Quando se fala em analfabetos em Portugal, de um modo geral, pensa-se no século passado, nos anos anteriores à Revolução de Abril de 1974.

Não só estamos a trinta e tal anos desse acontecimento, como num século posterior e, para falar a verdade até, entretanto, passámos para um outro milénio.

No entanto, hoje, 8 de Setembro de 2010, uma notícia publicada no JN, dá conta que Portugal tem mais de 650 mil analfabetos. As estimativas apontam para cerca de 658 mil portugueses com mais de 15 anos que não sabem ler nem escrever.

E, pese embora, a taxa de analfabetismo parecer diminuir,  comparando os dados agora disponibilizados com um recenseamento anterior, isso não será motivo de nenhuma alegria porque, ao que parece, a redução parece resultar não tanto da alfabetização em idade adulta, mas, sobretudo, do óbito dos cidadãos analfabetos.

Se lermos a notícia até ao fim e tivermos em conta que junto com o analfabetismo a literacia, definida como a “capacidade de usar informação escrita e impressa para responder às necessidades da vida social, alcançar objectivos pessoais e desenvolver conhecimentos e os potenciais próprios” ser algo que entre nós está mais perto de ser iliteracia, então Portugal é um país onde há uma grande ausência de instrução. Independentemente de computadores Magalhães, Novas Tecnologias, Novas Oportunidades, ensino obrigatório até 12º ano, Bolonha, Mestrados, Doutoramentos, bla bla bla…

Em termos de literacia, entre 22 países, ficámos em penúltimo. À frente do Chile.
Analfabetos em Portugal: sim, não está erradicado o analfabetismo.
Literados em Portugal: eu diria que são uma nova espécie de analfabetos a que chamo analfabrutos. (perdoem-me o termo porque tenho consciência dos bons valores intelectuais e culturais que temos mas, infelizmente temos um número crescente de uma outra parte da população que prima pela falta deles)