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Entender e viver a pós-modernidade
Jan 26th, 2010 by M.J. Ferreira

“Eu receio que nós, cristãos, sejamos mais frequentemente conhecidos por aquilo a que nos opomos, do que por aquilo que aprovamos.” (Greg Laurie)

Atendendo ao que se assiste cada vez que é apresentado na sociedade um tema a que se convencionou chamar de “fracturante”, Greg Laurie tem razão.
Então, é preciso que o cristão tenha uma noção actualizada do desenvolvimento de matérias, temas, palavras-chave que fazem parte da discussão, da vivência, do agendamento de assuntos que tocam, fazem mover, intrigam, questionam a sociedade em que nos inserimos.
É preciso que o cristão aprenda a pensar e a enunciar objectivos. É preciso que o cristão tenha a noção do que o rodeia de forma a estar preparado para as “disputas e discussões” que este século e, de forma especial, o futuro imediato, têm pela frente.
É preciso que o cristão leia e medite na sua Bíblia e faça passar pelo filtro da Palavra cada um dos desafios que se lhe coloca.

O cristão deve estar preparado para frente à corrupção mostrar o pudor e a probidade; face à injustiça responder com esperança e alternativas; face ao comodismo motivar à pro-actividade. O cristão tem que ser revelação de Deus . Saber sê-la e saber passá-la. Por isso, o cristão tem que deixar de ser “denominação” para ser vida e vida em abundância.

O cristão não pode ser um ornato ou um adorno permanente dos bancos das diversas igrejas existentes, argumentando entre si sobre diferentes baptismos, diferentes exegeses, etc.; antes deve ter consciência da sua sinergia enquanto igreja de Cristo, dialogando, trabalhando humildemente juntos e evitando mexericos e juízos; deve saber viver o grande desejo de Jesus para todos os seus seguidores e que consistia tão só em que todos fossem um.

Fazer parte dos dias que correm implica entender e viver a pós-modernidade. Porquê? Porque as mudanças a todos os níveis que ocorreram nos últimos 50 anos contribuíram de forma decisiva para mudar, de forma radical a maneira de pensar e estar de uma sociedade e, por consequência, da Igreja de Cristo, porque esta é viva, está viva e não pode estagnar, paralisar, agarrar-se às tradições e condenar-se ao imobilismo.

Não que a Bíblia ou o Evangelho se tenham alterado. De forma alguma! Apenas não pode deixar de ser meditado, entendido e vivido, respondendo às exigências de cada dia. Se os cristãos não souberem usar a sua Bíblia para viverem, testemunharem e apresentarem alternativas para os nossos dias, eles não passam de cidadãos do mundo secular esquecidos da sua cidadania enquanto herdeiros do reino de Deus. Passam a ser povo que não exerce influência, fazendo a diferença que se anseia; mas é influenciado e passa a viver um estilo de vida equivocado, assimilando os valores do mundo.

Como os cristãos não são ascéticos, no sentido de uma vida apenas espiritual e contemplativa e nem devem isolar-se em comunidades estanques, devem ter sempre bem presentes os valores da sua cidadania divina, e serem cidadãos de sã moral e vida irrepreensível, conscientes de direitos e responsabilidades, de forma a serem testemunhas pro-activas nos contextos em que se inserem, em que vivem e trabalham.

É tão ténue por vezes a linha da fronteira e tão desejável o outro lado; o dos prazeres imediatos, das fortunas sem trabalho, dos favores comprados, do deixa andar que não há-de ser nada. Mais do que nunca, os cristãos precisam ser, precisam estar, precisam da máxima conhecida por “mulher de César”: não basta serem sérios e honestos, devem parecer sérios e honestos.
Os cristãos precisam de uma participação enquanto cidadãos deste país na vida pública, quer através de processos de representação política, quer através do empenhamento nas instituições, organismos e outros da sociedade civil.

Os cristãos precisam ser testemunhas relevantes da Palavra, perante o que significa estar integrado e comprometido com os princípios e valores fundamentais da democracia portuguesa. Não esquecendo quem é o Senhor e contribuindo decisivamente para ser “sal” (nem demasiado insonso porque não tem sabor, nem demasiado salgado porque não presta) e “luz” (o ponto luminoso em que todos reparam no meio da escuridão que é uma sociedade a corromper-se e a desmoralizar-se)
É preciso que o cristão tenha a noção do que o rodeia. É preciso que saiba avaliar e redimir cada coisa, cada partida, cada peleja com os valores imutáveis da Palavra divina. É preciso que o cristão se organize, aprenda a pensar e a anunciar objectivos. É preciso que adquira um corpo de conhecimentos, competências e capacidades de intervenção, chamando à discussão pública temas pertinentes e actuais.

