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Amigos, amigos…
May 24th, 2012 by M.J. Ferreira


-Ó Pedro, estou a dizer-te que o que eles dizem que eu disse e o que eu disse que disse tem muito que se lhe diga, mas não sei se te diga se te conte…
– Miguel não percebo nada do que dizes mas cheira-me mal…lá isso cheira!
(MJF – acabadinho de inventar)

Amigos, amigos… negócios à parte!
No caso das alegadas pressões do Ministro Miguel Relvas com o jornal Público e uma jornalista em particular, a serem confirmadas sem qualquer dúvida, este dito aplica-se e bem.
Sabe-se que Miguel Relvas é um homem da confiança do Primeiro Ministro que muito contribuiu para a posição que Passos Coelho agora ocupa. Um amigo, poderá mesmo dizer-se, um bom amigo.
Contudo, se Miguel Relvas fez aquilo de que é acusado, sou de opinião que só há uma atitude a tomar: o seu afastamento do Governo. De preferência, estas atitudes são sempre de louvar quando tomadas pelo próprio. Se não for o caso, a bem da moralidade, da ética e dos bons costumes aplica-se o dito: amigos, amigos… negócios à parte!; que é como quem diz: amigos, amigos… governo do país à parte! Só pode!

Eu também concordo
May 15th, 2012 by M.J. Ferreira

A chamada oposição de esquerda deste país teceu duras críticas a Passos Coelho por ele ter proferido, há alguns dias, na tomada de posse do Conselho para o Empreendedorismo e a Inovação, no Centro Cultural de Belém, que “despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida, tem de representar uma livre escolha também, uma mobilidade da própria sociedade”.

Não concordo com a chamada esquerda deste país. Não desvalorizando a aflição que o desemprego está a causar, concordo com o Primeiro Ministro. A situação de desempregado pode ser uma oportunidade de mudança. Algumas vezes, mudança para melhor.

Conheço pessoas que, após o choque inicial, deram a volta e, como se costuma dizer, deram a volta por cima. O desemprego foi mesmo a oportunidade que a tão típica e cultural acomodação portuguesa estava a impedir que acontecesse.

Por isso, tal como Passos Coelho muito bem disse, o desemprego não tem que ser um estigma. Contudo, talvez tivesse sido preferível que Passos não tivesse apenas falado de um modo geral e tivesse igualmente algumas palavras para os que estão a sentir na pele o drama de estar sem emprego. Foi pouco sensível, reconheço.

O que acontece, muitas vezes, é que olhamos o “grande cenário” e esquecemos os inúmeros detalhes que o compõem. Somos humanos e o erro é algo que nos acontece. Não porque gostamos de errar; antes, porque não somos perfeitos.

O Primeiro Ministro também não é perfeito, Mas tem liderado uma equipa apostada em reconquistar Portugal para os portugueses e para todos os que escolheram aqui viver e trabalhar. Não está a ser fácil. Para ninguém. Os tempos exigem uma enorme união cúmplice e solidária entre todos nós. É necessário não perdermos o rumo e remarmos todos para o mesmo lado contra a maré que varre a velhota Europa.

Ainda temos muito caminho para percorrer. A situação a que o anterior Governo nos conduziu não vai lá com “aspirinas” para atenuar a crise. Infelizmente, o estado em que nos encontrávamos exigiu e exige terapia de choque. Devíamos mais dinheiro que aquele que estávamos a ganhar; não só a nível de Estado mas a nível das famílias.

Estas, há muito que estavam em crise, usando a terapêutica do “penso rápido”. Em vez de perceberem um uso adequado dos e para os seus rendimentos, preferiram uma escalada violenta de empréstimos e empréstimos para pagar empréstimos, a par de um uso desenfreado e descontrolado de cartões de crédito. Infelizmente, o exemplo vinha de cima. O anterior Governo, liderado por José Sócrates, foi um modelo negativo nas mais diversas áreas e o transtorno ainda está a ser suportado por todos nós!!! que o dito deu de frosques para estudos filosóficos…

Mas…com boa ou má comunicação verbal de Passos Coelho, eu ainda não perdi a esperança em Portugal. Ainda acredito que vamos dar a volta por cima.

