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Alma até Almeida!
Jun 29th, 2010 by M.J. Ferreira

” Alma até Almeida! ” significa coragem, firmeza de ânimo ante o perigo, os reveses, os sofrimentos. Significa, também, de uma forma figurativa constância, perseverança (com que se prossegue no que é difícil de conseguir). Esta expressão tem uma história:

Um sobrinho de Junot foi gravemente ferido. A ordenança tentou conduzi-lo ao hospital mais próximo que era na praça de Almeida, ocupada, está-se a ver pelos franceses em 1807. Sempre que o esforçado tenente desanimava pelo caminho o soldado que o amparava dizia-lhe para o animar:
– Alma até Almeida, meu tenente!
Se veio a falecer ou não, a história não diz. O que é certo é que a expressão ficou e, primeiro na região, depois em todo o lado, sempre que se queria animar alguém que estava ‘em baixo’ dizia-se-lhe ‘a plenos os pulmões’:
– Alma até Almeida!

Por outro lado, também se diz que o castelo de Almeida é hoje um dos marcos da arquitectura militar abaluartada em Portugal. Em muitas ocasiões, foi a coragem da população de Almeida que incutiu alma aos portugueses na defesa da nacionalidade e daí o ditado “Alma até Almeida”.

Hoje, a selecção portuguesa de futebol foi afastada do mundial de futebol e aquilo de que me lembrei foi exactamente da expressão “alma até Almeida”. Isto, porque, foi exactamente no momento de que Hugo Almeida foi substituído que Portugal perdeu a sua alma, a firmeza e constância com que estava no jogo, a perseverança em prosseguir para o alvo da vitória. Tinha alma até Almeida. Ficou sem alma e sem Almeida.
Sem alma e sem Almeida a selecção apelidada de “navegadores” afundou-se. Foi sem alma, sem Almeida e sem Capitão que a levasse a bom porto (o capitão, esse menino mimado chamado Cristiano Ronaldo, que não se percebe muito bem porque não foi substituído porque o seu rendimento era extremamente baixo – esteve sempre mais interessado nos seus próprios interesses que a defender os interesses da sua equipa – não se viu no lance da expulsão nem se viu a animar e dar alento a Eduardo quando este chorava desanimado depois de ter sido um dos que não se cansava de mostrar toda a sua garra e firmeza perante os perigos dos ataques contrários, nem se viu com a maturidade que se lhe era exigida a fazer um comentário de capitão no rescaldo do jogo, antes parece que foi o primeiro dos “navegadores” de Queiroz, ou dos primeiros navegadores a querer fugir com o “rabo à seringa”, isto é, às responsabilidades e a saltar para fora do barco).

E pronto, a selecção regressa a casa e eu também. Acabaram-se as mini-férias. Até amanhã.

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