Entender e viver a pós-modernidade implica os cristãos serem revelação de Deus. Saber sê-la e saber transmiti-la. Ser, ter e viver as alternativas, seja no campo político, jurídico, social, etc. Como cristã, recuso-me a fazer parte das beatas, dos ornamentos, das denominações que apenas inibem o movimento, a mudança e a beligerância. Não quero que Greg Laurie tenha razão quando diz: “Eu receio que nós, cristãos, sejamos mais frequentemente conhecidos por aquilo a que nos opomos, do que por aquilo que aprovamos.”

Você realmente confia em Deus?
Jan 8th, 2010 by M.J. Ferreira

Hoje, antes de ir para o fim de semana, despeço-me com uma pequena história e uma canção:

Conta-se que um alpinista, desesperado pela conquista de uma altíssima montanha, iniciou a sua escalada depois de anos de preparação. Como queria a glória só para si, resolveu subir sem quaisquer companheiros.

Durante a subida foi entardecendo e cada vez ficava mais e mais tarde… O alpinista para ganhar tempo decidiu que não iria acampar e continuou subindo…. subindo… até que por fim ficou escuro.

A noite era densa naquela parte da montanha e não se via absolutamente nada. Tudo era negro, visibilidade zero, a lua e as estrelas estavam encobertas pelas nuvens. Ao subir por um caminho estreito, a apenas poucos metros do topo, escorregou e precipitou-se pelos ares, caindo a uma velocidade vertiginosa. O alpinista via apenas velozes manchas escuras passando por ele e sentia a terrível sensação de estar sendo sugado pela gravidade. Continuava caindo…

E nestes seus angustiantes momentos, passaram pela sua mente episódios felizes e tristes da sua vida. Pensou também na proximidade da morte, sem solução… De repente, sentiu um fortíssimo solavanco causado pelo esticar da corda à qual estava amarrado e que tinha ficado presa nas estacas cravadas na montanha. Nesse momento de silêncio e solidão, suspenso no ar, não havia nada que pudesse fazer e então gritou com todas as forças que lhe restavam: Meu Deus, ajuda-me.

De repente, uma voz grave e profunda vinda dos céus respondeu-lhe: Que queres tu que eu te faça? – Salva-me, meu Deus, disse o alpinista.
-Crês realmente que eu posso salvar-te? – Com toda a certeza, Senhor!, respondeu o homem desesperado.
-Então corta a corda na qual estás amarrado. Houve um momento de silêncio. Então, o homem agarrou-se ainda com mais força à corda-.
– Porque duvidas? Não crês que sou Deus e posso salvar-te? Hesitação: – Sim Senhor, mas…
– Se crês, corta a corda.

Conta a equipa de resgate que no dia seguinte encontraram o alpinista morto, congelado pelo frio, com as mãos fortemente agarradas à corda a apenas dois metros do solo.

Às vezes precisamos de tomar decisões que testam a nossa fé em Deus. Quantas vezes temos de decidir entre o que a nossa razão determina como correcto e a dependência na pessoa de Deus? Quantas vezes nos diz a tradição que devemos agir de determinada forma, de determinada maneira e ignoramos a voz de Deus?

Nós, que estamos tão agarrados a diversas “cordas”, será que estamos dispostos a cortá-las?

“Vem, disse Jesus. Pedro saiu pela borda do barco e caminhou por cima da água em direcção a Jesus. Mas, olhando em torno, sentindo o vento forte, ficou apavorado e começou a afundar-se: Senhor, salva-me! Logo, Jesus lhe estendeu a mão e o socorreu: Homem de pouca fé, porque duvidaste?” Mt:14:30-31

Para nós, palavras de confiança, segurança e esperança:
“Seguro-vos pela vossa mão direita – eu, o Senhor vosso Deus – e digo-vos: Nada receiem. Estou aqui para vos ajudar.” Is.41:13

Hoje é dia de Natal
Dec 25th, 2009 by M.J. Ferreira

Hoje é dia de Natal.