# 138
Apr 23rd, 2012 by M.J. Ferreira

“Quando os homens pedem mais intervenção do Estado, eles estão, consciente ou inconscientemente, a alienar partes importantes da sua liberdade individual.”
(Friedrich Hayek – Nobel Economia 1974, em O Caminho para a Servidão)

“A história ensina que essa alienação é muitas vezes um caminho sem retorno. E como o título indica, uma passagem abjecta para a mais abjecta servidão.”
(João Pereira Coutinho – CLIQUE AQUI para ler o artigo completo sobre A Cartilha de Hayek)

A dois dias do feriado do dia 25 de Abril, a frase de Hayek está escandalosa e infelizmente mais que certa!
A conclusão a que chega JPCoutinho é desgraçada e indecorosamente o retrato deste país com uma história sobre democracia com 38 anos.


A liberdade tem direitos mas igualmente responsabilidades. Ambas as coisas estão intrinsecamente ligadas e são inseparáveis. Quer queiram, quer não!

Desculpem lá qualquer coisinha
Apr 20th, 2012 by M.J. Ferreira

Ontem, naquele que foi um gesto inédito da monarquia espanhola, o Rei Juan Carlos pediu desculpa pela participação na caçada aos elefantes no Botswana onde veio a fracturar a anca. “Sinto muito, equivoquei-me e não voltará a acontecer”, disse o Rei numa declaração gravada à saída do seu quarto no hospital onde esteve internado.

O monarca, de 74 anos, que fez as declarações com semblante sério, disse, para além do desculpem lá qualquer coisinha…, que está “muito melhor” e que deseja retomar as suas obrigações. Até ontem, ninguém se lembrava de episódio algum no qual um rei espanhol teria pedido desculpas pelo seu comportamento. É triste! Reis, príncipes e afins são pessoas como nós. Simplesmente, nasceram num berço diferente com uma linhagem hereditária com um destino mais ou menos organizado; ou, à realeza se uniram por laços e alianças que lhes trouxeram estatuto.

Não são infalíveis e não deviam estar acima de qualquer outro ser. Entendo, por isso, que um pedido de desculpas – o primeiro – quando se é septuagenário, deixa para trás um homem que não errou apenas agora por causa de uma caçada, mas que certamente já se terá equivocado centenas ou milhares de vezes, tanto a nível pessoal, como familiar, protocolar e até sobre obrigações e responsabilidades reais. Embora se diga que “as desculpas evitam-se”; isso pressupõe pautar pensamentos, palavras e actos com uma ética e moral irrepreensíveis que, bem sabemos, é humanamente impossível de ser exercido.

O real que provém da realeza torna-se, por isso mesmo, irreal no mundo real que, nós, os comuns habitantes deste planeta povoamos. Embora, à medida que envelhecemos, tenhamos a tendência a evitar os erros, nem sempre o conseguimos e, um pedido de desculpas, é um acto que faz parte do nosso amadurecimento e crescimento enquanto ser humanos. É bom que o Rei olhe para a plebe e aprenda algo tão simples quanto isso.

De igual forma, e ainda sobre o Rei espanhol, a sua família não é imaculada e tão pouco pura. Todas as famílias, por muito que se amem, têm imperfeições. Depois de assumidas, são corrigidas e continua-se em frente neste processo que se chama vida. Por isso, e já agora que falo sobre erros reais, fiquei negativamente surpreendida com a falta de apoio que a Família Real demonstra pelo marido da filha mais nova do rei Juan Carlos, a infanta Cristina, que parece estar envolvido num caso de apropriação de dinheiros públicos quando era presidente do Instituto Nóos, entre 2004 e 2006.

Este escândalo levou a Família Real a impedir que o genro de Juan Carlos pudesse participar em acontecimentos oficiais e até as fotos pascais, bem como a tradição da celebração daquela data em família foi interrompida. Percebo perfeitamente que não podemos pactuar com qualquer tipo de corrupção mas já me custa perceber mais que, apesar das enormes nuvens negras que pairam sobre Iñaki; em nome da instituição real, ele seja praticamente banido do convívio dos sogros. Podem ser reis mas também são os pais da mulher que vive com este homem e avós dos filhos que nasceram daquele matrimónio. Esse é um laço indestrutível e permanente que não se pode alterar.

Que, pois, a Realeza e a Casa Real não tornem irreais os valores da família. Porque a família é a coisa mais maravilhosa e espantosa do mundo. Temos que estar com aqueles que amamos e fazer da nossa casa uma verdadeira casa real. Dizer-lhes que os amamos e demonstrar esse amor. Isso são alicerces de qualquer real família. A vida não é um conto de fadas. Embora hajam “momentos de magia”, também há “momentos para esquecer”. É nessas alturas que a família deve ser um porto de abrigo. Uma demonstração maior de amor, apoio e resiliência. E porque somos todos diferentes, é na nossa diversidade que comungamos a unidade familiar e nos tornamos maiores e maiores e maiores num mundo tão carente de exemplos que ajudem a erguer e solidificar a sociedade.

