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Patrícia
Sep 19th, 2012 by M.J. Ferreira

A Patrícia faleceu a semana passada. Era Bombeira. Não conseguiu fugir às chamas quando o carro em que seguia com mais companheiros se despistou. Chegou aos jornais o seu último post no Facebook:

Nos tempos que correm, pessoas assim marcam o nosso quotidiano. Pela disponibilidade e voluntarismo. Pela simplicidade com que encaram o dever. Pela humildade com que se movem. Pela perseverança nas acções e nobreza de atitudes. Pela força que encontram nas suas fraquezas. Pela sua entrega ao bem comum. Pelo exemplo de dedicação e serviço.
Nos tempos que correm, são necessários, com urgência, políticos que façam pela nação o que os bombeiros fazem pela população.

Os gregos que me perdoem
Feb 22nd, 2012 by M.J. Ferreira

Há quem pretenda e insista que temos os mesmos problemas da Grécia. Há quem não desista de apregoar aos quatro ventos que se a Grécia cair, vai todo o mal da actual conjuntura desabar em cima de nós.

Eu estou do lado dos que pensam que não temos nada a ver com os gregos e o que se passa lá é bem diferente do que se passa aqui (com pena de alguns meninos de esquerda, digo eu,  …). Por terras gregas, eles estão a ver-se gregos porque incapazes de aceitar mudanças incontornáveis que não se podem evitar ou ignorar. Têm preferido o caos, a anarquia e a desconsideração por tudo o que foi acordado com o consequente descrédito, desonra num estertor demasiado ruidoso que tem prolongado artificialmente a agonia da bancarrota.

Por cá, nós estamos a ver-nos gregos (e o uso desta expressão – no bom sentido – é a única e possível semelhança que se pode encontrar), dizia eu, estamos a ver-nos gregos porque as mudanças que se impunham, e que estamos a implementar com algum êxito, exigem uma enorme resiliência. Mas vamos superar e vamos recuperar de todas as adversidades.

Agora, os gregos que me perdoem mas todo o dinheiro que for entregue para resgatar a Grécia da bancarrota é dinheiro deitado à rua. Um cancro não se trata com pensos rápidos e o povo grego não vai em terapias de espécie alguma.

Os gregos que me perdoem mas já o escrevi aqui e continuo a acreditar que a Grécia, e os gregos em particular, nada estão a fazer para merecer a nossa confiança, para merecer os nossos euros. É que os euros, hoje em dia, para serem ganhos e merecidos, precisam de muito suor e esforço, de muita coragem e determinação e, por cá, bem sabemos que eles não caem do céu… Pelo menos para nós!!! Porque para os gregos já se fala em perdão parcial…

Não estou a ser egoísta; antes, estou a ser realista!

Ai… ai… porca política onde se movem tantos interesses, conluios, hipocrisia e cinismo que manipulam realidades. Tanta ilusão, tanto erro, tanta mentira, …

# 106
Apr 18th, 2011 by M.J. Ferreira

Curto e Grosso estamos a a menos de 2 meses de eleições e precisamos de toda a lucidez para votarmos responsavelmente face ao que o País – onde nos inserimos, onde vivemos, onde temos ou esperamos trabalho, onde construímos diariamente esperança por dias melhores – necessita.

“Eu continuo a ser uma coisa só: um palhaço, o que me coloca num nível mais alto do que o de qualquer político.”
(Charles Chaplin)

Curto e Grosso, Palhaços há muitos; mas há palhaços e palhaços. Há Palhaços como o Picolino (ver poema abaixo); há palhaços como alguns que nos têm governado; há palhaços que são besta; há palhaços que fazem palhaçadas e nos fazem sorrir e palhaços cujas palhaçadas nos deixam à rasca.

“Eu quero explicar a vocês
O que é ser um palhaço
O que é ser o que eu sou
E fazer isso o que eu faço

Ser palhaço é saber distribuir
Alegria e bom humor
E com esforço contentar
O público espectador

Muita gente diz “Palhaço”
Quando quer xingar alguém
E esse nome pronunciam
Com escárnio e desdém

E ao ouvir esta palavra
Outros sentem até pavor
Como se palhaço fosse
Criatura inferior

Mas de uma coisa fiquem certos
Para ser um bom palhaço
É preciso alma forte
E também nervos de aço

E além de tudo é preciso
ter um grande coração
para sentir isso o que eu sinto
grande amor à profissão

O Palhaço também tem
Suas noites de vigília
Pois lá na sua barraca
Ele tem a sua família

Palhaço, meus amigos,
Não é nenhum repelente
Palhaço não é bicho
Palhaço também é gente

Falo isso em meu nome
E em nome de outros palhaços
Que muitas vezes trabalham
Com a alma em pedaços

Ser palhaço
É saber disfarçar a própria dor
É saber sempre esconder
Que também é sofredor

Porque se o palhaço está sofrendo
Ninguém deve perceber
Pois o Palhaço nem tem
O direito de sofrer”
(Palhaço Picolino – Roger Avanzi Filho)

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