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Onde está a coerência?
Apr 14th, 2011 by M.J. Ferreira

Bem… mas que grande 31 – bem diferente do de ontem… – em que o PSD se meteu. Ainda esta semana eu dizia que a escolha de Fernando Nobre ia dar uma grande azia e… então não é que já começou?

Pois o senhor doutor Nobre já “arrotou” que irá renunciar ao mandato de deputado caso não seja eleito presidente da Assembleia da República. Ora aí está um exemplo de “cidadania vil”, completamente o oposto do que sempre disse ser e defender. Enfim, o homem aprende depressa a ser um politiqueiro igual ao pior que já temos e de que estamos fartos. Sabem o que vos digo: “Nobre – nobre” só as salsichas! e mesmo assim, quando as compro, escolho marca branca que são iguais e mais baratas.

Não voto PSD e esta escolha tão desacertada ainda me afasta mais do partido que quer ser maioria e governar com o FMI o que resta de Portugal. Ainda me lembro do que aconteceu nas últimas eleições autárquicas, onde vozes do PSD se levantaram contra algumas senhoras deputadas europeias pelo PS que concorriam ao lugar de Presidentes de Câmara à condição de se não fossem eleitas voltariam para o Parlamento Europeu. Onde está a coerência – agora que já se sabe à boca cheia que irá acontecer algo semelhante?

É claro que o líder do PSD na altura era outro. Melhor dizendo, era outra. A tal de “velhota” que falava só a verdade e de que ninguém gostava porque dizia que não tínhamos dinheiro para loucuras. Como será agora? Com certeza, a avidez do poder, espera que se tire algum coelho da cartola… Vamos lá ver é se a cartola não sai furada e o coelho vai por aí com o rabito entre as pernas…

A digestão é difícil
Sep 30th, 2010 by M.J. Ferreira

Pois … ainda estou a digerir os sacrifícios que nos foram apresentados ontem pelo nosso Primeiro. Confesso que o comentário imediato que as medidas me provocaram foi negativo. Não creio que nos conduzam ao fim de crise nenhuma.

Lembro-me de um velhinho livro de Economia ensinada às meninas no século passado de forma a serem, entre outras coisas, perfeitas “fadas do lar” e a quem competia, quando constituíam família, serem uma espécie de Ministras das Finanças administrando as receitas e as despesas do lar. Pois esse ditoso livro ensinava que as despesas não podiam de forma alguma ser superiores às receitas. Compreende-se. Faz todo o sentido.

Se se gasta o que não se tem e se não se reduzem as despesas, podem dar-se voltas e voltas, inventar pequenos estratagemas para tapar buracos mas a realidade é apenas um buraco, não só cada vez maior, como cada vez mais profundo.

Há um ano atrás andava por aí uma senhora que dizia que não tínhamos dinheiro para nos metermos em aventuras. Como ela até que já não era nada nova, certamente ela conhecia bem os conceitos das meninas de outros tempos que estudavam que as receitas devem sempre ser superiores às despesas. Mas a senhora, para além de velhota, não tinha grande paciência para as luzes da ribalta e era muito pouco fotogénica. Ora isso é meio caminho andado para, numa sociedade de aparências, silicones e “botoxes”, não ter qualquer hipótese de singrar. Um ano depois ninguém fala nisto; mas a verdade, verdadinha, é que a senhora tinha toda a razão e não estava a enganar ninguém. Mas pronto, ninguém se lembra do que é que comeu ontem, como é que se iam lembrar de uma velhota carrancuda, ainda por cima para lhe dar razão?
(devo dizer que estou completamente à vontade para escrever isto porque não tenho afinidades políticas com o partido político da senhora referida)

Mas voltemos ao actual. A digestão é muito difícil para o “molho de bróculos” que o nosso Primeiro nos tem obrigado a comer e que agora ainda regou com uma espécie de “óleo de fígado de bacalhau”. O homem só porque tem nome de filósofo deve julgar-se um poço de sabedoria. Mas quanto mais sabedoria deita cá para fora mais o poço vai adentro.

Não creio, infelizmente, que os sacrifícios que nos são agora pedidos tenham eficácia. Penso que não passam de um “penso rápido” para uma ferida aberta quando o que precisávamos era dessa “ferida” ser fechada com pontos cirúrgicos. Sem que a DESPESA seja verdadeiramente tratada com seriedade apenas nos vão vestindo “coletes de força” para um dia destes começarem a dar-nos “choques eléctricos” de forma a existirmos e movermos-nos no manicómio em que estamos internados.

Enquanto as nossas (do país) Receitas forem inferiores às nossas Despesas e nos continuarmos a endividar como nos temos endividado não vejo com bons olhos um futuro para Portugal. Soluções? Não passam por jogos de bastidores dos políticos que alternam o poder.

É preciso coragem para cortar DESPESA!!!. Muitos já deram listas e listas de desperdícios que não fazem falta nenhuma, como empresas autárquicas, estatais, governos civis, instituições governamentais que não passam de “poleiros” e “tachos” regados com o suor do nosso trabalho com que recebemos salários que não chegam para todos os impostos a que estamos obrigados. Simbolicamente, até o número de deputados na AR pode ser substancialmente reduzido. Assim, como assim, na TV vemos tantas vezes a sala meio vazia…

Bem… desabafei um pouco. Mas a digestão está a ser difícil. Não é fácil digerir os sacrifícios que nos foram apresentados ontem pelo nosso Primeiro. A austeridade é iníqua. O rigor das contas não é coerente nem transparente. Eles ainda hoje no Parlamento diziam que só com estas medidas conseguem dormir. Um dia destes os portugueses nem vão ter cama para dormir.

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