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Labor improbus omnia vincit
August 25th, 2011 by M.J. Ferreira

Há algum tempo, Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes, pediu aos políticos para deixarem de “mimar” os ricos com isenções fiscais, aumentando os impostos sobre milionários como ele próprio.

Em França, 15 donos das maiores fortunas francesas enviaram uma carta ao governo a pedir que lhes fosse aplicado um imposto especial para contribuir para a saída da crise.

Em Portugal, o BE tem feito das tripas coração para que os ricos paguem a crise.

Pessoalmente, não concordo com um imposto sobre as grandes fortunas. Não é crime ser rico. Crime é enriquecer de forma não lícita, contrária à lei, à moral ou à consciência. No entanto, louvo a atitude de Buffett, bem como do presidente da L’Oreal e da sua principal accionista, dos patrões da petrolífera Total, do grupo hoteleiro Accor, do grupo Danone, do banco Société Générale, do operador de comunicações Orange, da companhia aérea Air France-KLM e do fabricante de automóveis PSA Peugeot-Citröen que, voluntariamente, propõem-se a ajudar o país em tempos de crise.

Há uma diferença muito grande entre uma atitude voluntária e um comportamento que é obrigado. Quando voluntariamente aqueles que honestamente têm mantido e reforçado as suas fortunas vêm à praça pública dar sinal de quererem solidariezar-se com os esforços que estão a ser efectuados para os seus países enfrentarem a crise, penso que, esse é um gesto que moralmente tem muito a acrescentar a um mundo cada vez mais despido de valores. Mais moral e ético que propriamente financeiro. Penso que em termos económico-financeiros o impacto não é assim tão grande.

No entanto, olhar para esse gesto e pretende-lo impor nos mais diversos países, considero que não tem viabilidade e apenas fará movimentar capitais para locais onde possa estar protegido da gula de alguns.

Interessante, foi mesmo o comentário de Américo Amorim, líder da Corticeira com o mesmo nome, quando questionado se aceitaria um imposto sobre os maiores patrimónios: “Não me considero rico. Sou trabalhador.”

O que percebo da enigmática observação, é que quem quer trabalhar pode ser como Américo Amorim; isto é, ter uma fortuna – que no caso de A. Amorim está avaliada em cerca de 2,6 mil milhões de euros – mas, e muito mais valioso que qualquer importância, ter o estatuto de ser um trabalhador que é como quem diz, alguém que gosta e é amigo de trabalhar. A riqueza maior está no trabalho e na capacidade de trabalhar pelo que, seja qual for a importância do património, nunca será tão grande quanto aqueles.

Pronto… caldo entornado. Ficamos por aí e acabou-se a conversa… . Infelizmente, e não pretendo ofender ninguém, temos muitos à procura de emprego mas não de trabalho. Temos muito bla bla bla sobre ricos mas poucas aspirações a sermos um. É pena, porque Portugal deveria ter muitos mais ricos. Fazem falta. Fazem falta ricos que trabalham e dão a trabalhar, que investem e promovem investimento, que criam riqueza e fomentam o desenvolvimento económico e social do País.

Enfim, a Espanha, a França, …, e, quiçá, Portugal certamente avançarão com algum imposto extraordinário sobre as grandes fortunas. Talvez o extraordinário da situação o justifique mas que vai ser um esvoaçar de euros por essa Europa fora, não tenho muitas dúvidas…

Não é com mais aumento de impostos que inverteremos a situação. Isto só lá vai é com trabalho árduo, muita responsabilidade, um enorme espírito de unidade e muita persistência face às enormes adversidades que, não apenas a nossa crise mas, também, a crise dos outros, nos apresenta. Todos, mas mesmo TODOS, temos que ser parte da solução!

Labor improbus omnia vincit!


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