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Tradições e símbolos da Páscoa na nossa terra
March 31st, 2010 by M.J. Ferreira

Portugal é um país de símbolos e tradições que se repetem ano após ano e vão passando de geração em geração. A Páscoa não é uma excepção.

Embora a Páscoa seja na sua essência a data maior do cristianismo ao celebrar a ressurreição de Cristo há, geralmente, duas datas de Páscoa entre os cristãos: uma para católicos e protestantes, outra para os ortodoxos. Os primeiros utilizam o calendário gregoriano (do Papa Gregório XIII – 1502-1586); e os outros, o calendário juliano (de Júlio César), mais próximo do calendário lunar. Em ambos os casos, a Páscoa é celebrada no domingo que se segue à primeira lua cheia após o início da primavera, que ocorre entre os dias 21 de Março e 25 de Abril, chamada data do equinócio. Este ano, os dois calendários coincidem, como aconteceu em 2007.

O nome páscoa surgiu a partir da palavra hebraica “pessach” (“passagem”), que para os hebreus significava o fim da escravidão e o início da libertação do povo judeu (marcado pela travessia do Mar Vermelho, que se tinha aberto para “abrir passagem” aos filhos de Israel que Moisés ia conduzir para a Terra Prometida).

Ainda hoje a família judaica se reúne para o “Seder”, um jantar especial que é feito em família e dura oito dias. Além do jantar há leituras nas sinagogas.

Para os cristãos, a Páscoa é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. A passagem de Deus entre nós e a nossa passagem para Deus. É considerada a festa das festas, a solenidade das solenidades, e não se celebra dignamente senão na alegria.

As celebrações (missas, cultos e vigílias de oração) são comuns para as três religiões, com excepção da Via Sacra, na sexta-feira que não existe para os protestantes. Ainda para os católicos, a Páscoa é uma “festa de obrigação”, isto é, todos têm o dever de assistir à missa e durante a noite de sábado – na vigília pascal – são celebrados os baptizados dos adultos.

Embora festa religiosa, são muitos os símbolos que estão associados à Páscoa. Muitos deles são comercializados e depois oferecidos como presentes. Destacam-se:

– os ovos: Nas culturas pagãs, o ovo trazia a ideia de começo de vida. Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida.

– O cordeiro: É o símbolo mais antigo da Páscoa, é o símbolo da aliança feita entre Deus e o povo judeu na páscoa da antiga lei. Para os cristãos, o cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que foi sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu: “morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a vida”. É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só com um povo, mas com todos os povos.

– O pão e o vinho e a cruz: O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida mais comum para muitos povos. Cristo na última ceia serviu-se dos alimentos mais comuns para simbolizar a sua presença constante entre e nas pessoas de boa vontade. Assim, o pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna do Criador com a sua criatura e sua presença no meio de nós. Ao apresentá-los como o Seu Corpo e o Seu sangue que seria sacrificado na cruz (que simboliza o sofrimento de Jesus) instituiu o que ainda hoje se celebra  nas igrejas protestantes (a Ceia) e no catolicismo (o sacramento da Eucaristia), um memorial da sua morte e ressurreição, o penhor da vida eterna.

– O coelho: Por sua grande fecundidade, o coelho tornou-se o símbolo mais popular da Páscoa. É que ele simboliza a Igreja que, pelo poder de Cristo, é fecunda na sua missão de propagar a palavra de Deus a todos os povos.

– O círio: É uma grande vela que se acende na igreja, no sábado de aleluia. Significa que “Cristo é a luz dos povos”.
Nesta vela, estão gravadas a primeira e última letras do alfabeto grego. O “alfa” e  o “ómega”, que querem dizer: Deus é o princípio e fim. O Círio Pascal simboliza o Cristo que ressurgiu das trevas para iluminar o nosso caminho.

– O girassol: O girassol, como símbolo da páscoa, representa a busca da luz que é Cristo Jesus e, assim como o girassol se vira para o sol, os cristãos buscam em Cristo o caminho, a verdade e a vida.

– A colomba pascal: que simboliza a vinda do Espírito Santo é um bolo em forma de “pomba da paz”. Diz a lenda que a tradição surgiu na vila de Pavia (norte da Itália), onde um pasteleiro teria presenteado o rei lombardo Albuíno com a guloseima. O soberano, por sua vez, teria poupado a cidade de uma cruel invasão graças ao agrado.

– O sino: No domingo de páscoa, tocando festivamente, os sinos anunciam com alegria a celebração da ressurreição de Cristo.

Mas para além da simbologia, muitas são as tradições que por vilas e aldeias se vão recriando ano após ano. Queimar Judas, o apóstolo denunciador, fazer das ruas rios de flores, ou corrê-las em procissão sem santo, dar e provar iguarias e partilhar sorrisos são algumas das muitas tradições que, por esta época, se reabilitam de Norte a Sul de Portugal. Leia-as seguindo este link (carregue em cima)


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