Feb 17th, 2014 by M.J. Ferreira
O fim de semana passou-se em plena montanha (Serra da Estrela) entre a neve, o frio e paisagens belíssimas.
Não conhecíamos a Pousada de São Lourenço e chegar lá, em pleno Inverno, ao cair da noite, com chuva e neve, foi uma aventura. A estrada, pelo lado de Manteigas, tem curvas sinuosas e apertadas que a falta de luminosidade aliada aos reflexos dos faróis parecia transportar-nos para um filme de terror, daqueles que têm árvores gigantescas com ramos que parecem querer agarrar-nos quais braços monstruosos. No GPS, os quilometros que faltavam para a Pousada pareciam não quererem diminuir enquanto serpenteávamos a estrada apertada e cheia de curvas.
Chegar lá foi um alívio 🙂 e ficamos desde logo agradados com a simpatia do pessoal. Dificilmente encontramos uma equipe onde os sorrisos e o trato sejam tão marcantes.
Aliás, a única coisa que gostamos menos foi o restaurante da pousada onde a relação preço/qualidade deixa muito a desejar.
O quarto era confortável e o ambiente extremamente acolhedor. No leito, um coração dava-nos as boas vindas e, nas salas comuns, as lareiras disponíveis convidavam à preguiça e relaxamento.
Acordar no sábado revelou-nos o quão belo era o local onde estávamos. Vestígios de neve pousavam na varanda do quarto dando-nos as boas vindas e predispondo-nos para um excelente pequeno almoço.
Apesar da Pousada ter os dias contados (encerra em definitivo no próximo dia 31 de Março) o serviço é esmerado e farto. De manhã se começa o dia e o nosso começou com um delicioso manjar. A surpresa foi quando chegamos ao carro para conhecer um pouco mais das nossas terras beirãs em plena serra.
O carro estava blindado com neve. Wow! Para pessoal da cidade como nós, não podíamos desejar melhor.
Mas o melhor estava para chegar. Depois da neve, embarcamos numa viagem para conhecer terras do interior como Trinta, Nabais, Freixo da Serra, Folgosinho e Linhares da Beira onde fomos surpreendidos como que de melhor existe na nossa gastronomia. O restaurante Cova da Loba, um espaço onde a lenda se perpetua nas iguarias que servem de base ao menu respeitando o que é próprio da estação e da região com uma decoração que contrasta positivamente com as pedras da aldeia onde se situa. História, tradição e modernidade sem ser simplista com um atendimento soberbo.
Escolhemos para degustar ficar nas mãos do Chef. A sua sugestão era composta por cinco diferentes sabores e não ficámos defraudados. Antes, ficámos desde logo a desejar voltar sem ainda ter partido. Não tirei fotografias. Arrependi-me depois, mas a nossa refeição, depois de diversos patês de chouriça, azeitona e morcela foi:
. Sopinha de abóbora com nozes e espuminha de ervas frescas
. Espargos verdes envoltos em presunto pata negra com ovo estrelado
. Salmão corado com puré de ervilha
. Corta sabores sorbet de limão com hortelã e espumante
. Supremo de pintada recheado com ameixas em cama de legumes e redução de vinho tinto
. Pudim de laranja e mel com gelado de nozes
No domingo, regressámos por Constância, uma vila à beira rio de que gostamos muito. Chegar a casa depois de um fim de semana tão cheio de belas paisagens e melhores iguarias deixou-nos felizes e satisfeitos. Amanhã é dia de trabalho e já estamos com saudades de abraçar o resto da família.