Parece-me que não faria mal ao Rei, agora que “aprendeu” a pedir desculpa porque afinal erra como qualquer outro homem, adquirir outros conhecimentos que lhe permitissem reconhecer que os tempos de “superioridade” ou preeminência Real estão em mudança num mundo que não pára de transformar-se. A humildade nunca fez mal a ninguém. Não basta ser Real, há que viver no mundo real e actuar de acordo com a realidade que se experimenta dia após dia. O resto é irreal e precisamos de realidades sólidas que nos inspirem e com as quais nos identificamos de alguma forma em tempos tão irracionais e severos.

A sua cara não me era estranha
Apr 10th, 2012 by M.J. Ferreira

Confesso que estou fã do programa da TVI “A tua cara não me é estranha”. Entretenimento puro e actuações fantásticas por parte de artistas da nossa praça que cantam e encantam todos os Domingos.

Habitualmente, não consigo chegar ao fim do programa acordada mas na estreia da segunda temporada que começou no Domingo tinha curiosidade em ver a “Floribela”. Devo dizer que antes de chegar à vez dela, fiquei rendida à voz de um FF que nunca tinha visto à minha frente. Fantástico o menino! Mas, verdade seja dita, Luciana Abreu superou todas as expectativas. Para além disso, na montagem sobre os ensaios e no que foi possível ver na Gala, a pequena é também humilde e até um pouco naif – infelizmente, uma característica sempre aproveitada escandalosamente por revistas cor-de-rosa.

De certa forma, a pequena já tinha ganho uma enorme simpatia da minha parte depois de ter tido conhecimento dos sketches elaborados pelo programa do canal 1 “Estado de Graça”. Devo dizer que não nutro qualquer simpatia especial pelos “nouveaux famosos” da nossa praça – que, por acaso, não consigo identificar nas revistas ou em qualquer outro local, porque não visiono os programas onde mostram os seus fracos dotes em busca da fama. Igualmente, não compreendo escolhas que são noticiadas para nomes de crianças. artefactos, luxos e afins.

Por isso, estou à vontade para dizer que do meu ponto de vista, é de extremo mau gosto a forma como tratam o casal Djaló/Abreu. Depois de visionar na net dois dos sketches a caricaturar o casal, não tenho dúvidas em opinar que são do mais baixo e asqueroso e, pessoalmente, não consigo rir com essa forma de fazer comédia. É triste, repugnante e muito vil.

Ao tratarem-se factos ridículos ou jocosos da vida social, deviam haver limites que protegessem a dignidade e a honra das pessoas. Tudo o que é demais cheira mal. Mas este é o meu ponto de vista. Certamente haverá milhares que se “divertem” desta forma.

De hoje em diante, o nome “Floribela” que usei no início deste “post” não será mais utilizado de forma pejorativa da minha parte para nomear aquela artista portuguesa. A cara dela não me era estranha. O seu nome é Luciana Abreu e merece um enorme respeito no meio musical português.

Os gregos que me perdoem
Feb 22nd, 2012 by M.J. Ferreira

Há quem pretenda e insista que temos os mesmos problemas da Grécia. Há quem não desista de apregoar aos quatro ventos que se a Grécia cair, vai todo o mal da actual conjuntura desabar em cima de nós.

Eu estou do lado dos que pensam que não temos nada a ver com os gregos e o que se passa lá é bem diferente do que se passa aqui (com pena de alguns meninos de esquerda, digo eu,  …). Por terras gregas, eles estão a ver-se gregos porque incapazes de aceitar mudanças incontornáveis que não se podem evitar ou ignorar. Têm preferido o caos, a anarquia e a desconsideração por tudo o que foi acordado com o consequente descrédito, desonra num estertor demasiado ruidoso que tem prolongado artificialmente a agonia da bancarrota.

Por cá, nós estamos a ver-nos gregos (e o uso desta expressão – no bom sentido – é a única e possível semelhança que se pode encontrar), dizia eu, estamos a ver-nos gregos porque as mudanças que se impunham, e que estamos a implementar com algum êxito, exigem uma enorme resiliência. Mas vamos superar e vamos recuperar de todas as adversidades.

Agora, os gregos que me perdoem mas todo o dinheiro que for entregue para resgatar a Grécia da bancarrota é dinheiro deitado à rua. Um cancro não se trata com pensos rápidos e o povo grego não vai em terapias de espécie alguma.

