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Chegou mais cedo
Oct 30th, 2012 by M.J. Ferreira

Ouvir a discussão do Orçamento na Assembleia da República é ter a sensação que o Halloween chegou um dia mais cedo. É um autêntico culto pagão que cheira a mortos-vivos da festa das bruxas o que se passa por lá. Estão amortalhados os políticos, sejam os do Governo, os da coligação ou os da oposição. Mostram-nos um diálogo surdo, sem ressonância, onde não se consegue perceber, por um lado, o benefício anunciado em alguns campos(sectores) e, por outro, onde não se vislumbra, na oposição, qualquer política de relevância que seja minimamente capaz de fazer diferente e melhor.

Uma autêntica festa Halloween cheia de vampiros, fantasmas e monstros. “Vampiros, fantasmas e monstros” de antigos governos (hoje deputados, administradores ou simplesmente a estudar) que nos levaram ao estado em que estamos hoje e outros de espécies semelhantes que não souberam até hoje sair do coma, ligados a uma deficiente “máquina” que não comunica eficazmente, que se engana na informação, que vai tapando buracos destapando precipícios. Infelizmente, esta parceria de zombies persiste teimosamente numa máquina emperrada sem energia ou coragem para inverter a situação.

Os deputados e todo o barulho pestilento que as intervenções nos trazem bem parece aquelas festas de druidas sapientes (pseudo, no nosso caso) mas pouco eruditos em soluções sábias que estejam à altura das circunstâncias, a que se alia o cinismo e a hipocrisia demagógica de quem anseia pelo poder.

O Halloween chegou mais cedo e, se Hollywood fornece vários filmes de terror que criam angústia e ansiedade, esta discussão do Orçamento consegue criar no espectador uma aflitiva comoção do espírito (que receia o que pode suceder a curto/médio prazo) e uma enorme impaciência, a que se juntará um enorme sofrimento (cumprindo o que é certo por aí vir).

Que mais nos irá acontecer?

Halloween
Oct 31st, 2010 by M.J. Ferreira

Para muitas pessoas, este fim de semana é um fim de semana maior que o habitual. Para além do Sábado e Domingo, a Segunda-feira é feriado nacional para comemorar o Dia de Todos os Santos.

Com certeza estão a ser três dias que permitem uma pequena folga nas obrigações de todos os dias e que permitem levantar mais tarde, passar tempo com a família, viajar para estar com ela e, em muitos lares, preparar a visita aos cemitérios para lembrar aqueles que já morreram. É por isso, que o dia 2 de Novembro, o dia imediatamente a seguir ao feriado, é chamado de Dia de Finados. Habitualmente, os cemitérios enchem-se de flores, velas e pessoas que por lá passam visitando e ornamentando as campas dos seus familiares e amigos falecidos.

Não sei se com a crise que vivemos as flores naturais serão uma opção para muitas bolsas. Tradicionalmente ficam nesta data mais caras e provavelmente muitos irão encontrar soluções alternativas nas lojas dos chineses que vendem flores artificiais de todas as qualidades com a vantagem de não murchar, para os ramos que fielmente depositarão nos locais de repouso dos que já partiram.

Não é que eu seja do contra mas não alimento esta data. Não é que eu seja insensível à saudade dos que já partiram mas tenho-me “recusado” a fazer dos cemitérios um local de passagem nesta data. Prefiro a discrição de outros dias, prefiro homenageá-los(as) recordando vidas e dando graças a Deus pelos exemplos, pelo tempo passado junto, pelas gargalhadas, brincadeiras e arrufos em conjunto, por terem desempenhado um papel tão importante naquilo que sou hoje.

Todas as pessoas são diferentes umas das outras e, sabendo isso, todas me merecem igual respeito, pelo que, não condeno quem necessita deste ritual para estar em paz consigo próprio.

Outro ritual que começou a desenvolver-se de há uns tempos para cá é o da noite do Halloween, celebrada entre o pôr-do-sol do dia 31 de Outubro e o dia 1 de Novembro. Esta noite já vi anunciadas junto às estradas muitas “festas” com bailaricos onde se deve ir mascarado a preceito.

Pesquisas que efectuei dão conta que a origem do halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às actuais abóboras ou da famosa frase “Gostosuras ou travessuras”, exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão(samhain significa literalmente “fim do verão”).

A celebração do Halloween parece ter duas origens que, no decorrer dos anos e da História se misturaram:

A Origem Pagã
Tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objectivo prestar culto aos mortos. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de verão e o solstício de inverno). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana.

A “festa dos mortos” era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para nós seriam “o céu e a terra” (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. A festa era celebrava com ritos presididos pelos sacerdotes druidas, que atuavam como “médiuns” entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.

A Origem Católica
Tem a ver com a consagração de um dia para festejar “Todos os Mártires”. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III(† 741) mudou a data para o dia 1 de Novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma.

Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de Outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Eve e “All Hallow Een” até chegar à palavra atual “Halloween”.

A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas teria começado na Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens ou mulheres que fossem considerados curandeiros e/ou pagãos.

Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.

Essa designação perpetuou-se e a comemoração do halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses (povo de etnia e cultura celta) no século XIX, ficou conhecida como “dia das bruxas”, uma lenda histórica.

Se analisarmos o modo como o Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um carácter completamente distinto do que tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como à de Todos os Santos.

A mais famosa referência do Halloween é a abóbora oca, com orifícios cavados e aparência demoníaca, denominada Jack-o-Lantern. A sua origem está presente no folclore irlandês. Segundo a lenda, um homem chamado Jack, notório beberrão e trapaceiro, esculpiu uma cruz no tronco de uma árvore, prendendo o diabo em cima dela. Assim, Jack firmou um trato com o Diabo: se ele nunca o atormentasse, ele apagava a cruz do tronco e o deixava-o descer da árvore.

Depois de Jack morrer a sua entrada no Céu foi recusada devido ao seu pacto com o Diabo. No inferno, também não foi aceite devido às suas trapaças. Porém, o Diabo concedeu a Jack uma única vela para iluminar os seus caminhos. A sua chama teria que ser preservada eternamente. Então Jack colocou-a dentro de um nabo oco, e esculpiu alguns furos para dar passagem à luz emitida pela chama.

Assim, originalmente as Lanternas de Jack eram feitas com nabos. Mas quando os imigrantes irlandeses aportaram nos Estados Unidos em 1840, encontraram as abóboras que são muito mais adequadas. Desta forma, a abóbora tornou-se o principal símbolo contemporâneo do Halloween.
Para além da abóbora, na celebração actual do Halloween, podemos notar a presença de muitos elementos ligados ao folclore em torno da bruxaria. As fantasias, enfeites e outros itens comercializados por ocasião dessa festa estão repletos de bruxas, gatos pretos, vampiros, fantasmas e monstros, no entanto isso não reflecte nem a realidade pagã, nem a realidade cristã.

Mais que corresponderem às origens da data são uma forma de consumo e, em muitas escolas, os pais devem comprar fatos e acessórios com que os filhos vão mascarados para as escolas.

Eu não cresci com esta tradição e, sinceramente, nada me faz brincar às bruxas. A única tradição que relaciono com esta data é a do “Pão por Deus” mas só amanhã é dia de o ir pedir de porta em porta.

Até amanhã que vou preparar o meu saquinho para ir ao “Pão por Deus”.

(textos sobre o Halloween compilados da Wikipédia e do site Specrumgothic)

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