Na calma da manhã enquanto todos ainda dormem, é tempo devocional, de meditação e preparação para um dia em família. Pensando em todas as coisas que tenho de preparar, o “post” para o blog é já algo obrigatório. Não me ocorre outra coisa que não seja, na continuação da minha meditação e tendo em conta que hoje é dia de Natal,  uma oração.

É esta é a minha oração:

Obrigado Pai por toda a tua bondade  e hoje, muito em especial, porque tu me escolheste um dia para conhecer Jesus que transformou a minha vida e o meu viver.

Obrigado pela família. Obrigado porque tu nos tens ensinado a ultrapassar cada dia com paciência, com honestidade, com rectidão. Obrigado porque nos tens ensinado a amar uns aos outros com respeito, tolerância, carinho e cumplicidade.

Obrigada pelos amigos e como através deles se aprende que nenhum de nós é uma ilha isolada. Obrigada porque eles também nos fazem crescer e amadurecer em amor. Que tu  me continues a dar a inspiração para lidar com cada um, com gestos e palavras que os façam também crescer e sentir bem.

Obrigada também por todas as pessoas que não conheço e que Tu colocas em cada esquina do meu dia. Que eu possa olhar para elas da forma que Tu olhas. Com humildade, disponibilidade e ternura.

Neste dia, em que recordamos o nascimento de Jesus, chego a Ti pedindo uma benção especial para a minha e para todas as famílias espalhadas por toda a Terra. Mas Pai, não quero esquecer os momentos difíceis que atravessamos e por isso, eu lembro especialmente as famílias a passar dificuldades, as famílias problemáticas, as famílias que se estão a desfazer. Que no contexto em que estou inserida, Tu me ajudes a ser sal e luz através dos meus pensamentos, palavras e acções.

Mas Pai, quero lembrar os nossos governantes e os líderes de todo o mundo. Que Tu lhes dês a sabedoria para tomarem decisões assertivas e ponderadas de forma a poderem contribuir positivamente para se ultrapassarem situações de pobreza, de corrupção, de intriga, de falta de emprego, de indisciplina financeira  e tantas outras coisas que me e nos afligem.

Lembro, também, todos os que não conhecem Jesus. Que Tu capacites os teus filhos a serem testemunhas idóneas de vidas transformadas e que não se envergonham da tua Palavra.

Lembro ainda Pai todas as pessoas que estão a viajar. Que Tu providencies viagens tranquilas e que cada um cumpra as regras de segurança a que está obrigado.

Tudo isto te entrego e em ti confio.
Amén

E, porque hoje é dia de Natal, aqui fica também o cartão de Natal da Família Ferreira – é só carregar em cima de Família Ferreira que está com cor diferente e já está 🙂

Esquerda ou direita?
Dec 23rd, 2009 by M.J. Ferreira

Hoje ao assistir às notícias da manhã, quando mostraram as capas dos diários e revistas, reparei que a revista “Visão” traz na sua edição semanal uma capa com a questão: Jesus é de esquerda ou de direita?
Não li o artigo, não sei qual é o desenvolvimento ou que tipo de análise é feita Uma coisa tenho como certa. Jesus não é de esquerda nem de direita!
Como diz o texto bíblico no Evangelho de João, Jesus veio para salvar um mundo já de si condenado. Por isso, Ele não veio para condenar, mas, sim, para salvar. E, salvar todos aqueles que nele crêem.
Não há divisões de esquerda, de direita ou de centro. Não há divisões de cor, raça, ideologia política, filosófica ou religiosa. Não há divisões entre novos, velhos ou crianças. Não há divisões por saúde, doença ou qualquer outra incapacidade.Não há divisões entre ricos, pobres, sem abrigo, mendigos ou príncipes. Não há divisões preconceituosas, nem penalizações por atitudes, actos ou pensamentos reprováveis. Quem lê o texto bíblico, em diversos locais, percebe que Jesus veio para qualquer um que, com fé, O procura e reconhece como Salvador, percebendo que a Sua morte foi expiatória e suficiente para o perdão por tudo aquilo que desagrada a Deus. Essa é uma atitude de reconciliação que implica transformação para uma vida cada dia mais condizente com o que Jesus ensina e exemplifica. É por isso que se diz que Jesus é Salvador e Senhor. Senhor da vida de todos aqueles que nele crêem, independentemente da época ou dos actos que praticou.