Os gregos que me perdoem mas já o escrevi aqui e continuo a acreditar que a Grécia, e os gregos em particular, nada estão a fazer para merecer a nossa confiança, para merecer os nossos euros. É que os euros, hoje em dia, para serem ganhos e merecidos, precisam de muito suor e esforço, de muita coragem e determinação e, por cá, bem sabemos que eles não caem do céu… Pelo menos para nós!!! Porque para os gregos já se fala em perdão parcial…

Não estou a ser egoísta; antes, estou a ser realista!

Ai… ai… porca política onde se movem tantos interesses, conluios, hipocrisia e cinismo que manipulam realidades. Tanta ilusão, tanto erro, tanta mentira, …

Ironia
Jan 17th, 2012 by M.J. Ferreira

Havia um interlúdio de comédia em que um dos intervenientes dizia qualquer coisa como: desculpem lá qualquer coisinha. Lembrei-me deste dito porque, mal ouvi as notícias pela manhã, deu-me para a ironia.

Desculpem lá a ironia mas, quando ouvi que a reunião da concertação social, ontem, terminou noite dentro, percebi imediatamente porque é que a CGTP abandonou a reunião à hora do almoço. Infelizmente, essa é a central sindical que gosta muito de greves, palavras de ordem gastas de tanto uso, cartazes que se repetem, t-shirts à maneira, etc. etc., à custa da cassete contra os patrões, contra os ricos, contra a exploração dos trabalhadores, bla bla bla.

Ora, podia lá ser que os ditos aguentassem tantas horas de trabalho. O melhor era mesmo ficarem-se pela hora do almoço. Assim fica mais fácil barafustar e organizar uns quantos já habituados a piquetes para defenderem o direito à greve e impedindo, algumas vezes, o direito de quem quer trabalhar e andar com este país para e frente face à gravidade da situação que atravessamos.

É triste que haja sempre alguns que criticam, criticam, mas sem apresentarem alternativas viáveis que nos devolvam a dignidade enquanto povo, enquanto nação. É triste que os que se dizem democratas acima de qualquer suspeita, que se dizem defensores dos direitos dos trabalhadores, do estado social e mais não sei quê, são precisamente aqueles que abandonam os centros de decisão, não sendo capazes de mostrarem a humildade necessária para se ultrapassarem preconceitos. Estão castrados de ideias e alternativas, impotentes no seu egoísmo e por isso pouco solidários com todos os que não pensam, não falam e não fazem as coisas da mesma forma.

Desculpem lá a ironia mas tais senhores querem emprego mas não querem trabalho e só o trabalho – e trabalho árduo – será capaz de devolver a saúde à democracia que um dia usou cravos vermelhos nos canos das espingardas.

Desculpem lá a ironia mas é claro que a CGTP abandonou o barco à hora do almoço. Não queriam mais nada estar em reunião tantas horas. Que exploração. Livra que é muito mais fácil dizer que não se concorda, que os do governo e os patrões são uns exploradores e uns ladrões que roubam tudo ao povo e que é por causa deles que há crise. Livra! Chega-te para lá que o descanso nunca fez mal a ninguém.

Desculpem lá qualquer coisinha mas hoje deu-me para a ironia 🙂

O que nos espera em 2012?
Dec 28th, 2011 by M.J. Ferreira

Se há país que, por tudo e por nada, pede opiniões, comentários, análises, estudos, …, esse país é Portugal. Agora que se aproxima o fim do ano e estamos a escassos dias de iniciar 2012; dado o contexto em que estamos inseridos de enormes dificuldades, o Diário Económico ouviu a perspectiva de alguns famosos da nossa praça que antecipam o que será o ano de 2012 em Portugal.

Achei por bem, fazer um “copy & paste” cá para as Páginas em Construção que, daqui a uns anos largos, nos permitam recordar que 2012 foi o ano da mudança. Tenho esperança que assim seja! Acredito que será!

Pessoalmente, acredito que vai exigir muita responsabilidade e muito trabalho a todos. Vai exigir união e unidade de todos. Vai ser exigente não só para todos os portugueses, mas para Portugal como um todo! Todos, considero eu, é uma palavra chave para a recuperação porque todos temos que recusar ser “o elo mais fraco”. Só todos concentrados num mesmo esforço nacional de recuperação dos valores poderemos fazer a diferença, transformando as enormes dificuldades que atravessamos numa oportunidade única de dizermos basta a tudo o que nos arrastou para o lamaçal escorregadio de degradação e vergonha onde estamos atolados.

