»
S
I
D
E
B
A
R
«
Tantas comemorações
Mar 22nd, 2010 by M.J. Ferreira

Durante este fim de semana não só começou a Primavera (dia 20/3, às 17h32m), como, no dia 21, se comemorou o Dia Mundial da Floresta e Dia da Árvore, o Dia Internacional contra a Discriminação Racial e o Dia Mundial da Poesia.

Uuuffff. Um ror de celebrações só no dia 21… Bem, para este dia, eu ainda poderia acrescentar, entre outras coisas (se quisesse ser mazinha em termos futebolísticos) que se inaugurou uma nova linha para o Porto, a “linha 3” (eheheheh…) e que Portugal foi durante algumas horas, apesar da chuva que se fez cair, um brinquinho de limpeza, aguardando-se a notícia sobre o que vai acontecer às toneladas de lixo recolhidas por largos milhares de voluntários na iniciativa “Limpar Portugal” (eu não quero ser mal intencionada mas eu escrevi “algumas horas”, porque hoje ao sair de casa, tenho várias beatas, sacos rasgados e bolinhas de papel no passeio).

Este ano não plantei nenhuma árvore e nem adquiri uma nova flor. O espaço de jardinagem que tenho disponível é tão pequeno e mesmo assim está tão bonito e colorido com a chegada da Primavera que percebo muito bem porque é que apesar da hora ser de aperto, o nosso PM tem previsto gastar cerca de 63 mil euros em flores para decorar a sua residência oficial e os jardins que lhe estão anexos, o que dá qualquer coisa como mais ou menos  57 euros por dia. Como eu o percebo, Senhor Primeiro Ministro. Não há beleza natural como o botão de uma rosa, a timidez de uma tulipa, a alegria de umas geribérias, a altivez de uns gladíolos, a magia de umas orquídeas, a flexibilidade de  uns jacintos, o colorido dos amores perfeitos e até o aroma das gardénias. Como eu o percebo.  Peça ao jardineiro para semear também crisântemos. Como sabe, essa é uma das flores de eleição no início de Novembro para colocar nos cemitérios, lembrando os mortos, no dia de Finados. Quem sabe, nessa altura, o país não estará mais para lá do que para cá  (o que quer que isto queira dizer… mas certamente o Senhor, tão amigo dos pobres e das pequenas e médias empresas, também me dirá: como eu a compreendo.) .

Mas se não falo de flores e floreados, deixem que vos dê uma novidade. Vou ser ainda mais amiga do ambiente a partir de agora pois o maridão ofereceu-me uma scooterzinha para as minhas voltas de todos os dias. A carta de condução dá-me o direito de a conduzir sem mais exames e estou na fase de “aprender” o equilíbrio ideal e as acelerações e desacelarações na manete, local onde se situam também os travões. Faço uma aula sozinha no parque de estacionamento em frente da minha casa e parece que é um “gosto” ver-me lá chegar. Como tenho que circular por uma rotunda, lá vou eu, com as pernas esticadas para o lado para ver se me equilibro, em vez de calmamente pousar os pés no local adequado. Hei-de lá chegar.

Enfim, hoje é dia 22 e continuam as comemorações. Comemora-se o Dia Mundial da Água. Como não gosto de “meter água” e antes que eu “meta água” mais logo na minha aula privada de scooter, há muito que comecei a economizar cá em casa este bem precioso. Depois, porque todos os dias são dias de aprender alguma coisa, hoje aprendi, num endereço brasileiro, como foi instituído este dia e a Declaração Universal dos Direitos da Água com 10 artigos que passo a “declarar”:

“História do Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água” (leia abaixo). Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º – A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º – A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º – O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º – A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º – A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.”  (in http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_mundial_da_agua.htm)

Se chegou aqui, gabo-lhe a persistência, mas não pense que as comemorações acabaram. O meu “Almanaque Borda d’Água” diz que amanhã é dia da Meteorologia e Dia da Cáritas.

Teologizar
Nov 2nd, 2009 by M.J. Ferreira

O art. 13º da nossa Constituição da República (Princípio de Igualdade) diz-nos que todos os cidadãos, independentemente da sua ascendência, raça, cor, sexo, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideologias, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual, têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei, não podendo ser privilegiados, beneficiados, prejudicados ou privados  de qualquer direito ou isentos de qualquer dever e responsabilidade.

Pelo que compreendo deste 13º artigo, considero humildemente que “Teologizar”, isto é, pensar ou divagar sobre questões teológicas relacionando-as com o contexto em que me insiro,  tem um espaço de direito próprio no meu blogue.

Cristã protestante por devoção e por opção, a formação académica na área da Teologia Bíblica  surgiu naturalmente e faz parte da minha jornada diária a caminho do que chamo a Terra Prometida – uma eternidade com Deus.

Contudo, aquilo que sou, aquilo que acredito e aquilo que são as minhas convicções,  tendo em conta o Princípio de Igualdade, não me dá o direito de impor as minhas crenças a ninguém mas, antes,  de as partilhar. Não me dá o direito de atacar, seja quais forem os métodos a utilizar, quem quer que seja que pense ou aja diferente de mim própria mas, antes, de viver o meu dia a dia sendo uma testemunha fiel do que tenho como certo, face àquilo que cada dia me apresenta e me revela.

Vivemos num país de grande diversidade: cultural, religiosa, social, política… Um pluralismo que não deve significar para os diversos intervenientes perda de identidade, de convicções ou valores, mas antes a oportunidade para nas diversas semelhanças encontrar as formas de ultrapassar as diferenças e, no meio das dificuldades, encontrar oportunidades. É assim que, acredito, somos estimulados a com coragem e determinação servir o país à luz dos desafios que se nos deparam. Para além disso, em especial para os cristãos, servir o país implica igualmente servir à luz dos desafios que encontramos em Deus e na Sua Palavra, sem o comprometimento destes.

Em tempos de mundial de futebol onde a equipa das quinas disputa o direito de participar,  eu acredito sinceramente que em Portugal os cristãos, a equipa do povo de Deus, têm o direito de disputar o seu lugar e contribuir de forma pró-activa para a sociedade em que se inserem.  Como cristãos já temos selecção! E  como selecção fazemos parte de uma equipa imbatível, a equipa de Deus Pai. Temos o melhor treinador do mundo capaz de dar a sua vida pelo jogador mais rebelde e que em tudo nos deu o exemplo e o ensino para as jogadas mais fantásticas: o próprio Senhor Jesus. Para além disso, temos o melhor preparador físico, o Espírito Santo que nos transforma e renova a cada instante.

Na Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo)  eu vejo a resposta que tantas vezes esquecemos para os desafios do nosso século: no meio da diversidade, a unidade e a comunhão.

»  Substance: WordPress   »  Style: Ahren Ahimsa