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Vai, vai, balão. Segue o teu caminho
Sep 2nd, 2010 by M.J. Ferreira

Descobri o vídeo “99 balões” no Youtube e confesso que me emocionou. Emocionou-me esta família, o amor em cada gesto, em cada palavra, nas fotografias, na partilha da sua privacidade.
Face a adversidades há muita formas de reagir. Há aqueles que se vitimizam e buscam a atenção constante numa lamúria agressiva, despojada de luta e vontade de mudar, entregando-se à inevitável derrota. Outros, por sua vez, encaram as dificuldades como oportunidades únicas para delas retirarem o que possam ter de bom e belo e, com isso, aproveitarem cada momento com a certeza que valeu a pena.
E depois há a fé, essa certeza das coisas que se esperam aliada à garantia das coisas que não se vêem. Uma razão que a própria razão não consegue explicar mas que conforta, serena, motiva e acarinha nos piores momentos alicerçada no relacionamento com Deus.
“99 balões” é um exemplo de amor que toca pela determinação de cada um dos seus protagonistas. Numa sociedade às vezes tão crua e tão insensível para com a diferença, há momentos que nos enchem verdadeiramente. E com o peito cheio de ar, qual balão que flutua pelos ares, seguimos em frente com mais esperança, com um sorriso nos lábios que faz a diferença.

Vai, vai, balão. Segue o teu caminho.

Dia dos Pais
Jul 23rd, 2010 by M.J. Ferreira

“Educa as crianças e não precisarás castigar os homens.”
(Pitágoras)

Da América temos importado vários festividades nos últimos tempos que em apenas alguns anos se tornaram incentivos ao consumo. Estou-me a lembrar por exemplo do S. Valentim ou do Dia das Bruxas. Outros haverá mas não quero fazer uma recolha de dados intensiva sobre o assunto. Antes, chamar a atenção para uma outra festividade que acontece na terra do Tio Sam, todos os últimos Domingos do mês de Julho: o Dia dos Pais (não confundir com dia do pai; pais = mãe e pai)

De um modo geral, em qualquer cultura, a família é a instituição humana fundamental por excelência. Em termos cristãos, a família é mesmo a primeira das instituições criadas por Deus. Ela deve ser o começo da vida, o suporte do bem-estar e a escola do amor. É nela que se desenvolve a socialização e é nela que se recebe educação, se copiam comportamentos e se passam de geração em geração histórias e tradições.

A família é a base da sociedade. Daí ser importante perceber o valor deste núcleo, valorizando a coesão entre os diversos membros que a compõem. Não só a coesão mas, igualmente, a responsabilidade, a solidariedade, a tolerância, a serenidade, o valor do trabalho e da cidadania. Tudo isto são factores que, no seu próprio tempo, contribuem para o próprio nível de honradez, maturidade e sobriedade de uma sociedade sã.

Tragicamente, não só à nossa volta como, igualmente, um pouco por todos os países, tem-se sofrido os efeitos da separação das famílias, dos novos tipos de famílias, da violência praticada, presenciada e sofrida em muitos lares, do desemprego e da crise que prospera. À medida que a família tem vindo a debater-se com uma crescente crise de valores, muitas vozes se têm levantado de maneira a poder ser feito um exame cuidado às nossas prioridades e valores.

Muitas vezes temos deixado que as preocupações do quotidiano tomem precedência sobre as nossas responsabilidades como pais. Mas, se a família é o pilar principal da sociedade, não será a educação das crianças a consolidação desse pilar e a construção de bases sólidas que eliminem no futuro comportamentos de risco e degradantes que aviltam e rebaixam a dignidade humana?

Por outro lado, também a cultura secularizada e egoísta nas últimas décadas tem enfatizado a auto-realização e a auto-gratificação. Esse foco no “eu” corre desfavoravelmente contra a essência da parentalidade, a qual envolve o amor incondicional.

Por tudo isto, tenho pena que este dia não seja importado. O Dia dos Pais poderia permitir, entre outras coisas, reconhecer e promover a parentalidade como uma vocação central das famílias e comunidades. Mais do que um tempo para ser celebrada seria, certamente, uma excelente ocasião para declararmos o que é realmente importante na nossa sociedade. Seria uma oportunidade para se criar uma tradição positiva relativamente ao axioma de que o papel dos pais é crucial no desenvolvimento das crianças e que isso requer missão, investimento, alvos e cometimento.

O próximo Domingo, o último de Julho, é Dia dos Pais.
A todos aqueles que o foram, que o são, e que o serão, um abençoado dia.