Valores não só ao nível da dignidade humana (que incluem a simples cidadania, educação, saúde, justiça), mas, igualmente, ao nível financeiro e económico (que incluem a recuperação da credibilidade a nível internacional, uma gestão sensata do património e uma administração realista dos recursos humanos, bem como a capacidade de empregabilidade e desenvolvimento de empresas, indústrias e comércio).

Mas, para memória futura, cá fica a perspectiva de vinte personalidades que antecipam o que será o ano de 2012 em Portugal:

“Perspectiva
O que nos espera em 2012?
Vinte personalidades antecipam o que será o ano de 2012 em Portugal.
Económico com Lusa
28/12/11 16:10

Vinte personalidades portuguesas de diferentes quadrantes tais como António Mexia, Souto Moura, António Barreto, Joana Vasconcelos ou Ricardo Reis fazem uma antevisão de 2012. Vinte opiniões e um denominador comum: vai ser um dos anos mais difíceis da história recente.

Souto Moura, arquitecto e Prémio Pritzker: “Há pessoas a chegar ao limiar da dignidade”
“É evidente que vai haver, e justamente, revoltas de pessoas e (…) há pessoas que estão a chegar ao limiar da dignidade humana”.

“Vai haver uma grande recessão. (…) Espero que os políticos se entendam”.

João Ferreira do Amaral, economista: “O ano mais difícil desde a II Guerra”
“Espero um ano muito difícil, tanto a nível português como europeu.Do ponto de visto económico vai provavelmente ser o ano mais difícil desde a II Guerra Mundial, e por maioria de razão desde o 25 de Abril.”

“Mas vai ser muito difícil também do ponto de vista social e até político. Vão crescer tendências nacionais e europeias para uma certa forma de actuação política mais musculada. À medida que as dificuldades forem aparecendo, a reacção das autoridades será nesse sentido.”

Joana Vasconcelos, artista plástica: “Para Portugal espero trabalho, convicção e muita coragem”
“Os portugueses têm todas essas características, precisam é de reanimá-las.”

António Mexia, presidente da EDP: “Vai ser exigente para todos”
“O ano de 2012 vai ser exigente para todos os portugueses, para Portugal como um todo. Mas considero que estamos a fazer o que temos de fazer para ganhar credibilidade, grau de manobra, grau de liberdade para controlar o nosso próprio destino.”

“Por isso 2012 vai ser, ao mesmo tempo, aquele em que demonstramos que somos capazes de fazer melhor e consolidarmos a credibilidade indispensável para que o país possa ter novamente acesso aos mercados e ajudar a resolver o principal problema da economia portuguesa, o seu financiamento.”

Ricardo Reis, professor de economia na Universidade Columbia (EUA): “Ainda há razões para não estar excessivamente pessimista”
“Há razões para estar apreensivo com ano de 2012. Vai ser um ano muito difícil. Tem de haver uma contracção do rendimento e, sobretudo, do consumo das pessoas. (…) Temos simplesmente que consumir menos. E consumir menos vem com menos despesas das pessoas, vem com menos salários das pessoas, com maior desemprego. E é muito
custoso e é muito doloroso e não é de todo uma situação desejável, mas é uma situação que se tornou quase inevitável.”

“Ainda há razões para não estar excessivamente pessimista. Ainda existe espaço para o Governo, de uma forma corajosa, tentar fazer algumas medidas de estímulo da economia no curto prazo, e existe ainda alguma esperança que a contracção da economia mundial não seja tão grande. Mas é esse o grande perigo interno para a economia portuguesa em 2012.”

Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Tribunal de Contas: “2012 terá que ser o ano da recuperação”
“Será um ano particularmente exigente, uma vez que estamos numa fase que desejamos ser de início da recuperação, em termos europeus e mundiais, mas em Portugal e nos países europeus do Sul, vai ser indispensável um esforço adicional de disciplina e rigor.”

“No entanto, 2012 não pode ser o ano da austeridade, terá que ser o ano da recuperação.”

Sobrinho Simões, médico e director do IPATIMUP: “Estou chateado e um bocadinho assustado”
“Confesso que estou chateado, estou um bocadinho assustado [com o próximo ano], mas não sou do género de ficar deprimido. Quando fico assustado procuro reagir pela positiva”.

“Agora caiu isto [crise] em cima de nós e temos que dar o salto. Acredito que vai melhorar devagarinho, desde que consigamos introduzir no sistema de governação a recompensa ao mérito, o castigo à falta de mérito e a punição da desonestidade”.

