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Terapia Ocupacional
July 22nd, 2010 by M.J. Ferreira

Depois de ter levado 4 vasos com flores para a minha mãe cuidar pensei que, muito provavelmente, as flores não seriam suficientemente exigentes no cuidado que necessitam e, hoje, resolvi comprar um periquito para dar à minha progenitora. Ela não faz anos, nem hoje é uma data que mereça ser festejada por alguma razão especial. No entanto, estando atenta ao que é o seu quotidiano e rotinas pensei que o facto de ela ter algo que dependa dela para sobreviver podia ser um bom estímulo no seu dia-a-dia, ajudando-a a lidar com a fase da vida que atravessa.
Ultimamente, a minha mãe tem deixado de parte muitas actividades que faziam parte dos seus dias. As dores nas pernas não a têm abandonado e ela tem optado por praticamente nenhuma actividade. Como presentemente está devidamente medicada, há que retirá-la da apatia e indiferença e dar-lhe alguma energia. Do meu ponto de vista não tenho dúvidas em assumir que estar activo é uma das necessidades humanas mais básica e que se a actividade é executada com fins específicos pode ter um resultado melhor que doses e doses de comprimidos, xaropes, tónicos, etc.
Para além da falta de estímulos e forças, a minha mãe é, também, uma pessoa que adora estar sempre a falar e o facto de não estar de momento a ir ao Centro de Dia não lhe permite “esvaziar” o enorme conteúdo verbal de que sempre dispôs. Ora o periquito vai ser optimo; pois, se ela conversar com ele, o passarito aprenderá a reagir ao som da sua voz e não tardará muito a responder-lhe no seu chilrear tagarela que é próprio desta raça de aves.
O meu objectivo é simples: pretendo que a minha mãe, através do seu envolvimento no cuidado ao periquito, aumente a sua auto-estima, dê um pouco de colorido às suas rotinas e possa dar vazão à sua enorme necessidade de ter “alguém” para conversar. Só espero que o periquito não seja da qualidade de um que pertence a uma amiga minha que quando ouve pessoas a conversar não se incomoda nada de “dizer” chiu… chiu… chiu… porque, eu acho que a minha mãe não vai respeitar.
Mais logo, vou levar-lhe o passarinho numa linda gaiola e dar início à terapia. Sim, porque isto parece mesmo é terapia ocupacional.
Vamos lá ver se ela gosta da ocupação que lhe quero proporcionar.
É que o periquito é pequenino mas muito activo e deve começar logo pela manhã a reclamar atenção, comida, bebida e um grande banhoca.


3 Responses  
  • M.J. Ferreira writes:
    July 23rd, 2010 at 5:48 pm

    O periquito foi um êxito. A minha mãe adorou a ideia e está encantada.

  • Lena Freixo writes:
    July 24th, 2010 at 2:15 am

    Que lindo que ele é! (Por acaso igualzinho ao meu!)
    Bela ideia, sim senhora!
    A sua mãe que não se assuste quando um belo dia ele repetir alguma das palavras que ela lhe disser! Foi o que aconteceu à minha mãe, quando um dia ia já a sair da cozinha, onde ele estava, e ouviu um explícito “ANDA CÁ!” Sabendo que estava sozinha em casa, e que só podia ser ele… teve que acreditar! Esse passarito aprendeu outras palavras e imitava vários sons, tais como o som do medidor da tensão, da porta da máquina da louça, da água a a cair da garrafa para o copo… alguns incríveis!
    Este meu, que já conhece, também fala mas é menos poliglota! Mas façam barulho perto dele, ou falem mais alto e levam logo com um ou vários “PCHIUS”! E se ele houve dar algum beijo, sai também o som de um bem repenicado!
    Só damos pela companhia que um animalzinho tão pequenino nos faz, quando um dia ele parte! Já nos aconteceu 3 vezes e ainda recordo bem as habilidades de que um! É que, ainda que o ambiente seja o mesmo, eles aprendem e fazem coisas diferentes.
    Beijinhos à sua mãe… e ao seu novo amigo!

  • Lena Freixo writes:
    July 24th, 2010 at 2:37 am

    Na foto não se vê tudo, mas sugiro que dê dois presentinhos ao bicho: Um baloiço e um espelho com poleiro! Eles adoram!
    Um pano para tapar a gaiola à noite também considero um bom hábito. Vai ver que mal veja o pano, salta logo para o sítio onde prefere dormir, pois já sabe que a seguir vão apagar a luz.
    É giro!


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