»
S
I
D
E
B
A
R
«
A “chama imensa”
November 28th, 2011 by M.J. Ferreira

Ontem inaugurámos a temporada de Inverno com o acender da salamandra na sala. O tempo pedia-o. Nota-se alguma humidade no ar que convida a um “borralhinho” diferente, enquanto se vai visionando o que a TV nos oferece.

Não fora as condições climatéricas e eu ainda pensava que o acender da salamandra tinha a ver com outros fogos, outras chamas… É que eu fui – como é hábito, sempre que o Benfica joga em casa – à Luz, no Sábado, onde os adeptos leoninos resolveram pegar fogo às cadeiras.

Bem sei que o hino do Benfica, cantado antes de todos os jogos, fala da “chama imensa” mas, adeptos leoninos, deixem que vos ajude a perceber que essas palavras não são para levar à letra (estão a perceber ou é melhor explicar outra vez?). Elas representam o que vai na alma de todos os benfiquistas:

Sou do Benfica
E isso me envaidece
Tenho a genica
Que a qualquer engrandece
Sou de um clube lutador
Que na luta com fervor
Nunca encontrou rival
Neste nosso Portugal.
(Refrão)
Ser Benfiquista
É ter na alma a chama imensa
Que nos conquista
E leva à palma a luz intensa
Do sol que lá no céu
Risonho vem beijar
Com orgulho muito seu
As camisolas berrantes
Que nos campos a vibrar
São papoilas saltitantes.»

Também sei que a Luz estava “incendiada” com o que se chama o Inferno da Luz. Sessenta e três mil pessoas (mais uns pozinhos) a puxarem e a apoiarem a sua equipa em todos os momentos foi um espectáculo digno de ser visto e um exemplo maior para os tempos que o País atravessa.

Mas o inferno dos visitantes com incêndio no final da partida de futebol só se deu depois das incendiadas declarações de um dirigente que acha que o Glorioso ainda está no tempo da Pré-História. Ó Sr. Pereira Cristóvão, olhe que pré-histórico foi o seu e o comportamento dos incendiários do seu clube. Nesse tempo é que se praticava o acender do fogo.

Ou, não será tão só que os energúmenos do clube verde e branco perceberam o frio que lhes ia na espinha, aliada à vergonha que a juba não conseguiu esconder, pois nem contra dez os leõezinhos conseguiram um golinho? Pois!!!, se calhar só quiseram acender uma fogueirita para aquecerem as mágoas…

Ou, se calhar, o incêndio no final do jogo provocado por alguns desatinados, era uma espécie de manifestação por não terem tido acesso ao bar – apenas nas palavras do acima mencionado Sr. Cristóvão. Eles se calhar, assanhados com o cheirinho que era estarem todos tão “apertadinhos” quiseram dar uma de “coirato”… Mas como não cheirava nem a entrecosto, nem a sardinha assada, não vou por aí.

Fogos à parte, a chama imensa que a salamandra deixa ver, dá um calorzinho à sala excelente. Duvido é que consiga ver os meus programas de televisão favoritos. Só apetece é fechar os olhos e ficar sosssegadinha a passar pelas brasas.


Leave a Reply

»  Substance: WordPress   »  Style: Ahren Ahimsa