Quem é Jesus neste Natal?
Dec 22nd, 2009 by M.J. Ferreira

Acabei hoje a compra dos presentes de Natal. Por causa disso, desloquei-me a uma das grandes superfícies onde desconfiava que ia encontrar o que me faltava. Deu certo. No entanto, sufoquei entre corredores apinhados de gente que, certamente, queria fazer o mesmo que eu. Outras, provavelmente iam apenas deitando “olhinhos” à espera que depois do Natal hajam promoções para se gastar o resto do que se não tem.
No meio de tanta lufa-lufa durante a tarde; agora que cheguei a casa, já de chinelos e roupão, alinhavo estes gatafunhos à medida que uma questão se levanta na minha mente: no meio de toda a azáfama da estação que vivi esta tarde juntamente com centenas de outras pessoas, será que o significado do Natal teve alguma influência?
Habituados que estamos a comprar, a consumir, quantas vezes a desperdiçar, quantos de nós, acomodados demais para responder, cansados para pensar, desabituados de examinar ou intimidados para arriscar, não preferimos, simplesmente atirar para trás das costas as coisas chatas e escolhemos alimentar o nosso desejo incansável de possuir, de evidenciar, de obter aceitação, numa sociedade que etiqueta pela “marca” que se ostenta.
Mas o Natal existe porque existe Jesus. O que me levanta outra questão: que tipo de relação temos com o Menino cujo nascimento iremos celebrar? Até que ponto o conhecemos? Até que ponto o queremos conhecer? Quem dizemos realmente que Ele é?
Uma vez ouvi uma história sobre um fã de Elvis Presley que coleccionou discos, milhares de fotos e até conseguiu duas folhas de uma árvore que havia na mansão do cantor. Na história que me contaram foi-me dito que essa pessoa se submeteu a uma plástica para se parecer mais com o seu deus. No entanto, a realidade desse jovem era terrível e espatifou-se no reconhecimento que fez no final duma entrevista quando confessou: nunca cheguei perto dele. Nunca o vi. Nunca o conheci.
Podemos parar para pensar porque celebramos o Natal ou, então, simplesmente, continuamos a azáfama da estação e vamos às compras:
Quero 3 euros de Jesus, por favor. Não quero muito pois pode engasgar a minha alma ou perturbar o meu sono. 3 euros é o suficiente para um copo de leite antes de adormecer. Não preciso de mais de 3 euros porque quero continuar com os meus preconceitos e julgamentos e não tenho tempo para mais ninguém que não seja eu próprio. Então 3 euros num saco de papel reciclável, porque até sou amigo do ambiente, é mais do que bom até que precise de mais para me satisfazer algum desejo. Eu quero é descanso, não transformação.
Que este Natal seja tempo de reflexão, de perguntas e de respostas acerca do que é realmente importante.

A bênção do não
Dec 17th, 2009 by M.J. Ferreira

A bênção do não

Eu pedi a Deus para acabar com o meu orgulho…
Ele respondeu-me: Não. Não me compete a Mim acabar com o teu orgulho mas a ti desistir dele.

Eu pedi a Deus para que as crianças deficientes fossem curadas…
Ele respondeu-me: Não. Os seus espíritos são sãos e os seus corpos são apenas temporários.

Eu pedi a Deus para me conceder paciência…
Ele respondeu-me: Não. A paciência é um produto derivado das tribulações. Não é concedida, é ganha (merecida).

Eu pedi a Deus para me dar felicidade…
Ele respondeu-me: Não. Eu dou-te bênçãos. A felicidade é decidida por ti.

Eu pedi a Deus para me poupar de sofrer…
Ele respondeu-me: Não. O sofrimento afasta-te do mundanismo e traz-te para perto de Mim.

Eu pedi a Deus para rapidamente me fazer crescer espiritualmente.
Ele respondeu-me: Não. Tu deves perseverar no crescimento. Eu vou-te “podando” para que te tornes frutífero.

Eu pedi a Deus todas as coisas para que pudesse gozar a vida.
Ele respondeu-me: Não. Eu dou-te a Vida para que possas gozar todas as coisas.

Eu pedi a Deus para me ajudar a amar os outros tal e qual como Ele me ama a mim.
Ele respondeu-me: Ahh! Finalmente percebeste!

(adaptado de autor anónimo)

O Natal é tempo de presentes
Dec 9th, 2009 by M.J. Ferreira

Por todo o lado para onde nos viramos nota-se com muita intensidade uma correria frenética e desenfreada a locais onde se possam adquirir presentes de Natal.

