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Há outras maneiras
June 24th, 2013 by M.J. Ferreira

Este fim de semana reparei na capa de uma revista de um jornal diário. Falavam duma eleição sobre os mais sexys. Pensei cá para os meus botões que este tipo de notícias está esparramado diariamente no mencionado jornal e outros, em publicações semanais, programas de TV, etc.

Mas, se pensei isto, pensei, igualmente, que o facto de sermos um país de analfabrutos (analfabetos não, porque há tantos doutores por metro quadrado, que seria uma ofensa pensar uma coisa dessas…), com um deficiente uso do raciocínio lógico, uma deformada memória da nossa história recente, uma incapacidade para pensar pela própria cabeça, entre outras lacunas, não atinge muito mais. São anos de lixo e manipulação jornalística com o intuito de vender e obter lucros. Às vezes, não financeiros, mas de favores, de poder, de influências.

Agora, o que seria se esta manipulação jornalística fosse no sentido de apelar ao melhor que temos, ao melhor que somos, ao que conseguimos fazer. O que seria se jornais, revistas, programas de TV reportassem os exemplos positivos de milhares que conseguem superar dificuldades, de outros tantos que descortinam oportunidades no meio dos maiores problemas, de milhões que se recusam a desistir.

O que seria se toda esta manipulação jornalística fosse no sentido de avivar a esperança do melhor que há-de vir, que valorizasse a resiliência e a confiança em superar e recuperar das adversidades.

O que poderia ser se o caos jornalístico em que estamos mergulhados fosse diferente? Seria uma sociedade bem diferente, tenho a certeza. Infelizmente, só se ouve contestar, protestar, contradizer mas sem argumentos pessoais. Os que se usam são o do tipo “A” ou “B” com cujos comentários e “lado” se simpatiza mas que, entretanto, tantas vezes, peca por isenção.

Há outras maneiras de dar notícias bem como há outras maneiras de publicar capas de revistas. Não dão é dinheiro e poder mas que podiam contribuir para a mudança e as reformas que precisam ser feitas numa sociedade doente, disso não tenho dúvidas.

O facto de estarmos mergulhados numa tremenda porcaria não nos pode deprimir ao ponto de termos ou precisarmos de chafurdar na imundície que mis rodeia. Mais, não nos deve fazer esquecer do que podemos fazer. Podemos dizer não. Podemos usar a nossa cabeça. Podemos “ser” e “estar” unidos, solidários, a puxarmos todos para o mesmo lado, respeitando as nossas diferenças e aproveitando as nossas semelhanças para irmos mais além. Podemos desligar-nos dos cordelinhos das marionetes em que muitos nos querem manter e que uma democracia doente, que gosta e continua a usar a manipulação das massas, continua a defender.


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