António Barreto, sociólogo: Portugueses vivem momento de ansiedade e ignorância sobre futuro
“É necessário encontrar meios e tempo para o desenvolvimento económico, porque sem isso não há solução. (…) Só pagar as dívidas não chega, se não tivermos a capacidade para nos desenvolvermos”.

“É preciso explicar às pessoas o que lhes está a acontecer. (…) É importante para a coesão nacional e para evitar perturbações insustentáveis”

“A população portuguesa está a viver um momento muito difícil, de ansiedade e, sobretudo, de ignorância sobre o que se exactamente se vai passar e como se vai passar.

João César das Neves, economista: Portugal “preparado para o choque”, mas com medo
“A minha previsão é que Portugal aguente este momento muito difícil. De facto, o ajustamento é brutal quer do lado orçamental quer do lado económico. As incertezas mundiais e, em particular, as europeias são muito grandes e Portugal tem que aguentar. Aguentar quer dizer não cair em erros em que outros países estão a cair no meio da pressão. (…) O país está preparado para o choque e está a ajustar-se com seriedade, com respeito e com medo, mas também com clareza e com vontade”.

“2012 vai ser muito difícil, um dos mais difíceis da nossa história, mas somos um país rico, com possibilidade e com um nível de produtividade elevado. Temos que aguentar para chegar a 2013 e iniciar outro ciclo de crescimento”.

Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas: “É dramático”
“[As minhas] expectativas são muito pessimistas, baseadas naquilo que os próprios governantes têm vindo a alertar e fundamentadas nos pareceres dos economistas, que nos dizem que o próximo ano vai ser incomparavelmente mais difícil do que alguma vez já sentimos no pós-guerra. É dramático.”

“Não podemos estar tão escravizados ao défice. Valeria a pena equacionar-se a possibilidade de levarmos mais anos a pagar a dívida – a pagar a dívida, porque eu não defendo que não se pague a dívida – para suavizar as exigências decorrentes do pagamento da mesma, porque o povo já não consegue suportar mais sacrifícios.”

Jorge Ortiga, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social: “2012 será um ano muito difícil”
“2012 será um ano muito difícil, e consequentemente, exigente para todos os portugueses” e em que a “pobreza irá crescer”

“[Espero que] seja um ano de solidariedade efectiva concretizada no dia a dia.”.

“Ainda continua a existir uma riqueza acumulada num número bastante reduzido de portugueses, ainda continua a existir muitos fenómenos de corrupção e de fuga aos impostos, e é necessário que cada um colabore com a sua quota-parte de responsabilidade.”

Paula Gil, dirigente do movimento “12 de Março”: 2012 vai ser pior e com “muita contestação”
“Tendo em conta as medidas que o Governo está a aplicar, 2012 vai com certeza ser pior” e “com muita contestação” social”.

“Trabalhar gratuitamente em dias feriados e mais meia hora por dia é um retrocesso social”, “tem um nome e chama-se escravatura”.

Paulo Pereira de Almeida, investigador do Instituto Superior do Trabalho e da Empresa (ISCTE): 2012 será “ano de risco e pressão”
“2012 será um ano de risco e de alguma pressão sobre as forças e serviços de segurança no sentido em que será preciso perceber quais os movimentos que estão na base da contestação social e saber qual o tipo de respostas”.

“2012 será seguramente um ano de teste para aquilo que é a segurança interna em Portugal”.

Manuel António Pina, escritor: Que “mudem pelo menos as expectativas”
“Mudem pelo menos as expectativas em relação a 2012, que são as piores possíveis.”

“Como ainda há pouco tempo provou o relatório da OCDE, os pobres estão cada vez mais pobres, os ricos mais ricos, há cada vez mais insegurança, cada vez mais falta de escrúpulos e cada vez mais a submissão aos ditames do dinheiro e do capital financeiro”, acrescentou o escritor.

“O ‘rating’ das pessoas, utilizando um termo muito em voga, está cada vez mais como ‘lixo’, que é o que acontece com estas políticas recessivas que têm sido adoptadas”.

Rui Cardoso, funcionário público em Macau e treinador de futebol: “Cenário económico de total depressão”
“Falar nas perspectivas para 2012, se calhar era melhor falar da falta de perspectivas porque o cenário económico não é de crise, mas de total depressão”.

“Como fui educado a honrar a Pátria e a respeitá-la, espero que eles (os políticos) respeitem o nosso Portugal e não nos façam, a nós que vivemos cá fora a muitos quilómetros de distância, envergonharmo-nos dos portugueses que temos.”

João Serra, presidente da Fundação Cidade de Guimarães: Recuperar o espírito “generoso” dos fundadores da Europa
“É preciso recuperar o espírito generoso e aberto dos fundadores da Europa.”

