Morrer lentamente…

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso ou evita as suas próprias contradições.

Morre lentamente quem não passeia, não viaja, quem não lê, não ouve música, quem não acha graça de si mesmo e quem destrói o seu amor próprio e não quer ser ajudado.

Morre lentamente quem se torna um escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajecto e as mesmas buscas. Quem não troca de marcas no supermercado, não arrisca vestir uma nova cor ou nem conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o “preto no branco” e os “pontos nos is” a um turbilhão de emoções indomáveis, que resgatam o brilho nos olhos, os sorrisos e os soluços, os sentimentos acelerados e coração aos pulos.

Morre lentamente quem faz da TV o seu guru e o seu parceiro diário. Como podem algumas polegadas ocupar tanto espaço em uma vida?

Morre lentamente quem não “vira a mesa” quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não idealiza um projecto e morre lentamente que não consegue mais sonhar. Morre lentamente o que persiste em estar só, em ficar só, o que tem medo de se dar e não quer receber.

Morre lentamente quem passa os seus dias queixando-se da má sorte, da chuva incessante ou do calor abrasador, quem desiste de um projeto (ou de um sonho) antes mesmo de o ter iniciado, quem não pergunta sobre um assunto que desconhece e quem não responde quando lhe perguntam o que sabe.

Morre lentamente o que alimenta preconceitos, o que julga facilmente, o que não perdoa e o que não sabe pedir perdão.

Evitemos a morte em suaves prestações e possamos sempre recordar que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

(desconheço o autor mas na verdade eu também acrescentei algumas mortes lentas ao texto que recebi via mail…

Estejamos vivos, “vivinhos da silva”, vivos e bem vivos!