Miguel Portas 1958-2012

Faleceu hoje Miguel Portas. Embora politicamente não partilhasse das suas opiniões, ao reler sobre os seus anos de juventude e adolescência, encontro pontos similares com o que – então, eu – pensava e acreditava.

Depois, Miguel não era apenas o outro Portas. Ele foi um homem que se foi “construindo” sem precisar da política; mas que, a ela se deu, igualmente, numa comissão de serviço “lutando” por aquilo em que ele acreditava poder fazer a diferença.

Nas últimas eleições legislativas em que o BE perdeu, ele foi o único com uma atitude digna ao assumir que era tempo de dar lugar aos novos, mostrando total desapego pelo “poder”.

Isso não o impediu de continuar a dar o melhor de si. Nem quando, em Abril de 2010, descobriu que tinha cancro no pulmão.

Apesar da sua doença, continuou a fazer política, viagens, relacionamentos. Continuou a ser o homem de ideias e crenças fortes. Em Janeiro de 2011 “revelou-se” a uma revista “cor-de-rosa”, a CARAS, falando, igualmente, de uma sua faceta bem menos conhecida, mas não menos importante, a de pai:

“Julgo que me tornei um pai mais presente, mas não gosto muito de falar sobre esses assuntos. Quando uma pessoa passa por isto, os seus horizontes ampliam-se. Passei a dar mais importância a determinadas coisas e julgo que, sob vários aspetos, hoje estou bastante melhor. A arte da vida é transformar de alguma maneira estes problemas em oportunidades e desafios. Encarei tudo isto com muita naturalidade.”

É verdade Migel Portas! A arte da vida é transformar de alguma maneira os problemas em oportunidades e desafios. Vale a pena lutar por isso. Vale a pena agarrar cada oportunidade e cada desafio com garra, com determinação, com esperança e, por que não, com um sorriso nos lábios.

À família, as minhas orações e a minha simpatia.