“É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais.”
(Coelho Neto)

“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.”
(Pv. 22:6)

# 59
Jul 6th, 2010 by M.J. Ferreira

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.”

Augusto Cury
Dez leis para ser feliz, da Editora Sextante(2003)

Entender e viver a pós-modernidade
Jan 26th, 2010 by M.J. Ferreira

“Eu receio que nós, cristãos, sejamos mais frequentemente conhecidos por aquilo a que nos opomos, do que por aquilo que aprovamos.” (Greg Laurie)

Atendendo ao que se assiste cada vez que é apresentado na sociedade um tema a que se convencionou chamar de “fracturante”, Greg Laurie tem razão.
Então, é preciso que o cristão tenha uma noção actualizada do desenvolvimento de matérias, temas, palavras-chave que fazem parte da discussão, da vivência, do agendamento de assuntos que tocam, fazem mover, intrigam, questionam a sociedade em que nos inserimos.
É preciso que o cristão aprenda a pensar e a enunciar objectivos. É preciso que o cristão tenha a noção do que o rodeia de forma a estar preparado para as “disputas e discussões” que este século e, de forma especial, o futuro imediato, têm pela frente.
É preciso que o cristão leia e medite na sua Bíblia e faça passar pelo filtro da Palavra cada um dos desafios que se lhe coloca.

O cristão deve estar preparado para frente à corrupção mostrar o pudor e a probidade; face à injustiça responder com esperança e alternativas; face ao comodismo motivar à pro-actividade. O cristão tem que ser revelação de Deus . Saber sê-la e saber passá-la. Por isso, o cristão tem que deixar de ser “denominação” para ser vida e vida em abundância.

O cristão não pode ser um ornato ou um adorno permanente dos bancos das diversas igrejas existentes, argumentando entre si sobre diferentes baptismos, diferentes exegeses, etc.; antes deve ter consciência da sua sinergia enquanto igreja de Cristo, dialogando, trabalhando humildemente juntos e evitando mexericos e juízos; deve saber viver o grande desejo de Jesus para todos os seus seguidores e que consistia tão só em que todos fossem um.

Fazer parte dos dias que correm implica entender e viver a pós-modernidade. Porquê? Porque as mudanças a todos os níveis que ocorreram nos últimos 50 anos contribuíram de forma decisiva para mudar, de forma radical a maneira de pensar e estar de uma sociedade e, por consequência, da Igreja de Cristo, porque esta é viva, está viva e não pode estagnar, paralisar, agarrar-se às tradições e condenar-se ao imobilismo.

Não que a Bíblia ou o Evangelho se tenham alterado. De forma alguma! Apenas não pode deixar de ser meditado, entendido e vivido, respondendo às exigências de cada dia. Se os cristãos não souberem usar a sua Bíblia para viverem, testemunharem e apresentarem alternativas para os nossos dias, eles não passam de cidadãos do mundo secular esquecidos da sua cidadania enquanto herdeiros do reino de Deus. Passam a ser povo que não exerce influência, fazendo a diferença que se anseia; mas é influenciado e passa a viver um estilo de vida equivocado, assimilando os valores do mundo.

Como os cristãos não são ascéticos, no sentido de uma vida apenas espiritual e contemplativa e nem devem isolar-se em comunidades estanques, devem ter sempre bem presentes os valores da sua cidadania divina, e serem cidadãos de sã moral e vida irrepreensível, conscientes de direitos e responsabilidades, de forma a serem testemunhas pro-activas nos contextos em que se inserem, em que vivem e trabalham.

É tão ténue por vezes a linha da fronteira e tão desejável o outro lado; o dos prazeres imediatos, das fortunas sem trabalho, dos favores comprados, do deixa andar que não há-de ser nada. Mais do que nunca, os cristãos precisam ser, precisam estar, precisam da máxima conhecida por “mulher de César”: não basta serem sérios e honestos, devem parecer sérios e honestos.
Os cristãos precisam de uma participação enquanto cidadãos deste país na vida pública, quer através de processos de representação política, quer através do empenhamento nas instituições, organismos e outros da sociedade civil.