Ainda que a crise aperte, ainda que o desemprego aumente, ainda que todos os dias alguma família perca a sua habitação por não ter orçamento para a pagar, ainda que as crianças em risco continuem a fazer crescer o número de meninos e meninas sem um projecto de vida; ainda que diariamente haja queixas de violência doméstica e a segurança seja insegura; ainda que grande parte dos nossos idosos continuem sem condições mínimas de assistência na velhice, ainda que as famílias se desmoronem; ainda que… e são tantas as situações que podem ser acrescentadas; a verdade é que nesta época muita coisa é esquecida e o consumo de bens que não são de todo essenciais aumenta e, com ele, aumentam os diversos “cancros” que minam a nossa existência quotidiana. Nada disto era preciso.

O Natal é tempo de Presentes  e, quer queiramos, quer não, o Natal tem uma personagem principal que é tão facilmente esquecida entre as listas de compras e o orçamento desorçamentado para cada uma. Essa personagem é Jesus.

Jesus é o maior e mais precioso presente que alguém algum dia pode receber.

Jesus, cujo nascimento celebramos no dia 25 de Dezembro, fez-se carne entre nós, tendo nascido, não para julgar o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por Ele. Assim, o verdadeiro Natal só pode acontecer quando JESUS nasce nos nossos corações.

Dessa forma, o  Natal é Fé, Luz,  Escolha, Perdão,  Reconciliação, Salvação, Esperança, Amor, Paz, Confiança, Desejos e Resoluções.

Por isso mesmo quando o medo nos assalta, a dor nos faz cair,  o sofrimento nos sufoca ou a ansiedade aumenta as nossas dúvidas a mensagem insiste, persiste, permanente sempre  à espera que o nosso coração esteja pronto a aceitar o menino cujo nascimento os anjos anunciaram dizendo: “não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: pois, na cidade de David, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”

O Natal é tempo de Presentes e Jesus é o maior e mais precioso presente que alguém algum dia pode receber.

 

 

Lá, eu encontrei Jesus
Dec 4th, 2009 by M.J. Ferreira

 “Amanhã de manhã” começou por dizer o cirurgião,  “vou abrir o teu coração…”

O senhor doutor vai lá encontrar Jesus”, interrompeu o rapazinho.

O cirurgião olhou para cima com uma expressão irritada e aborrecida e continuou o seu discurso: “quando eu abrir o teu coração, vou ver o quanto ele está danificado.”

Mas, quando abrir o meu coração” – retorquiu o rapazinho – “vai encontrar lá a Jesus”.

O cirurgião olhou para os pais que sentados de mãos entrelaçadas, apesar de assustados, pareciam orar com aquela paz de espírito que excede qualquer entendimento.

Depois de verificar os danos no teu coração, vou fechar o teu peito e decidir sobre os procedimentos que devem ser feitos a seguir.

Mas o senhor doutor vai encontrar Jesus no meu coração. A Bíblia diz que Ele vive lá. Todas as canções que cantamos na igreja dizem que Ele vive lá. Vai encontrá-lo no meu coração.”

Queres saber o que vou encontrar? Eu digo-te. Vou encontrar músculos danificados, pressão sanguínea insuficiente e válvulas demasiado enfraquecidas. Estás a perceber? Isso é o que vou encontrar. Só depois vou saber se consigo melhorar o teu estado.”

“Mas o senhor também lá vai encontrar Jesus. Ele vive lá.” 

Na tarde seguinte, o cirurgião fazia o balanço daquela cirurgia no seu consultório gravando todos os dados: “… aorta danificada, veias pulmonares danificadas, dilatação excessiva, degeneração. Não há qualquer esperança para transplante, não há esperança de cura. Terapia a aconselhar: calmantes, analgésicos e descanso. Prognóstico…” aqui  o cirurgião parou nos seus comentários e fez uma pausa… “morte no espaço de um ano.” O médico parou o gravador e a sua mente era um vulcão em erupção: “Porquê?” – clamou ele em voz alta. “Porquê? Porque permites ó Deus que isto aconteça. Trouxeste esta criança até mim. Porquê? Porque é que deixas que esta criança esteja em tão grande sofrimento e porque é que vais deixar que morra tão novinha”. Nos olhos do cirurgião haviam lágrimas de raiva e muita dor e incompreensão à medida que a mesma palavra, a mesma questão,  martelava intensamente na sua mente: “Porquê?”

