Mais uma vez a viagem de finalistas que grande parte dos estudantes espera por esta altura do ano se transforma numa viagem finalista.
Foi com um espanto misturado de choque e irritação que ouvi ontem a notícia sobre a morte de um jovem português em Lloret del Mar. “Não se sabe se terá sido acidental ou suicídio”, afirmou uma fonte da polícia local ao mesmo tempo que explicava que o jovem caiu da janela do quinto andar de um empreendimento hoteleiro cerca das 20:15 locais (19:15 em Lisboa) de ontem.
Nos últimos anos, as viagens de finalistas, muito especialmente, as que decorrem para aquela localidade espanhola, têm tido contornos infelizes a que estão aliados – habitualmente – indícios de álcool em excesso e consumo de drogas que provocam comportamentos infelizes com consequências graves.
Desde comas alcoólicos a violações e sexo em grupo, passando por ossos partidos, balconing e morte; os nossos jovens têm sido prodígios preocupantes de excessos a que não sabem dizer não.
Não interessa – penso – apurar culpados. Nestas alturas, a “culpa” mortifica sempre os mais próximos mas a periodicidade com que estes “acidentes” acontecem deve importunar-nos a todos. Penso que urge uma reflexão profunda deste fenómeno que ciclicamente atormenta pais, colegas, amigos, educadores, o país em geral. Uma reflexão profunda que seja responsável e assertiva antes que o próximo ano chegue e as notícias se repitam.