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Manifs e outras coisas
Oct 16th, 2012 by M.J. Ferreira

Hoje, à porta da Assembleia da República batem-se tampas, tachos e panelas numa manifestação organizada pelo sector da restauração que queria ver o IVA diminuir para os 13%.

Mais a Norte, a Selecção Nacional de Futebol está com certeza em “protesto” com uma greve de zelo que se manifesta num jogo pouco conseguido, sem honra nem brio, e cheio de estrelas mimadas e sem brilho, não indo além de um empate com uma selecção irlandesa bastante inferior, muito provavelmente por causa do IA para altas cilindradas ou o aumento do IMI para as casas de luxo…

Um jornal do dia dá destaque às mamas de uma manifestante ontem no cerco à Assembleia transformando-a numa “heroína” republicana…

Outra comunicação continua a política de tricas e intrigas que um povo inculto e voyeurista bebe e devora avidamente sem distinguir trigo e joio…

Só tenho pena que o Hino Nacional entoado por 50.000 no Estádio e mais uns milhares em casas, cafés, colectividades e afins não fique impactado na alma lusitana e nos impulsione a “pela Pátria lutar” com assertividade, honestidade, carácter, honra e dignidade, resistindo contra os canhões que bombardeiam com criticismo, cinismo e hipocrisia num ruído ensurdecedor que tenta esconder a ausência total de soluções responsáveis para levantar “hoje de novo o esplendor de Portugal”.

Transcrevo a seguir um artigo de Jacques Amaury, Sociólogo francês, Professor na Universidade de Estrasburgo:

“Pobre povo do magnífico Portugal

Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais.
Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem-se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união.

Foi o país onde mais a CE investiu “per capita” e o que menos proveito retirou. Não se atualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou mesmo atividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.

Os dinheiros foram encaminhados para autoestradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração pública, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.

A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando-se num enorme peso bruto e parasitário.

Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores, assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram-se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país.

Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) e o PSD (Partido Social Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado.
Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma atividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem pública, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade.

À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) menosprezado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades atuais.

Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré-fabricada não encontra novos instrumentos.

Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações acionistas de vários países.

Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o “chefe” recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.

A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e TV oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais-democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem levanta o mínimo problema ou dúvida. A seleção dos gestores, dos diretores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a
prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.

Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, “non gratas” pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia.
Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios.”

Não tenho pachorra
Oct 15th, 2012 by M.J. Ferreira

Sinceramente não tenho pachorra para ver na TV as manifestações e o cerco pacifista à Assembleia da República organizados por plataformas indignadas que passam hoje nos noticiários.

Se pacifismo é destruir, atear fogo, agredir, ferir, insultar, … então eu prefiro continuar a trabalhar, a viver de acordo com as minhas possibilidades, a gerir a vida e o orçamento para sobreviver ao tempo de vacas magras que está instalado.

Que pena estas plataformas não organizarem voluntariado junto da população sénior, voluntariado junto de carenciados ou qualquer outro tipo de atitude cívica proactiva em prole do bem comum.

De certeza, amanhã vai ser notícia que a polícia carregou sobre os manifestantes que, coitadinhos, só estariam a atirar pedras, petardos e outros objectos “inofensivos”. Não tenho pachorra!

Cácá
Oct 12th, 2012 by M.J. Ferreira

Hoje, a meio da tarde, fomos buscar uma tartaruga. É pequenina e muito engraçada. Junto com a tartaruga trouxemos uma piscina com uma palmeira e uma ponte que faz com que o habitáculo pareça muito agradável. “Trouxemos” é uma maneira de dizer; porque, quem carregou o aquário (que, por acaso, tem uma asa) sozinha, até casa, toda inchada, foi a minha pimpolha que nem quis ajuda.

Na altura de lhe dar o nome, o escolhido foi Cácá que significa, literalmente, “tartaruga” em linguagem de 19 meses. Aliás, foi o cabo dos trabalhos para a Cácá ter algum sossego porque a minha pimpolha queria andar com ela para todo o lado.