Então, no seu interior, o Senhor respondeu-lhe dizendo: “O rapaz, ovelha do meu rebanho, não estava predestinado para continuar neste lugar. Ele é parte do meu rebanho e assim será para sempre. Para onde ele vai não sofrerá mais e o seu conforto é inimaginável para ti. Os seus pais, os seus irmãos, tu próprio, todos se lhe  juntarão um dia e todos saberão o que é paz.”

As lágrimas do cirurgião queimavam-lhe o rosto e a sua ira queimava-lhe o coração: “Tu criaste este miúdo e tu criaste o seu coração. Ele vai morrer dentro de poucos meses. Não é justo. Porquê, diz-me.” Mais uma vez o Senhor respondeu: “O rapaz, uma das minhas ovelhas, voltará ao meu rebanho pois ele já cumpriu o seu dever. Eu não o coloquei junto de seus pais e depois contigo para o perder mas para que fosse salva  uma outra ovelha, que confusa e  perdida,  precisava encontrar pessoalmente a Jesus.” O cirurgião chorava convulsivamente à medida que aquelas palavras ecoavam e modificavam o seu próprio coração.

Quando visitou o rapazinho no seu quarto e se sentou na sua cama, o menino acordou. Sorriu para ele e sussurrou numa vozinha muito fraca: “Doutor, cortou o meu coração?” “Sim”, respondeu o cirurgião. “Que encontrou lá?”. O médico, emocionado e com os olhos marejados, pegou aquela mãozinha débil e franzina e respondeu-lhe: “Lá, eu encontrei a Jesus”.

(adaptado de autor desconhecido)

Reflexão como comunicar a mensagem bíblica (Parte II)
Nov 13th, 2009 by M.J. Ferreira

Parte II

Considerei a renovação da vida comunitária um dos meios, por excelência, para uma Comunicação o mais isenta de ruídos possível de forma a que qualquer comunidade e as actividades que possa desenvolver adquiram credibilidade dentro e fora do contexto local onde primeiramente se inserem.  É necessário que a comunidade como um todo e cada membro que a compõe, em particular, viva a mensagem de forma bíblica e contextualizada . Mas, igualmente, são necessários objectivos e ideias que nos levem àquele alvo. Enumero alguns, a título de exemplo, que considero relevantes:

 1.        Objectivos de renovação comunitária  

1.1. Estruturar a vida da comunidade como “comunidade comunicante”, tendo em conta que a Igreja é essencialmente comunicação, que a própria vida comunitária é comunicação e que a comunicação é parte integrante da vida da Igreja enquanto testemunho de comunhão. Deve ser entendida a Trindade e o que representa em termos de unidade, comunhão e diversidade. 

1.2. Criar na comunidade um espírito de oportunidade em termos de discernimento teológico, pessoal e comunitário em que, por vezes, também possam participar outros cristãos de diferentes denominações. Criar sinergias com pessoas e instituições na área do ensino bíblico e teológico. Promover uma vivência fundamentada no princípio integrador do serviço da fé e promoção da justiça divina no contexto local e contribuir para a renovação de todos os seus membros (formação contínua). 

1.3. Consciencializar que a qualidade da vida comunitária (amor agape, entreajuda, oração, descanso, hospitalidade… ) depende de todos e de cada um, sem excluir ninguém, particularmente os avançados em idade ou os limitados em termos de saúde . 

1.4. Procurar viver em atitude de servo uma relação pessoal e comunitária com o Deus Trino Pai, Filho e Espírito Santo.

1.5. Fomentar uma eficaz colaboração entre a comunidade Igreja e o testemunho para a comunidade, sem esquecer a inserção na comunidade local e na realidade social existente, para que a comunicação seja uma realidade. . Contribuir para a conversão de mentalidade em todas as dimensões da vida humana.  Para isso, fomentar uma nova cultura e uma nova linguagem para o anúncio da fé e a promoção da justiça divina. 

1.6. Avaliação de cada objectivo periodicamente de forma a poderem ser reajustados sempre que necessário. Uma coisa que devemos ter sempre em conta são os meios humanos e financeiros que temos disponíveis. 