Os cristãos precisam ser testemunhas relevantes da Palavra, perante o que significa estar integrado e comprometido com os princípios e valores fundamentais da democracia portuguesa. Não esquecendo quem é o Senhor e contribuindo decisivamente para ser “sal” (nem demasiado insonso porque não tem sabor, nem demasiado salgado porque não presta) e “luz” (o ponto luminoso em que todos reparam no meio da escuridão que é uma sociedade a corromper-se e a desmoralizar-se)
É preciso que o cristão tenha a noção do que o rodeia. É preciso que saiba avaliar e redimir cada coisa, cada partida, cada peleja com os valores imutáveis da Palavra divina. É preciso que o cristão se organize, aprenda a pensar e a anunciar objectivos. É preciso que adquira um corpo de conhecimentos, competências e capacidades de intervenção, chamando à discussão pública temas pertinentes e actuais.

Entender e viver a pós-modernidade implica os cristãos serem revelação de Deus. Saber sê-la e saber transmiti-la. Ser, ter e viver as alternativas, seja no campo político, jurídico, social, etc. Como cristã, recuso-me a fazer parte das beatas, dos ornamentos, das denominações que apenas inibem o movimento, a mudança e a beligerância. Não quero que Greg Laurie tenha razão quando diz: “Eu receio que nós, cristãos, sejamos mais frequentemente conhecidos por aquilo a que nos opomos, do que por aquilo que aprovamos.”

Você realmente confia em Deus?
Jan 8th, 2010 by M.J. Ferreira

Hoje, antes de ir para o fim de semana, despeço-me com uma pequena história e uma canção:

Conta-se que um alpinista, desesperado pela conquista de uma altíssima montanha, iniciou a sua escalada depois de anos de preparação. Como queria a glória só para si, resolveu subir sem quaisquer companheiros.

Durante a subida foi entardecendo e cada vez ficava mais e mais tarde… O alpinista para ganhar tempo decidiu que não iria acampar e continuou subindo…. subindo… até que por fim ficou escuro.

A noite era densa naquela parte da montanha e não se via absolutamente nada. Tudo era negro, visibilidade zero, a lua e as estrelas estavam encobertas pelas nuvens. Ao subir por um caminho estreito, a apenas poucos metros do topo, escorregou e precipitou-se pelos ares, caindo a uma velocidade vertiginosa. O alpinista via apenas velozes manchas escuras passando por ele e sentia a terrível sensação de estar sendo sugado pela gravidade. Continuava caindo…

E nestes seus angustiantes momentos, passaram pela sua mente episódios felizes e tristes da sua vida. Pensou também na proximidade da morte, sem solução… De repente, sentiu um fortíssimo solavanco causado pelo esticar da corda à qual estava amarrado e que tinha ficado presa nas estacas cravadas na montanha. Nesse momento de silêncio e solidão, suspenso no ar, não havia nada que pudesse fazer e então gritou com todas as forças que lhe restavam: Meu Deus, ajuda-me.

De repente, uma voz grave e profunda vinda dos céus respondeu-lhe: Que queres tu que eu te faça? – Salva-me, meu Deus, disse o alpinista.
-Crês realmente que eu posso salvar-te? – Com toda a certeza, Senhor!, respondeu o homem desesperado.
-Então corta a corda na qual estás amarrado. Houve um momento de silêncio. Então, o homem agarrou-se ainda com mais força à corda-.
– Porque duvidas? Não crês que sou Deus e posso salvar-te? Hesitação: – Sim Senhor, mas…
– Se crês, corta a corda.

Conta a equipa de resgate que no dia seguinte encontraram o alpinista morto, congelado pelo frio, com as mãos fortemente agarradas à corda a apenas dois metros do solo.

Às vezes precisamos de tomar decisões que testam a nossa fé em Deus. Quantas vezes temos de decidir entre o que a nossa razão determina como correcto e a dependência na pessoa de Deus? Quantas vezes nos diz a tradição que devemos agir de determinada forma, de determinada maneira e ignoramos a voz de Deus?

Nós, que estamos tão agarrados a diversas “cordas”, será que estamos dispostos a cortá-las?

“Vem, disse Jesus. Pedro saiu pela borda do barco e caminhou por cima da água em direcção a Jesus. Mas, olhando em torno, sentindo o vento forte, ficou apavorado e começou a afundar-se: Senhor, salva-me! Logo, Jesus lhe estendeu a mão e o socorreu: Homem de pouca fé, porque duvidaste?” Mt:14:30-31

Para nós, palavras de confiança, segurança e esperança:
“Seguro-vos pela vossa mão direita – eu, o Senhor vosso Deus – e digo-vos: Nada receiem. Estou aqui para vos ajudar.” Is.41:13

A César o que é de César, a Deus o que é de Deus
Jan 8th, 2010 by M.J. Ferreira

Hoje foi aprovado na Assembleia da Republica a legalização do casamento homossexual tendo por base o diploma apresentado pelo Governo. Disse José Sócrates que com o “sim” ao casamento homossexual será dado um passo significativo contra a discriminação.