Vou aproveitar o fim de semana para aprender um pouco mais sobre como proporcionar um bom lar à nossa nova amiga. Pelo menos, durante estes dois dias espera-a um pouco mais de tranquilidade…

Portugália
Oct 11th, 2012 by M.J. Ferreira

De vez em quando sabe bem um bifinho da Portugália. Ontem, depois de ir escolher os óculos novos, passámos pela Portugália, junto ao rio, e comemos um valente bife que soube “que nem ginjas”!

“Descobri” que têm uma campanha de borlas que consiste em durante 15 dias oferecer um prato seleccionado de entre as suas especialidades. Após aquele tempo, muda o prato mas não muda a promoção. Para saborear a promoção, basta apenas imprimir o vale disponível na Página que a Portugália tem no Facebook e ir acompanhado. O acompanhante terá que pedir um prato de valor igual ou superior ao da “borla” promocional.

É claro que já fui fazer um “gosto” ao FB e… ficar com “um grande melão”. É que a promoção em vigor até 15 deste mês é exactamente o bifinho que eu comi!!!!

Lunetas…
Oct 10th, 2012 by M.J. Ferreira

Sou uma especialista em estragar óculos. Ou parto as armações (felizmente, na garantia – o que dá lugar a uma outra novinha em folha) ou risco as lentes, o que tolda – e de que maneira – o campo da visão.

Desta vez, foram as lentes. Aproveitei para ir fazer a revisão anual à Oftalmologista e hoje foi o dia de ir escolher as novas armações. Devo ter visto mais de uma centena delas, em massa, sem massa, com aro, sem aro. Não estou a brincar. Foi mesmo um número impressionante de armações o que tive à minha frente para eleger a que mais gostava.

Decidi-me mais ao menos depressa. Sou do género que, depois de ter visto algo que gostava, dificilmente consigo “substituir” o objecto do gosto. Parece que daqui a uma semana vou ter as lunetas novas. Bem preciso, porque as minhas estão um “nevoeiro” autêntico e o facto de as lentes serem progressivas não ajuda. Às vezes estou toda torcida, à procura do ângulo certo, para ver meia dúzia de palmos à frente do nariz.

Enfim, …

# 143
Oct 9th, 2012 by M.J. Ferreira

Oração Pela Família

Que nenhuma família comece em qualquer de repente
Que nenhuma família termine por falta de amor.
Que o casal seja um para o outro de corpo e de mente
E que nada no mundo separe um casal sonhador!
Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte
Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois
Que ninguém os obrigue a viver sem nenhum horizonte
Que eles vivam do ontem, do hoje em função de um depois!
Que a família comece e termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força que brota do amor!
Abençoa, Senhor, as famílias! Amém!
Abençoa, Senhor, a minha também.

Que marido e mulher tenham força de amar sem medida
Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão
Que as crianças aprendam no colo, o sentido da vida
Que a família celebre a partilha do abraço e do pão!
Que marido e mulher não se traiam, nem traiam seus filhos!
Que o ciúme não mate a certeza do amor entre os dois!
Que no seu firmamento a estrela que tem maior brilho,
seja a firme esperança de um céu aqui mesmo e depois!
Que a família comece e termine sabendo onde vai
E que o homem carregue nos ombros a graça de um pai
Que a mulher seja um céu de ternura, aconchego e calor
E que os filhos conheçam a força que brota do amor!
Abençoa, Senhor, as famílias! Amém!
Abençoa, Senhor, a minha também.

(Pd. Zezinho)

Ele há coisas…
Oct 8th, 2012 by M.J. Ferreira

Já há muito muito tempo mostrei fotos da forma como tenho o exterior da minha casa. Duas ovelhas de barro embelezavam a entrada dos escritórios e eram entretém das crianças que passavam e corriam para lhes fazer uma festa.

Pois, este fim de semana, as ovelhas desapareceram. Apesar de bem coladas ao chão, não resistiram a uma “festa” de anónimos durante a noite que se encarregaram de deixar no local garrafas e copos partidos para além de vómito e sei lá que mais.

Enfim, há brincadeiras estúpidas e esta foi uma delas. Que tristeza de atitude. Não tenho explicações nem compreensão para tamanha falta de inteligência e indelicadeza de sentimentos.

