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A entrevista
Mar 27th, 2013 by M.J. Ferreira

Expectativa enorme que se gerou à volta da entrevista que José Sócrates ia dar no canal público para marcar a sua rentrée na politica portuguesa com comentários semanais na televisão publica.
Reconheço o seu direito ao discurso mas não sou a favor da sua pessoa fazer comentário politico na televisão que eu pago. A minha assinatura está entre as primeiras das mais de 130.000 que já assinaram uma petição contra a sua presença na RTP. Dito isto, tinha curiosidade no que ele diria e na forma como se comportaria todos estes meses após ter deixado o pais da maneira que deixou.
Nem foi preciso chegar a metade da entrevista e já dava perceber que o homem estava na mesma. A conversa da vitimização, de ser o único com a visão ideal, das culpas para a crise internacional e, novidade, um ataque feroz ao Presidente da República não acrescentaram nada de positivo. Apenas mais ruído que, diga-se a verdade, em nada contribui para criar empregos, aumentar a produtividade, apresentar soluções viáveis para os problemas que o pais enfrenta nos mais diversos sectores.
Aliás, quando inquirido por soluções ouviu-se apenas, entre ligeiro gaguejo e desvio da atenção para a questão, a demagogia fanfarrona a que os políticos já nos habituaram.
Por muito que este homem queira reinventar a história dos seus anos de governação, especialmente a do seu último governo, não considero que a sua entrevista tenha contribuído para isso. Sócrates continua igual ao que era. Continua com uma arrogância incapaz de reconhecer erros e uma petulância acompanhada de olhares mortíferos quando o confronto aperta, não se coibindo de atacar odiosamente quem se lhe opõe. A sua filosofia de ser e estar continua ostensivamente superior com uma atitude de vitimização face aos embustes que descobre nas actuações e palavras dos seus inimigos. Contudo, estagnou no seu discurso. Aí, não se nota qualquer evolução nos soundbytes que vai debitando. O que diz e como o diz não teve desenvolvimento. A sua retórica continua insolente, incendiária e desprovida de ética e valores. O seu ego, esse continua enorme e, por isso, tirando o “eu” não se lhe descobre nenhum “nós” que seja viável.
Nada de bom virá por aí com este homem semanalmente na RTP. Só espero que os portugueses não se deixem enganar (outra vez!).

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