Pessoalmente, e já tinha emitido a minha opinião, preferia que fosse feito um Referendo sobre a matéria que permitisse sem dogmatismo ou fanatismo discutir o tema em toda a sua amplitude e implicações. Foi pena que, como frisou Telmo Correia, num país onde dizemos que a sociedade civil não participa, uma petição assinada por mais de 93 mil pessoas, para além de ser notável, seja ignorada completamente pelos deputados do PS, Bloco , PC e Verdes que já manifestaram o seu voto contra. O interessante destas 93.000 assinaturas é que incluíam pessoas que tanto votariam a favor como contra o casamento homossexual.

Friso ainda que os deputados livremente eleitos pelo povo português e a quem representam têm muito pouca liberdade de se exprimir e representar o povo que os elegeu, especialmente no caso do PS que impôs também para a questão do Referendo e da adopção por casais homossexuais a imposição do voto (excepção dada apenas a alguns poucos deputados). Um passo importante contra a discriminação…

Aproveitando ainda este pedaço do “passo importante contra a discriminação”, do discurso do Primeiro Ministro, é interessante notar que o casamento agora aprovado com tanta pressa (e com a desculpa que fazia parte do programa eleitoral do governo) discrimine a adopção. Mais uma vez a desculpa, desta vez que não fazia parte do programa eleitoral. Penso que para o Governo isto é uma incoerência enorme e uma hipocrisia completa. Até porque, de acordo com a jurista Isilda Pegado, não há possibilidade legal de fixar a existência de casamento, sem se admitir a filiação. Depois, ainda há outras discriminações que podem resultar da aprovação do casamento homossexual uma vez que, por exemplo, nos casos de tratamentos de infertilidade, estes ficarão disponíveis para lésbicas casadas mas não para as que vivam “maritalmente” ou que sejam solteiras. Enfim, tudo à pressa, sem uma discussão capaz, e que esclareça e seja esclarecida!

Falta agora esperar pela apreciação do Presidente da República.

Pessoalmente, no caso de haver um Referendo, votaria contra. No entanto, atendendo ao que este Governo já mostrou de opiniões relativamente à família, esta era uma situação esperada. Se era importante que fosse agora, eu, sinceramente, tenho dúvidas. O Governo tem mandato para uma legislatura de 4 anos e, neste momento, o que é importante é o Orçamento de Estado. É isso que vai determinar que tipo de Estado vamos ter a governar-nos e que tipo de despesas e contenções têm que ser feitas. A não ser que o Governo saiba mais do que aquilo que nós sabemos e esteja à espera de cair rapidamente.

Apesar de a minha posição ser contra, concordo com o que Sócrates disse relativamente ao assunto, nomeadamente que a lei aprovada em nada prejudica os direitos, nem as crenças, nem as opções de vida. Realmente, os meus direitos não ficam afectados, as minhas crenças muito menos e as opções de vida continuam intactas. É por isso que acho uma falsa premissa o ataque à Igreja por parte daqueles que queriam a lei aprovada. Já não concordo quando Sócrates diz que assim teremos uma sociedade melhor (teremos uma sociedade melhor quando todos os portugueses tiverem qualidade de vida que seja digna) e que esta lei é de  concórdia e harmonia social (não pode haver concórdia, nem harmonia sem que todos, todos é a sociedade, sem que todos possam ser ouvidos, sem que se discuta em liberdade e se esclareça e se seja esclarecido).

O facto da lei estar aprovada não implica que eu, ou quem pense como eu, ou tenha o mesmo tipo de crenças ou opções enverede pelos caminhos que a lei passa a permitir. Aliás a Bíblia, que tenho como regra de fé e vida, é muito clara: a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Para perceber, considerem-se três aspectos: a Bíblia (divina), a Tradição (humana, baseada no passado) e a Razão (humana, relativa ao presente). Tenho duas regras. A primeira diz que se a Razão e a Tradição contrariarem a Bíblia, eu sigo a Bíblia. É o que acontece para esta minha forma de estar relativamente ao casamento homossexual. Cabe em dois aspectos mas não naquele que escolhi para o meu caminho. A segunda regra diz que se a Bíblia não contrariar a Tradição ou a Razão, utilizo as três. Inclui-se aqui, por exemplo, o pagamento dos impostos – a que não devo fugir, a cidadania responsável, comportamentos adequados em sociedade, a solidariedade, não roubar, não corromper,  nem ser corrompido, etc.