“Em 2012] é indispensável que se verifique uma inflação estratégica no plano da liderança [da Europa]”.

“O grande desafio para Portugal é saber contar com as próprias forças” e fazer “bem o trabalho de casa”.

Marta Santos Pais, representante do secretário-geral da ONU para a Violência Infantil: “Consolidar as instituições democráticas” em África
“As lições que nós retiramos deste ano de 2011 são certamente de que existe um alargado sentido de democracia no mundo. Com movimentos de diferentes grupos, em muitas sociedades, houve a possibilidade de alcançar mudanças de regime.”

“A esperança para o ano que vem é que, antes de mais, se possam consolidar as instituições democráticas que decorrem dessas transformações políticas, sobretudo nos países de norte de África, onde tantas mudanças tiveram lugar.”

Eduardo Lourenço, filósofo e ensaísta: Europa falhou menos porque “nunca existiu”
“A Europa falhou menos do que se pode imaginar. A Europa aqui só quer dizer realmente esta tentativa de realizar a utopia da União Europeia, mas nunca existiu, é a primeira vez. Portanto ela não falha, porque ela não existe ainda, não existe como actor político a tempo inteiro.”

“Se uma nova fase da construção europeia, paradoxalmente, sair deste caso em que nós estamos seria quase uma coisa providencial.”

Germano Couto, bastonário da Ordem dos Enfermeiros: Respeito do poder político pela população
“Sabemos que vamos continuar com restrições económico-financeiras e que 2012 não vai ser fácil, mas espero que seja um ano em que a população seja respeitada pelo poder político.”

“Sem saúde estamos a preparar a população para mais tarde sofrer consequências que serão devastadoras.”

Hélder Rodrigues, campeão do Mundo de todo-o-terreno em motos em 2011
: Que Portugal “melhore um bocado”
“Espero que [Portugal] melhore um bocado. É claro que as coisas não mudam de um dia para o outro. É como o meu trabalho, não é porque eu treinei mais hoje que amanhã vou ser melhor, mas sim ao longo de muitos anos e de muito trabalho. E eu acho que o nosso país é a mesma coisa: nós podemos trabalhar, podemos ter sucesso e acreditar durante alguns anos para conseguir erguer o nosso país”. ”

Imbecilidades
Dec 19th, 2011 by M.J. Ferreira

O Primeiro Ministro deu uma entrevista ao Correio da Manhã que foi publicada ontem, Domingo, no Suplemento “Domingo” que acompanhava a tiragem daquele diário. Li-a na íntegra e, por isso mesmo, recuso as imbecilidades que comentadores e bloguistas “famosos” da nossa praça, juntamente com políticos e sindicalistas, tem dito ou escrito sobre a mesma. Haja decoro.

Não nutro uma especial simpatia por Passos Coelho. Estou à vontade por isso. Contudo, fruto de experiências e de uma educação académica com exigência (do antigamente, estão a perceber?), tenho olhos para ver/ler, ouvidos para ouvir e cabeça para pensar por si própria.

Assim, não concordo com comentários que li/ouvi hoje que o homem é um catastrofista e até aconselha os professores desempregados a emigrarem. Que imbecilidade, é a palavra que, sem ser desaforo ou insolência, me ocorre. O perigo está no facto de um rebanho enorme de “ovelhas” que não lendo/vendo, não ouvindo, não fazendo nada mais que pastar nas suas áreas de conforto, dizem “amén” com a maior das naturalidades estupidificada por falta de exercício mental e não só.

Provavelmente nunca aprenderam a fazê-lo e, ao abraçarem o conchego das comodidades de uma secularidade consumista, narcisista e hedónica, ficaram castrados do normal desenvolvimento dos seus cérebros, emoções e percepções. Felizmente, temos um Ministro da Educação que sabe pensar e tenho uma enorme expectativa na reforma da educação que pretende implementar.

Pessoalmente penso que Passos Coelho tem uma oratória e uma actuação realista onde se denota algum optimismo que espero tenha substância para se impor. Fala como um de nós, com termos perceptíveis sem ser um “animal político”. Fácilmente é, por isso mesmo, acusado de por vezes “borrar – ou quase borrar –  a pintura”; que é como quem diz, não é facilmente compreendido pelos “crânios” cá do “burgo”.

Penso, igualmente, que, habituado que o país estava ao espectáculo e ao marketing político de Sócrates, não goste de ouvir a verdade nua e crua. A “máquina” por detrás também não tem a mesma força. É, por isso mesmo, bastante mais fácil de macular e pôr labéu.

