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Palavras leva-as o vento
Jun 7th, 2011 by M.J. Ferreira

Uma história contada por Billy Graham dá conta de uma senhora que foi ter
com o Pastor da sua igreja com um enorme problema de consciência.
– Como é que poderei me retratar? – suplicou ela, pedindo o conselho do Pastor.

Toda a gente da localidade, e o Pastor não era excepção, conhecia bem aquela mulher e o seu péssimo hábito de fazer intrigas. Ninguém lhe escapava, Ela falava mal de praticamente todos os habitantes do povoado.
– Como me poderei retratar?

O Pastor olhou-a e respondeu-lhe:
– Se a senhora quiser ficar em paz com a sua consciência, há uma coisa que deve fazer. Vai ter de pegar num saco e enchê-lo com penas de ganso. Quando estiver cheio, deve atirar uma pena para a porta da casa de cada uma das pessoas que a senhora difamou.

Depois de recolher as penas e de as ter atirado pelas casas das pessoas difamadas, ela voltou a conversar com o Pastor.
– Pastor, eu já fiz o que o senhor me aconselhou. Era só isso que eu devia fazer? – perguntou a mulher.
– Não – respondeu o velho e sábio Pastor. – Agora, a senhora precisa ir junto de cada casa e recolher todas as penas que foi atirando, trazendo-as até mim.

Depois de um longo tempo, a mulher voltou de mãos vazias.
– Pastor, venho de mãos vazias. O vento levou todas as penas embora – disse ela.
– Minha bondosa senhora – disse o Pastor. O mesmo acontece com a intriga. Palavras maldosas são sempre fáceis de serem atiradas. Porém, jamais somos capazes de trazê-las de volta.

Diz o povo que “palavras leva-as o vento”. E, quando o vento leva, ele leva mesmo. A propagação é rápida e eficaz. Os efeitos são sempre sentidos. Convém, por isso, ter em conta o que sai da nossa boca.

Com a boca beijamos e cada palavra não pode ser um beijo de Judas; antes, um beijo virtuoso, um beijo de paz.

Um beijo virtuoso que nos motiva enquanto incentiva outros, que nos dá paz enquanto tranquiliza outros, que nos toca enquanto acaricia outros, que nos instrui enquanto educa outros.

Um beijo de paz que nos reconcilia uns com os outros, nos torna solidários, dedicados, afectuosos e amigos.

Palavras leva-as o vento. Por isso, que as suas palavras, tanto quanto as minhas, possam transportar esperança, ânimo, alento, força, coragem, sabedoria e amor. Muito amor. Isso muda tudo.

É fácil atirar palavras maldosas boca fora. O vento leva-as. Impossível vai ser recolhê-las de volta.

Estamos de regresso
Jan 19th, 2010 by M.J. Ferreira

Hoje, tal como as previsões indicavam, acordou com chuva. Brincando um bocadinho, podemos imaginar que era o céu a chorar porque amanhã, que já é hoje em Portugal, iniciamos a viagem de regresso.

A chuva não parece “assustar” os habitantes locais. O dia amanheceu como de costume com as ruas junto ao pontão a serem percorridas e atravessadas pelos muitos sem abrigo que habitam a cidade. As corridas matinais permaneceram inalteráveis, os passeios com os cãezinhos “idem idem aspas aspas”.

Como não nos apetecia muito andar à chuva resolvemos ir ver um cinemazito às 10h30 da manhã. Foi uma boa ideia. Aproveitámos para ver o Sherlock Holmes com o Robert Downey Jr. que ontem vimos, em directo, ganhar o Globo de Ouro para melhor actor na categoria comédia / musical.

No entanto, não é apenas as salas de cinema, os cafés, o jogging, os passeios, a praia que ocupam as pessoas. Uma das coisas que pude testemunhar é que as crianças estão envolvidas neste tipo de actividades em pé de igualdade com os pais. E os pais não se esquivam a acompanhá-las; antes pelo contrário. Visitámos um Aquário junto ao pontão que está montado de forma a aproveitar o espaço que fica por baixo do acesso a Santa Mónica Pier.  Pudemos ver as espécies que existem nesta costa, assistir à refeição dos tubarões e, até,  tocar nos moluscos, alguns deles com formas capazes de provocar arrepios e pele de galinha, tudo isto debaixo da supervisão dos biólogos e voluntários presentes.  Mas o que mais gostei de ver é que este espaço é local de visitas constantes de famílias que trazem as suas crianças que aqui acabam por passar um tempo extremamente pedagógico com actividades e explicações próprias para as suas idades.

A chuva parou ao início da tarde. Na sua vez ficou um ventinho que despenteou as muitas palmeiras que se erguem por toda a costa. E se a chuva já não assustava os locais, o vento também não. Nas avenidas, os espaços destinados para as caminhadas dos peões estavam com tráfego acentuado. Ainda mais que hoje era o feriado dedicado a Martin Luther King.

Um velho eucalipto não resistiu e um dos seus troncos que já se inclinava sobre as estradinhas dos peões acabou por se partir.

O feriado permitiu que os divertimentos do fim de semana se prolongassem por mais um dia. E Santa Monica Pier é reconhecido por ser um excelente centro recreativo habitualmente visitado por centenas de pessoas que  não se escusam a entreter-se com as distracções sugeridas, passear na areia ou simplesmente olhar o mar e as montanhas que protegem a baía.

Mas as 5 da tarde não perdoam. É a altura em que o sol começa a descer no horizonte. Em meia hora será noite escura e temos que ir comprar o jantar e tirar as últimas fotografias de todos aqueles pequenos detalhes que já tinha visto e ainda não tinha imortalizado na minha câmera.

Se de manhã tivemos as lágrimas da chuva que emotivamente nos disseram adeus e boa viagem, à tarde foram os raios de sol que se esticaram para um abraço caloroso, cordial e meigo que nos recorda já o carinho ternurento da família que nos espera.


É tempo de ir começar a fazer as malas. Estamos de regresso.

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