Defendo o desenvolvimento de  três linhas de actuação, a saber:

Reflexão e Intervenção Cultural: 
Criar uma “política” de comunicação e intervenção cultural capaz de “evangelizar” as pessoas na sua cultura, em colaboração com todos os que estão comprometidos na transformação criativa do mundo, da sociedade e da Igreja.
A Igreja aprende o sentido de palavras como co-beligerância e parcerias e pelo menos ao fim de 5 anos deve ser reconhecida em termos de poder local (Junta de Freguesia e Câmara Municipal de Lisboa) como uma das referências da freguesia em que se encontra inserida, pelas intervenções comunitárias que desenvolve.

Valorização da Juventude e Espaço de Missões:
Estar com os jovens, valorizar o positivo, partilhar as suas situações, e levá-los a adquirir uma consciência crítica da realidade, inspirada no conhecimento experimentado de Cristo. Os jovens são a Igreja do futuro e por isso a Igreja deve contar com jovens.
No conceito de Missões está contemplado o “ir”  mesmo que haja uma precaridade de membros da comunidade e fundos; desenvolvendo a consciência de que Jerusalém, Judeia, Samaria e confins do mundo acontecem simultaneamente e não um de cada vez. Não é inviável e até é recomendável que possam surgir parcerias com outras comunidades, o que alarga a comunicação.

Promoção da Justiça Social: 
Viver solidariamente com os mais idosos, pobres e desfavorecidos, aprendendo com eles o modo de inculturar a mensagem bíblica em situações onde a dignidade humana está desfigurada, promovendo uma cultura da justiça divina que os tome capazes de participar nos processos que modelam a sociedade onde vivemos. 

 Para uma comunicação eficaz deve tentar-se que todos os que fazem parte de uma comunidade ou de uma igraja local tenham uma boa relação e, ao mesmo tempo crítica, com a nova cultura da comunicação global. Deve ser cultivada a consciência de que a comunicação não é uma arte reservada a uns tantos profissionais, mas uma dimensão fundamental da vida comunitária. Por fim de velar-se para que a comunicação da fé ande aliada à promoção da justiça divina e à dimensão profética da própria Igreja, usando uma linguagem inculturada, convincente e perceptível aos habitantes da actual aldeia global em que vivemos.

Reflexão sobre Comunicar a Mensagem Bíblica (Parte I)
Nov 10th, 2009 by M.J. Ferreira

 O povo português é especialista  em criticar.  Tal “estado de alma”  aliado ao espírito fatalista tem contribuído, penso,  para inviabilizar o desprendimento ao “triste fado do destino” , o que, por si só, é suficiente para comodamente não vermos outras alternativas que não seja continuar a fazer as coisas da mesma maneira. Sempre foi assim…
Quando transportamos tais conceitos para o meio protestante/evangélico, muitas vezes a situação agrava-se porque se acrescenta a ideia de que Deus está a controlar e a seu tempo as coisas mudam.  Ele vai fazer as coisas mudarem. Realmente, Deus está no controle de todas as coisas mas ao escolher e comissionar o homem para ser seu embaixador, criando-o à Sua imagem e semelhança, isso significa que a comodidade não é inerente a esta tão grande responsabilidade. Claro que confiamos em Deus para subir cada montanha, mas a realidade é que não podemos deixar de continuar a trepá-la.
Urge reconhecermos, como povo, quem somos, o que fazemos aqui e para onde vamos. Urge reconhecermos quem é Deus e que papel lhe atribuímos nas nossas vidas diárias. Interessa avaliar que tipo de comunicação temos com o Senhor do Universo e como seus embaixadores que tipo de comunicação utilizamos para o mundo em que vivemos.
Desta forma, esta reflexão apresenta-se como uma tentativa de sair do conformismo escondido na crítica fácil, apresentando alternativas. Criticar é fácil, o complicado surge quando aliado à crítica podem e devem ser apresentadas alternativas.
Estou consciente que esta reflexão pode não merecer a atenção que gostaria que tivesse. Estou consciente que esta reflexão não encerra a perfeição de uma solução em termos de comunicação mas estou, igualmente consciente que para além de ajustes sempre necessários, dificilmente alguma coisa poderá ser feita se humildemente não tivermos dependentes de Deus e centrados no Senhor da Igreja, o próprio Jesus Cristo, renovando a nossa maneira de pensar, de estar, de viver, de sentir e de agir  pelo poder do Espírito Santo, discernindo na Palavra as formas de sermos e vivermos  a Mensagem que Esta revela.
Elaborei esta reflexão com todos estes pressupostos. Nestes tempos onde tantos se queixam sobre a pobreza de recursos humanos, não podemos permanecer paralisados e administrando essa pobreza. É preciso tratar de discernir a que novas necessidades e urgências se deve procurar dar uma resposta e, por conseguinte, tomar decisões e canalizar esforços para novos projectos. Isto implica ultrapassar as barreiras de  mentes burocráticas e espíritos fatalistas de forma a que não se deixem conformar com os padrões humanos  estabelecidos., mas, antes, se renovem pelo poder do Espírito Santo à mentalidade daquele que dizem ser o Senhor e Salvador de suas vidas.
A clarificação dos objectivos é de especial interesse e em tempo algum podemos esquecer que temos de entender o carácter missiológico de Deus e ser/viver de acordo com esse propósito. Por isso, o objectivo  maior e principal  visa dar glória a Deus e edificar o Seu Reino entre nós, enquanto esperamos a chegada de Jesus.
Tal como aconteceu com Jesus sabemos que nem todos perceberão a mensagem mas isso não nos tira a responsabilidade de a proclamar e viver.  Assim, antes de definir quais obras ou actividades poderão melhor responder aos desafios de uma comunicação que se pretende  o mais isenta de ruídos possível, deverão buscar-se e propor-se as orientações que enquadrem, caso a caso, utilizando sinergias, o modo de proceder nesse  mesmo processo comunicacional.
Propõem-se, portanto, algumas linhas de força que poderão inovar ou renovar não só a  vida comunitária de uma qualquer igreja local,  como  a formação contínua de membros e não membros e actividades. Assim,

