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Não resisti…
September 6th, 2010 by M.J. Ferreira

Tinha praticamente prometido a mim própria que não ia fazer nenhum comentário sobre o processo Casa Pia. Exactamente porque desde o início considero tudo o que o rodeou, rodeia e rodeará,  um enredo que virou um folhetim que os media em geral, muito antes de qualquer Tribunal, alimentaram, julgaram, ilibaram, condenaram e transmitiram com mais ou menos sensacionalismo. Uma novela que fez correr muita tinta, um processo na justiça que ainda se arrasta e nada de certezas sobre “justiça” que o dicionário diz que é a prática e exercício do que é de direito.

Não quero com isto dizer que seja insensível para com o que terá acontecido com os jovens casapianos. Terão havido abusos (e quem sabe não continuam) que devem ser devidamente punidos. No entanto, e nunca tendo assistido pessoalmente a qualquer sessão do julgamento, tenho desde o início deste emaranhado, sérias dúvidas em relação à matéria incriminatória dos que foram considerados arguidos.

Por aquilo que é conhecido através da comunicação social o que foi bom para incriminar uns (testemunho de um rapaz) não chegou para fazer mossa num conhecido político acusado pela mesma testemunha. Faz sentido? Tem a testemunha credibilidade? Não sei. É tudo muito confuso sobretudo depois de conhecido o veredicto do Tribunal em relação ao processo  de difamação movido por P. Pedroso   ( veja  aqui  a notícia sobre a conclusão do Tribunal em relação ao processo de difamação – será que face à conclusão do Tribunal não deveria de ter continuado a ser arguido ou também julgado?).

Também me faz muita confusão que depois de terem sido feitas as defesas dos diversos arguidos e todas as provas apresentadas que desmentiam acusações, o MP tivesse alterado datas (factos) sem que fosse permitida a defesa para essa mudança. Mas há muito mais…

Enfim, quando devíamos de estar a arrumar o passado, com o presente organizado para preparar o futuro, a realidade que temos é mais um enorme e complicado embaraço do que se tornou a nossa “justiça”. O cheiro é pestilento e nauseabundo e, infelizmente, atinge todas as partes que foram envolvidas e sobra para toda a sociedade que assiste cada vez mais debilitada ao que têm sido os grandes casos mediáticos da justiça portuguesa (e quem sabe o que ainda mais  virá por aí…)

Sobre mesmo assunto:
Gostei muito do comentário de Jorge Lopes de Carvalho no seu blog.
E, como neste caso, não primo pelo “politicamente correcto”,  aqui fica, igualmente, o site do Carlos Cruz, “Provas da Verdade”. Não só ele, mas todos os restantes arguidos, com excepção do Carlos Silvino, se declararam e continuam a declarar inocentes. Se fosse comigo e eu tivesse a certeza que o meu julgamento não tinha sido correcto, faria exactamente a mesma coisa. Defender-me-ia com unhas e dentes. Como o povo diz: “quem não deve, não teme”.
Adenda:
Hugo Marçal,  outros nomes, Escolhas de Marcelo (minuto 19h55 +/-)


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