O último feriado
Oct 5th, 2012 by M.J. Ferreira

Hoje é a última vez que é feriado no 5 de Outubro. Neste dia, comemora-se a implantação da República. Se recordarmos a história, aquilo que começou com tragédia acabou numa autêntica farsa! É que, nas comemorações efectuadas hoje, a bandeira da República foi hasteada de pernas para o ar.

Algumas interpretações, que carecem de melhor confirmação, dão conta que hastear uma Bandeira Nacional de pernas para o ar indica uma situação grave. Aliás, existem várias versões a esse respeito. Uma delas, indica que é uma forma de declarar a rendição perante uma força militar estrangeira (só espero, dada a nossa situação actual, que não seja aos senhores da Europa…). Uma outra, dá conta de que uma Bandeira hasteada de pernas para o ar, seja num navio ou em qualquer outro ponto significativo, significa um pedido de auxílio (ainda mais??? Já estamos com a corda ao pescoço. Por favor, não a estiquem nem a puxem mais. O sufoco já é grande!!!)

Uma coisa é certa. A bandeira, um dos símbolos da nossa República, estava mesmo de pernas para o ar! Ironia grande que, para além de indignação, ainda gerou muitos sorrisos. É que há muito que sabemos que os governantes anteriores colocaram este país de pernas para o ar e agora, para nos conseguirmos endireitar, até nós já estamos nesta incómoda posição. Dos meus bolsos já caíram todas as moedinhas…

Codornizes
Oct 4th, 2012 by M.J. Ferreira

Ontem foi o dia em que as codornizes deixaram a sua gaiola. Não, não fugiram. Antes, foram preparadas para serem hoje o nosso almoço.

Não é preciso estarem horrorizados. Como todas as aves de capoeira que são criadas para alimentação, assim as codornizes seguiram o seu rumo. Há algum tempo que deixaram de pôr ovos e, por isso mesmo, estava na altura de “passarmos à fase seguinte…”

Cozinhei-as no forno e ficaram uma verdadeira delícia. Carne tenra e gostosa que não se comparava à das codornizes de “supermercado”, nem em sabor, nem em tamanho.

PAra memória futura, aqui ficam os ingredientes que utilizei: dentro de cada codorniz, coloquei um dente de alho e umas pedrinhas de sal. Numa frigideira, alourei-as em azeite e, depois de estarem loirinhas, coloquei-as num pirex de ir ao forno e temperei-as com sal, pimenta e sumo de limão. O pouco azeite que sobrou na frigideira, coloquei por cima delas e levei-as a forno lento, por cerca de uma hora e meia, até ficarem bem douradinhas.

Uma delícia!

Assim não
Oct 4th, 2012 by M.J. Ferreira

Sinceramente não percebo as medidas apresentadas hoje. Quero dizer, perceber, eu percebo; simplesmente não acredito que possam ser anunciadas sem que ao mesmo tempo sejam apresentados enormes ou brutais, qualquer dos adjectivos serve, cortes na despesa do Estado e incentivos às empresas.

Todos os cortes de despesa que têm sido anunciados não se coadunam com um Estado falido que quer sair do seu estado deplorável. Quando não se tem dinheiro não se tem vícios e o que observo é o querer manter uma série de “vícios”, seja por medo, inaptidão, má gestão ou incapacidade para lidar com interesses instalados.

Por outro lado, estas medidas em nada contribuem para a saúde de milhares de pequenas e médias empresas que (ainda) fazem parte da economia deste país. Se a TSU era uma coisa tão boa que até ia incentivar o emprego, por que não foi mantida e agora anunciada apenas para as empresas e sem custos adicionais para o trabalhador?

Não sou economista, não sou perita em finanças. Quero dizer, estudei ambas as áreas mas não exerço na prática nenhuma dessas actividades a não ser na gestão doméstica. Uma coisa eu sei. Uma boa gestão não se consegue vivendo acima das possibilidades reais de cada um e, o que penso, é o que o nosso Estado continua uns furos acima do cinto que devia apertar à sua cintura.

Assim não!

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