  1. Como servidores do propósito missiológico de Deus para a Humanidade,  somos chamados a “criar” uma cultura onde surjam a graça e a justiça divinas e que revele a fé e a viver uma fé promotora dessa mesma graça e  justiça. Olhando para o próprio exemplo de Jesus, não podemos esquecer a opção pelos pobres e mais desfavorecidos, o seu serviço  e a solidariedade com eles, o que constitui  exigências que ainda não entraram totalmente na nossa cultura .  Ou seja, urge transformar o que é “tradição” e a que já nos habituámos, numa  espécie de trilogia Fé – Justiça/Graça – Cultura.
  2. Formar cristãos (e entendemos por cristãos pessoas que confessaram Jesus como salvador e senhor das suas vidas) para o diálogo nessa tríplice dimensão , de tal modo que adquiram a linguagem da nova cultura e sejam capazes de comunicar, num mundo agnóstico e pós moderno,  a mensagem evangélica falada ou escrita, pelos meios comuns e habituais ou através dos grandes meios da comunicação social, não esquecendo a vivência diária nos contextos em que se vive e se trabalha .
  3. Na linha da contemplação que Deus nos ensinou desde a Criação, formar em todos e cada um profundo e discernido sentido “ecológico” que se manifeste por uma renovação do nosso modo de proceder, e seja criticamente eficaz na mudança de atitudes e comportamentos. Isso deve incluir uma cultura de denuncia, o que,  aliás,  faz parte da missão profética do povo de Deus.
  4. Renovar a vida comunitária para que a comunidade se tome visível e credível como um sinal de vida ética e moralmente  “à maneira” de Jesus Cristo, capaz de despertar novas vocações  e ser uma alternativa estimulante numa sociedade tão profundamente carente de valores. Esta renovação apresenta-se como um dos motores fundamentais para a execução de qualquer objectivo que tenha em conta uma comunicação eficaz e pró activa.
  5. Revitalizar o nosso amor pela Igreja, dispondo-nos a falar, a relacionar-nos e a participar na sua vida concreta  com espírito construtivo, eficaz e fraterno. Aprender a ser Igreja e sentir como Igreja.
  6. Despertar o sentido universal da Igreja de modo que possa ser desperta a dimensão missionária e a “internacionalização” do carácter missiológico de Deus.

Considerei a renovação da vida comunitária um dos meios, por excelência, para uma Comunicação o mais isenta de ruídos possível de forma a que qualquer comunidade e as actividades que possa desenvolver adquiram credibilidade dentro e fora do contexto local onde primeiramente se inserem.  Isso implica objectivos e ideias para os atingir. Darei destaque a algumas em próximo “post”.

 (continua)

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