Entrámos na semana que antecede a Páscoa. Uma semana pequenina que termina mais cedo. Dá jeito, confesso. Quero aproveitar o feriado para ir colocar alguma “mobília” ao campismo.

Depois, confesso (também), gosto de ver os pinheiros que por lá crescem nesta altura do ano. Os novos rebentos apresentam sempre por altura da Páscoa uma pequena cruz que nos remete para o que há cerca de dois mil anos aconteceu com a condenação à morte na cruz de Jesus.

Interessante que, ao “lembrarem-nos” da cruz, os novos rebentos significam também a renovação da vida que nos remete para a nova vida que a ressurreição de Jesus, com a sua vitória sobre a morte, simboliza para todos os cristãos.

A natureza, milagre da criação, continua a ser revelação. Os pinheiros lembram-nos a Páscoa. Os pinheiros lembram-nos que é preciso passar pela morte para que a vida seja renovada. Os pinheiros lemram-nos a lição de que é preciso morrer para nós mesmos e ressuscitarmos em Cristo para que a renovação da vida tenha lugar e uma “nova vida”, um “novo nascimento” comece a desenvolver-se no nosso coração, na nossa mente; dando origem a uma nova maneira de ser e estar no contexto em que nos inserimos.

Não é fácil morrer para nós mesmos. Nem foi fácil para Jesus morrer por cada um. Tal como Ele, orando ao Pai, dizemos face às mais variadas situações imprevistas e indesejáveis “se puderes, afasta de mim este cálice”. Mas, tal como Jesus, imediatamente a seguir se entrega confiante nas mãos do Pai orando “não se faça a minha mas a Tua vontade”; também nós, ao entregarmo-nos nas Suas mãos, aceitando a Sua vontade (não se faça a nossa mas a Vossa vontade) arranjamos a “força” para enfrentar os mais duros obstáculos, conseguimos a motivação para “trepar” as montanhas de problemas, alcançamos a esperança e a coragem para “afugentar” as inseguranças e os medos que nos toldam os pensamentos, para tenazmente confiar com fé e esperança na Sua maneira de fazer as coisas.

Esta semana, tenho (temos) pela frente uma semana pequenina. Contudo, tão grande nos desafios que me (nos) coloca. O principal é, talvez, perceber o quanto o Pai – apesar de eu lhe “sugerir” tantas vezes os “cálices” que quero ou prefiro tomar, tem feito comigo. A verdade é que, apesar de todas as minhas sugestões, Ele tem tido uma paciência inesgotável comigo, dando-me – para cada situação – o tempo que necessito para “perceber” e aceitar que Ele está no controle de todas as coisas e, os “cálices” que tem colocado na minha frente são afinal e apenas todos os “cálices” que efectivamente eu necessito rumo à eternidade que me aguarda. Em tudo, o Seu amor de Pai. Que benção enorme!