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Dia dos Avós
Jul 26th, 2010 by M.J. Ferreira

Hoje, dia 26 de Julho, é feriado em Loures, celebrando-se o dia em que o concelho foi instituído. Contudo, em termos seculares, o dia 26 de Julho, é, igualmente, conhecido pelo Dia dos Avós.

Recordo os meus avós paternos por quem nutria um carinho muito especial. Os maternos não cheguei a conhecer, embora tenha herdado o nome da mãe da minha mãe. Quando era pequena, este dia dedicado aos avós não existia. Mas lembro-me que durante a minha infância o dia em que passava tempo com os meus avós era no sábado ao almoço. Recordo que a minha avó me mimava com umas valentes costeletas de porco deliciosas cujo sabor ainda hoje me faz salivar. Hoje, tal ementa parece corriqueira, nada de especial, mas os tempos eram outros. Como eu adorava aquele bocadinho do meu tempo no fim-de-semana.
Os meus filhos cresceram também sem que este dia estivesse implantado. Não têm pois hábitos ou tradições referentes à data. Contudo, têm relacionamentos estabelecidos e memórias que vão perdurar pela sua vida.
Agora, resta-me esperar o tempo de netos futuros. Uma certeza eu tenho. Vou lembrá-los que o dia 26 de Julho é dia dos Avós. 🙂

Nas “Referências” do Blog está uma entrada para a “Aldeia”, um local na net onde se escutam as palavras escritas a cada esquina e se passeia em ruas (categorias diversas) que dão alento e coragem, libertam risos e lágrimas, acarinham com pensamentos e valores que não estão na moda mas que muitos partilhamos. Retirei de lá o seguinte texto:

Definição de avó

Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros.
As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali.
Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas.
Nunca dizem “Despacha-te!”.
Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos.
Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior.
As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes.
Quando nos contam histórias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes.
As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo.
Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.
Toda a gente deve fazer o possivel por ter uma Avó, sobretudo se não tiver televisão! ”

(Texto escrito por uma menina de 8 anos, publicado no Jornal do Cartaxo, in Aldeia)

A chuva continua
Dec 29th, 2009 by M.J. Ferreira

Mais uma vez estamos preocupados. A chuva não pára de cair e tememos que o rio transborde e inunde o local onde vivemos e trabalhamos.

Sempre que acontecem períodos de grande pluviosidade que fazem aumentar substancialmente o caudal do rio que corre a poucos metros, começamos a olhar uns para os outros – moradores e comerciantes – e interrogamo-nos sobre os últimos conselhos da Protecção Civil, as horas das marés e esperamos. Entretanto, colocam-se mais altas as coisas que estão rente ao chão, protegem-se as entradas, preparam-se as botas de borracha para o que der e vier, acautelamo-nos e aguardamos. Olham-se os noticiários, assiste-se aos estragos noutras terras, presenciam-se imagens de pessoas derrotadas pelas águas impiedosas que tudo levam, reza-se, prevenimo-nos e vigia-se. Espera-se com paciência a que impaciente, frenética e sôfrega se pode aproximar no tempo de que não conhecemos a hora. Só nos resta velar com serenidade e ter esperança.

Hoje de manhã fui a Loures. A rotunda a seguir à ponte há já dois dias que não resiste. A água, a lama, a confusão, sempre as mesmas conversas, as mesmas culpas, as lágrimas e  a mesma disposição de entreajuda entre os afectados. Há que limpar, há que eliminar com determinação e forças que vêm lá bem do fundo  a imagem das perdas, dos estragos, dos transtornos. Há coragem, há determinação, há solidariedade. Quanto mais depressa for limpo e contabilizado, mais depressa os olhos se enxugam e os sonhos continuam. Mas hoje não pára de chover.

Imagens da rotunda pelas 11 horas da manhã, quando já tinha passado o pior:

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