque as estrelas continuam a brilhar, as flores a despontar, os pássaros a chilrear, as crianças a nascer.

Não é verdade que possamos eliminar da vida as grandes contrariedades, as decisões custosas, a doença, o esforço quase insuportável, a dor física e moral, a morte. Seremos felizes com eles ou não seremos felizes nunca. A vida é de tal maneira que o homem deve erguer-se nela como o castelo. Deve ser construído, pedra a pedra, de forma a permanecer no seu lugar quando sopram ventos inesperadamente fortes; de forma a cumprir aquilo que dele se espera, aquilo a que se comprometeu, aquilo que o torna feliz.” (Paulo Geraldo)

Seremos felizes com essas coisas.

Os pinheiros sabem quando é a Páscoa
Apr 5th, 2010 by M.J. Ferreira

O fim de semana foi óptimo e o Domingo de Páscoa foi celebrado em família. Uma renovação fidedigna do amor que sentimos uns pelos outros e partilhamos ciosamente em toda a sua pureza e preciosidade.

Ter passado pelo Alentejo fez-me recordar uma velha história que há muitos anos tinha ouvido sobre os pinheiros e o facto de eles saberem quando é o tempo da Páscoa. Pude confirmá-lo “in loco” e sinto-me agradecida por isso.

A história dos pinheiros é uma das muitas que passa de pais para filhos e nos remete para a beleza harmoniosa e simples de toda a natureza. Não percebe porquê? Eu explico a história dos pinheiros.

Cerca de duas semanas antes da Páscoa, os pinheiros têm os novos rebentos a despontar. Se olharmos para o topo de cada um, poderão ver-se pequenos rebentos de um amarelo acastanhado. À medida que a Páscoa se aproxima, os rebentos mais altos vão ramificar e formarão uma cruz.

Até que a Páscoa venha, a maioria dos pinheiros terá pequenas cruzes de um tom castanho amarelado nas pontas dos seus ramos. Quando olhamos para os pinheiros, podemos testemunhar a história uma vez ouvida e que a memória não vai deixar esquecer.

Pude observar e fotografar muitos pinheiros com os seus rebentos a apontar para o céu. Os mais altos brilhavam à luz do sol mostrando em cada cume pequenas cruzes que de maneira harmoniosa se espalham contra o espaço azul celeste e nos recordam a Paixão de Cristo. Cada uma destas cruzes irá dar lugar à renovação dos ramos e à continuação da vida de todos os pinheiros que crescem e se multiplicam a olhar o céu.

Os pinheiros sabem quando é a Páscoa. Parecem recordar a todos os que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver que para a renovação, para a nova vida que se inicia e desenvolve, há que passar pela cruz. Que revelação tão simples e tão perfeita.

Quão maravilhosa e bela é a obra da criação.

Ai… ai… a vida
Feb 4th, 2010 by M.J. Ferreira

Hoje estou muito filosófica, cheia de pensamentos, um pouco irascível até. Por isso, a minha cabeça está num turbilhão, o que dificulta colocar todas as ideias de forma escrita.

Tenho estado a pensar numa pessoa que encontrei e que estava de tal forma descontente com a sua vida, capaz de se desanimar de tal forma, que se considerava uma coitadinha, uma vítima do mundo, incapaz de perceber que as lamúrias matam o desejo de agir, não a ensinam a ter objectivos e inibem qualquer satisfação pessoal.

Hoje a vida, como é fácil reconhecer, está difícil para todos. Repete-se esta ideia e embora ela não esteja assim tão longe da realidade, não pode ser sinónimo de imobilismo ou “tragédia grega”. Antes, deve incutir beligerância, ir à luta. Muitas vezes essa batalha é connosco próprios porque a vida consiste em aprender a viver com autonomia, tanto individual como socialmente, em grupo. Para isso, é preciso que cada um esteja familiarizado e à vontade consigo próprio, que cada um se possa reconhecer a si mesmo. Penso que isso significa, de uma maneira muito básica, saber responder a três questões: quem sou?; o que faço aqui?; para onde vou?. Isto é, descobrir quem somos e aprender o que temos para oferecer à sociedade, ao contexto, em que nos inserimos e, finalmente, definir como fazer para que essa oferta seja válida. Esse é o trabalho de uma vida.

Às vezes, é preciso descer do pedestal em que nos colocamos e, pés na terra, com humildade, receber o que nos é dado, percorrendo com agrado o caminho que se encontra pela frente. Outras vezes, é preciso arriscar situações novas e desconhecidas, aceitá-las e vencer os desafios de cada dia. Noutras alturas, ainda, nada faz sentido e é preciso parar e avaliar. Mas todos os dias descobrir, aprender e executar. Agir determina acção. Triunfar é o resultado da acção. E, triunfar não significa necessariamente “ser o primeiro”, “ser o melhor” mas conseguir chegar ao fim de cada dia com a consciência que levámos a cabo as nossas tarefas e as executámos dando o nosso melhor.

A vida é simples; nós é que a complicamos.

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