Na próxima semana, o Movimento Nacional Empresarial da Restauração, agendou um protesto para o dia 19 de Novembro no sector da restauração.

Espera este Movimento, uma vez que o sector apresenta quebras na ordem dos 70%, convencer os deputados a votar a favor da proposta de descida do IVA para 6%.

Não percebo a lógica deste Movimento e outros congéneres e similares. Será que os empresários da restauração estão dispostos a fechar portas e “perder” os parcos clientes que ainda têm, mesmo por um dia de protesto? Não me parece.

Aliás, neste momento, penso que a crise neste sector (restauração) já não tem tudo a ver com o aumento do IVA mas com a decisão/escolha de poupança das famílias que terão optado por outras alternativas (como o regresso à lancheira) e o corte em despesas consideradas supérfluas como os das refeições/pequenos almoços/lanches fora.

Não esqueço que no tempo das vacas gordas, o aumento do consumo desenfreado passou também pela área da restauração que, em muitos locais, passou a ter estabelecimentos “porta sim, porta sim”. Este excesso de disponibilidade repercute-se agora na hora de apertar os cintos onde a oferta é manifestamente excedentária para a procura que ainda se regista.

Entretanto, e em relação ao IVA, sou de opinião que o Governo, assim que for possível, deveria rever a taxa , não só neste, como em alguns sectores que são importantes para (algum) desenvolvimento da economia (como o turismo, p.e.), assim como “premiar” as pequenas e médias empresas que, a despeito dos tempos difíceis, continuam a cumprir os seus compromissos fiscais.