Aconselho a que vejam a entrevista que disponibilizo (carregue aqui para visualizar os 8 vídeos) e, por favor, aprenda a reflectir, a usar a caixa dos pirolitos. Seja crítico/a de forma positiva. Habitue-se a pensar em alternativas. Habitue-se a pensar global. Não tenha medo de ter opinião. Seja audaz sem ser insolente ou atrevido. Use o seu discernimento. Não se deixe imbecilizar e recuse a manipulação estupidificante que os “cérebros” nacionais debitam por todo o lado (e grande parte ainda recebe dinheiro por isso!!!!!)

Que infantilidade, senhores!!!
Dec 9th, 2011 by M.J. Ferreira

Este homem é um filósofo! Os estudos que está a cursar em França parece que estão a surtir efeitos. Pelo menos em Conferências sobre Ciências Políticas onde foi aplaudido de pé por uma assistência de estudantes aspirantes a um emprego na área que é como quem diz um “job 4 the boys”. Por cá, as consequências da Palestra entram no anedótico nacional sobre políticos ou ex-políticos que, a despeito do que fizeram pela Pátria, continuam convencidos da sua enorme inteligência que, pessoas com eu, apelidam de uma enorme bestialidade que apenas contribui para a estupidificação e dependência de uma massa de “Yessesmanes” que, de cinzenta, têm muito pouco ou nada.

Já sabíamos que Sócrates de Engenheiro tem nome mas não tem curso. Agora, sabemos que estudou Economia e os estudos que efectuou o elevam a um patamar de sabedoria muito superior ao dos comentadores económicos e, modéstia à parte, a um nível não mensurável se comparado com os Catedráticos, Jubilados ou não, que o nosso País à beira mar plantado se orgulha de ter.

Uma das suas últimas pérolas foi mostrada quando proferida numa Conferência há poucos dias e tinha a ver com dívidas. Não há dúvida que Sócrates sabe do assunto. A sua experiência como Primeiro Ministro de Portugal permitiu-lhe um amontoar ascendente das mesmas que o País não tinha como pagar. Por vezes, sabemos agora também, o crescendo foi tão excessivo que tiveram de se arranjar alguns buracos onde aquelas pudessem estar “arrumadinhas” de forma a não assustarem o português de qualquer cor/Q.I. diferente do seu e que, por isso mesmo, não compreenderia a enorme dimensão do inferno que começava a faiscar e chamuscar por todos os lados e que, ele, teimou em pintar com as cores do paraíso.

Sabemos agora que as dívidas de Estado, nas suas sábias palavras, não são para pagar porquanto são eternas. Pagá-las é brincadeira de crianças. Podemos, desta forma, tentar compreender um pouco – eu digo “um pouco” porque para mim dá-me para rir às gargalhadas e o entendimento fica tolhido – mas, como estava a dizer, podemos tentar alcançar o porquê de ele ter deixado Portugal nas lonas. Dívidas são coisas naturais que tendem a eternizar-se e, por isso mesmo, haja dinheiro que o resto são tretas.

De treta ficámos nós cheios. O mesmo não aconteceu com o dinheiro. Afinal, as dívidas têm de ser honradas e pagas. Surpresa maior! Pagar – e Sócrates até deu o exemplo de Estados como Portugal e Espanha – pagar, na opinião deste grande filósofo português, é uma ideia de crianças. Que infantilidade, senhores! Não se paga, gere-se!

Gere-se? É verdade. Mas uma dívida deve ser gerida de forma a ser minimizada. Não de forma a torná-la incomportável e incontrolável. Razão tinha o Teixeira dos Santos quando disse que 7% era o limite para pedirmos ajuda. No entanto, ter-se-á deixado enredar na rede das faculdades intelectuais do seu Chefe de Governo que aprendeu nas aulas de Economia conceitos, ao que parece, bem diferentes se não opostos.

Uma coisa sei. Se Sócrates como Primeiro Ministro tinha um EGO que não lhe permitia ver para além do seu próprio umbigo; agora, como palestrante o seu EGO assemelha-se a uma merdimbuca. Merdimbuca, sim senhora! Aprendi hoje. É a palavra do dia no Dicionário Priberam. Vem do latim merda in bucca, merda na boca. É um substantivo feminino e, em termos Históricos é um acto medieval altamente ofensivo, punido por lei, que consistia em colocar excrementos na boca de alguém.

 

Sobre o assunto gostei do comentário de João Pereira Coutinho, no CM.

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