As notícias que nos chegam de Londres dão conta que os tumultos continuam. Para além de parecerem não ter fim, alastram a outras cidades e, em muitos bairros, a população organiza-se em milícias prontas a fazer justiça por suas próprias mãos. A este ambiente explosivo juntam-se grupos extremistas determinados em combater a violência ainda com mais violência.

Ao que parece, a polícia britânica é demasiado fleumática e a sua actuação foi demasiado pachorrenta com reacções lentas ao caos que se propagava à sua volta. Criticada pela população pela forma como lidou com a balbúrdia e a perturbação da ordem pública, recebeu agora do PM Cameron carta branca para pôr fim ao estado de barbaria e ao clima de medo com que os londrinos têm vivido por estes dias.

É preocupante ver nas imagens transmitidas e nas fotografias publicadas pela imprensa que são maioritariamente jovens os envolvidos na destruição e pilhagens que têm devastado cidades inglesas. O mais novo dos que estavam a ser interrogados pela Polícia tinha apenas 11 anos. Uma criança em termos de idade; mas um verdadeiro hooligan face a fotos onde aparece e que não deixam dúvidas sobre o despudor e a desfaçatez com que pratica actos de violência e vandalismo.

Persiste uma dúvida: Porquê?
Diz-se que…, suspeita-se que terá sido…, mas não há certezas. Apenas a dificuldade em acreditar que a irascibilidade e o abuso da força manifestado nas formas mais primitivas de vandalismo, agressão e mutilação de bens e valores afinal também acontece em sociedades ditas evoluídas, no meio de ambientes cosmopolitas, assim como… no meio de nós.

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