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Entardecer
Aug 18th, 2011 by M.J. Ferreira

Uma das coisas que me surpreende sempre ao entardecer aqui no litoral alentejano é a luz que se projecta nos altos pinheiros que protegem os equipamentos montados no parque de campismo.
Os troncos ficam de um alaranjado fogo que contrasta com a luminosidade mais bassa que a hora do recolher do Sol projecta sobre o solo.
Para além disso, ao fundo, o céu recortado entre as agulhas dos pinheiros, passa de um claro e límpido azul a laranja avermelhado, enquanto diz adeus ao Sol que promete voltar na manhã seguinte com o mesmo calor, a mesma alegria, a mesma intensidade.
A foto pode não ser a melhor mas não resisti a disparar a câmara tentando guardar um pouco desta luz de fim de tarde com os pinheiros encalorados e preguiçosos a prepararem-se para a chegada das aves que nelas têm o seu ninho.

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Sabem que os pinheiros sabem quando é a Páscoa?
Apr 24th, 2011 by M.J. Ferreira

É verdade. Não há ano que passe sem que os pinheiros cresçam mais um pouco e nos seus novos ramos se “esculpa” o maravilhoso mistério da Páscoa. Por isso, cliquem AQUI pois vale a pena recordar…

Caem de pé
Feb 8th, 2011 by M.J. Ferreira

Já tinha referido ontem o dito: as árvores morrem de pé. Hoje assisti ao abate de alguns pinheiros que estavam mortos com uma doença que tem dizimado pinheirais do centro-sul. É impressionante. Caem de pé, direitos, orgulhosos do que foram e do que serão. De abrigo e poiso de muitos pássaros, deram sombras – refrescando os dias de Verão para, depois de abatidas, aquecerem os dias frios de Inverno.

O trabalho do abate exige sabedoria e mestria, sobretudo num parque de campismo onde muito material está instalado e não convém que se estrague.

Exige também força; as moto-serras são pesadas, barulhentas, de dentes bem afiados, e precisam de ser manejadas com pulso firme.

Mas, se este é um trabalho para homens de barba rija, não se pense que não podem existir emoções. Um dos homens a fazer o trabalho foi um dos plantadores que, há vários anos, desenhou as ruas, os alvéolos, plantando os pinheiros bebés que hoje são adultos. A sua emoção é válida e mostra a todos os presentes o valor da vida, ainda que essa vida seja apenas a de simples pinheiros que caíram de pé.

Os pinheiros sabem quando é a Páscoa
Apr 5th, 2010 by M.J. Ferreira

O fim de semana foi óptimo e o Domingo de Páscoa foi celebrado em família. Uma renovação fidedigna do amor que sentimos uns pelos outros e partilhamos ciosamente em toda a sua pureza e preciosidade.

Ter passado pelo Alentejo fez-me recordar uma velha história que há muitos anos tinha ouvido sobre os pinheiros e o facto de eles saberem quando é o tempo da Páscoa. Pude confirmá-lo “in loco” e sinto-me agradecida por isso.

A história dos pinheiros é uma das muitas que passa de pais para filhos e nos remete para a beleza harmoniosa e simples de toda a natureza. Não percebe porquê? Eu explico a história dos pinheiros.

Cerca de duas semanas antes da Páscoa, os pinheiros têm os novos rebentos a despontar. Se olharmos para o topo de cada um, poderão ver-se pequenos rebentos de um amarelo acastanhado. À medida que a Páscoa se aproxima, os rebentos mais altos vão ramificar e formarão uma cruz.

Até que a Páscoa venha, a maioria dos pinheiros terá pequenas cruzes de um tom castanho amarelado nas pontas dos seus ramos. Quando olhamos para os pinheiros, podemos testemunhar a história uma vez ouvida e que a memória não vai deixar esquecer.

Pude observar e fotografar muitos pinheiros com os seus rebentos a apontar para o céu. Os mais altos brilhavam à luz do sol mostrando em cada cume pequenas cruzes que de maneira harmoniosa se espalham contra o espaço azul celeste e nos recordam a Paixão de Cristo. Cada uma destas cruzes irá dar lugar à renovação dos ramos e à continuação da vida de todos os pinheiros que crescem e se multiplicam a olhar o céu.

Os pinheiros sabem quando é a Páscoa. Parecem recordar a todos os que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver que para a renovação, para a nova vida que se inicia e desenvolve, há que passar pela cruz. Que revelação tão simples e tão perfeita.

Quão maravilhosa e bela é a obra da criação.

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