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Um sucesso
Nov 1st, 2013 by M.J. Ferreira

Foi um enorme sucesso o “Pão por Deus” da pimpolha. Assim que veio da escola, o saquinho já estava preparado e lá foi ela pela vizinhança. Chegava-se a cada casa/estabelecimento e dizia com ar muito compenetrado e perceptível . “Pão por Deus por amor dos seus”. Para além de sorrisos, a pimpolha recebeu de tudo: fruta, figos, nozes, gomas, gelatinas, chocolates, pastilhas, bolachas, bolos, dinheiro e um jogo. Viva 🙂

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“Pão por Deus”
Nov 1st, 2010 by M.J. Ferreira

Há quem diga que a tradição já não é o que era. Por isso mesmo, há que mantê-las e passá-las às novas gerações.

Hoje, dia 1 de Novembro, temos uma tradição que nas grandes cidades terá caído em desuso mas que se mantém, ainda, em locais mais pequenos e onde quer que existam crianças e alguém que a conhece.

Onde habito pedi o “pão por Deus” quando era mais nova, os meus filhos também e a minha mãe até há bem pouco tempo costumava lembrar-se e oferecia qualquer coisa aos netos que, mais crescidos, há muito tinham deixado de bater a várias portas.

Esta tradição está relacionada com uma das muitas tarefas agrícolas, a desfolhada, que ocorria algumas semanas antes do Dia de Todos os Santos. Nessa altura já havia farinha e a oferta do tradicional Bolinho ou das broas às crianças era uma forma de agradecer a toda a comunidade que tinha ajudado na descamisada do milho.

A animação do “pão por Deus” começa antes do próprio dia com a antevisão do que se poderia receber e a feitura do saco com pano que vai servir para recolher todas as ofertas. Este era realizado com alguma vaidade por ricos e pobres que neste dia eram iguais naquilo que as crianças faziam.

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Na manhã do dia 1 de Novembro, dia de Todos os Santos, as crianças habitualmente juntam-se em pequenos grupos e aí vão elas lambareiras, pedindo de porta em porta o “pão por Deus”.

O pedido, para os mais tímidos é só “vizinha, dê-me o pão por Deus” mas para os mais desembaraçados existe uma cantilena que varia de região para região. No entanto, o objectivo é sempre o mesmo, encher o saco de guloseimas. Com o passar da manhã os sacos vão-se enchendo de rebuçados, pastilhas, gomas, línguas de gato, frutos secos, fruta e outras gulodices.

Hoje os sacos já não são apenas de pano. Há-os, também, a fazer publicidade às grandes superficies. Estes, começam bem enroladinhos nos bolsos dos mais pequenos e depressa se começam a desenrolar e enchendo, perante os olhos brilhantes dos bandos de miúdos. Mesmo com crise, há sempre um rebuçado, uma peça de fruta e/ou até uma moedinha que dá felicidade a quem recebe e provoca sorrisos em quem dá.

Há mesmo quem ainda mantenha a tradição de fazer broas ou o tradicional Bolinho para dar, nesse dia, às crianças. Estes bolinhos são feitos com azeite,
sal, 2 ovos, canela, erva doce, vinho do Porto, farinha de milho e açúcar. Não sei as quantidades exactas. Só sei que se põe tudo num alguidar e amassa-se com as mãos. A massa deve estar suficientemente grossa para se poder moldar bolinhas que se põem no forno a cozer.

Hoje é dia de pedir o “pão por Deus”. A quem for bater à porta, já há chupas para oferecer; mas, surpresa, também tenho o “pão por Deus” preparado para a família que existe e para a que vem a caminho, olarilólé.

Algumas das cantilenas usadas para pedir o “pão por Deus”:

“Pão por Deus,
Fiel de Deus,
Bolinho no saco,
Andai com Deus.”

Ou então:
“Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós
Para dar aos finados
Qu’estão mortos, enterrados
À porta daquela cruz

Truz! Truz! Truz!
A senhora que está lá dentro
Assentada num banquinho
Faz favor de s’alevantar
P´ra vir dar um tostãozinho.”

Quando os donos da casa dão alguma coisa:
“Esta casa cheira a broa
Aqui mora gente boa.
Esta casa cheira a vinho
Aqui mora algum santinho.”

Quando os donos da casa não dão nada:
“Esta casa cheira a alho
Aqui mora um espantalho
Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defunto.”

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