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Pum
July 2nd, 2013 by M.J. Ferreira

Não foi a bomba atómica mas fez barulho e caos suficiente a demissão apresentada hoje por Paulo Portas de Ministro dos Negócios Estrangeiros. A gota de água terá sido a teimosia de Passos em promover a Secretaria de Estado Maria Luís Albuquerque a Ministra das Finanças e um certo autismo do Chefe do Governo para as diversas opiniões e sensibilidades no seio do governo e da coligação.

Confesso que a nomeação da senhora também me deixou confusa. Especialmente porque o seu nome, para o bem e para o mal, está envolvido na polémica dos swap(s) e, creio, seria de todo o interesse o Governo rodear-se de pessoas acima de qualquer suspeita, por muito inocentes que possam ser ou estar.

Depois, creio que tal nomeação demonstra alguma surdez, não só face à opinião popular, como ao que têm sido as notícias publicadas sobre o entendimento que os parceiros da coligação que suporta o governo e o entendimento de alguns membros do governo têm para a forma como devemos avançar rumo ao futuro. Confesso que concordo com Portas. A altura seria ideal para “mexer” positiva e responsavelmente com  a economia (até porque temos folga financeira), reformar alguma da austeridade para uma boa e positiva austeridade e aumentar a nossa motivação e resiliência para os tempos que ainda temos pela frente e fazendo (re)nascer a esperança.

Dito isto, percebo a atitude de Portas. Engoliu até não poder mais. Fez o que Cavaco Silva não conseguiu. Penso que terá pesado muito bem os custos desta sua decisão. Penso, igualmente, que teve uma determinação enorme ao ter escolhido isolar-se do seu próprio partido para, porventura, não poder ser (novamente) pressionado a ouvir e calar.  Certamente, esta sua atitude terá sido a (única) forma de definitivamente Passos Coelho ter que ouvir o seu parceiro de coligação bem mais ciente e preocupado com os problemas que a todos assolam. Mostrou que ninguém é insubstituível e, às vezes, o interesse público passa por dar um valente murro na mesa que desperte a consciência de um Chefe de Governo inerte e passivo.

Pelo risco, pela ousadia, por uma forma diferente de fazer política sem medo e sem autismo, espero sinceramente que esta sua atitude possa ter resultados práticos. Por estes, entendo e desejo, um governo reformado e remodelado que oiça o povo e seja capaz de nos conduzir nas mudanças que podem e devem ser feitas.

A seguir ao caos segue-se sempre a ordem. Ordem no caos de governação porque caos, infelizmente, tem sido uma constante provocado por meios de comunicação social, comentadores e comentaristas que não são capazes de ver para além do óbvio, não arriscam, distorcem e manipulam para além de se borrarem de medo que o tacho acabe e borrarem de medo quem os ouve castrando a liberdade de pensar diferente. Esse não prevejo que acabe. Faz parte de um reallitty show, entretenimento sem o qual muitos não conseguem viver.


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