Devo ainda acrescentar que não tenho nada contra os homossexuais. Fazem parte do mundo e Deus ama o mundo que criou. Assim, eu própria os devo amar. Diz o mandamento: ama ao próximo como a ti mesmo. O facto de perceberem que a homossexualidade não é defendida biblicamente compete aos próprios homossexuais que se aproximem da igreja de Cristo. É a eles que é dada a escolha e têm livre arbítrio para o fazerem. A César o que é de César, a Deus o que é de Deus.

Já faz um ano…
Dec 19th, 2009 by M.J. Ferreira

Habitualmente não escrevo nada no blog durante os fins de semana. Este, no entanto, é um pouco diferente. Hoje faz um ano que fui operada. Fui sujeita a uma histerectomia total. Uma data, como tantas outras do calendário, que nunca nos disse nada. No entanto, o dia 19 de Dezembro tem uma particularidade diferente que me leva a recordá-lo. Faz precisamente um ano, durante a cirurgia, tive uma paragem cardio-respiratória que, prontamente “atacada” pelos profissionais que me assistiram foi ultrapassada depois de ter pregado um valente susto a toda a equipa médica.

Sinceramente, a única coisa que recordo – uma vez que a anestesia foi apenas epidural – foi o facto de começar a estar extremamente mal disposta, com uma vontade enorme de vomitar. Lembro-me, igualmente, que me debatia intensamente para tentar levantar-me e que aflita apenas balbuciei mentalmente: Pai, preciso de ajuda.

Depois, a única coisa que me vem à memória foi ter acordado com uma excelente boa disposição e começar a ouvir frases que a anestesista registava algures sobre os procedimentos que tinham acabado de efectuar. Ooops… a linguagem era igualzinha à da série que vejo semanalmente “E.R. – Serviço de Urgência” e apercebi-me de que algo tinha acontecido. Foi confirmado depois pela médica assistente no dia seguinte o que me tinha acontecido.

Este é o primeiro ano desde que isso aconteceu. Dou graças a Deus por Ele me ter permitido continuar entre aqueles que amo. Se já valorizava o valor da vida, neste momento, ainda o valorizo muito mais. A forma como encaramos todas as coisas, como olhamos para os outros, como nos relacionamos, como perseveramos em amar, como enfrentamos dificuldades e como confiamos cegamente na bondade, graça e misericórdia do Pai, anima-nos a, com humildade, continuar o nosso caminho, sabendo que a nossa esperança não é vã. Por causa disso, anima-nos igualmente a, de mãos dadas e coração aberto, envelhecer em família com um sorriso de satisfação por todas as coisas que temos e alcançamos, por todas as pessoas que nos rodeiam e, sobretudo, por estarmos debaixo do abraço carinhoso do Pai.

Hoje, quero ainda ouvir uma música que já não oiço há imenso tempo e aproveito para partilhar com todos vocês.

A bênção do não
Dec 17th, 2009 by M.J. Ferreira

A bênção do não

Eu pedi a Deus para acabar com o meu orgulho…
Ele respondeu-me: Não. Não me compete a Mim acabar com o teu orgulho mas a ti desistir dele.

Eu pedi a Deus para que as crianças deficientes fossem curadas…
Ele respondeu-me: Não. Os seus espíritos são sãos e os seus corpos são apenas temporários.

Eu pedi a Deus para me conceder paciência…
Ele respondeu-me: Não. A paciência é um produto derivado das tribulações. Não é concedida, é ganha (merecida).

Eu pedi a Deus para me dar felicidade…
Ele respondeu-me: Não. Eu dou-te bênçãos. A felicidade é decidida por ti.

Eu pedi a Deus para me poupar de sofrer…
Ele respondeu-me: Não. O sofrimento afasta-te do mundanismo e traz-te para perto de Mim.

Eu pedi a Deus para rapidamente me fazer crescer espiritualmente.
Ele respondeu-me: Não. Tu deves perseverar no crescimento. Eu vou-te “podando” para que te tornes frutífero.

Eu pedi a Deus todas as coisas para que pudesse gozar a vida.
Ele respondeu-me: Não. Eu dou-te a Vida para que possas gozar todas as coisas.

Eu pedi a Deus para me ajudar a amar os outros tal e qual como Ele me ama a mim.
Ele respondeu-me: Ahh! Finalmente percebeste!

(adaptado de autor anónimo)

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