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Ele há cada imbecil
Mar 3rd, 2011 by M.J. Ferreira

Hoje ouvi um conhecido criminologista, professor numa conhecida Universidade Portuguesa a opinar num dos programas da manhã da televisão generalista sobre um assunto que, por acaso, também comentei neste Blogue (caso do rapaz levado preso por não pagar coima de cerca de 300 euros).

Não está em causa a opinião do ilustre senhor sobre o assunto. Apenas um exemplo pessoal que deu para justificar não ter pago uma coima. Pois parece que a EMEL “resolveu” um dia multar este senhor por ele ter estacionado com os quatro piscas ligados para entrar e sair rapidamente de um local aonde se dirigiu. Pois parece que o senhor professor contestou e foi condenado a pagar a coima. Parece que também foi detido porque se terá recusado pagar e mais, sentiu-se achincalhado quando lhe propuseram “pagar” em serviço comunitário.

Devo dizer que fiquei espantada. Primeiro nos estacionamentos da EMEL está devidamente sinalizado que pode estacionar (se houver lugar livre, claro 🙂 ) e depois deve dirigir-se à máquina mais perto para tirar o bilhete. Ora, esta ideia genial de colocar os quatro piscas é mesmo e só uma esperteza saloia. Tira o lugar a quem usa o estacionamento legalmente e se for em segunda via, não só prejudica uma possível entrada para local de estacionamento, como pode bloquear quem está devidamente estacionado. Explicou-me um dia um Polícia de Trânsito que bloquear alguém com o carro pode incorrer num crime de sequestro em casos extremados de discussões de trânsito. Portanto, quatro piscas é uma imbecilidade sem defesa possível em locais com regras para estacionar.

Contudo, o comentador televisivo também mencionou o sentimento pessoal que sentiu ao ser-lhe proposto o pagamento da coima em serviço comunitário. Sentiu-se achincalhado, certamente porque tem condições de pagar. O meu espanto continuou . Um pouco de humildade não faz mal a ninguém e serviço comunitário é um voluntariado sempre necessário e bem vindo em todas as organizações e/ou associações. Que imbecilidade perder uma oportunidade de fazer bem para quem precisa.

Entretanto, foi posto “em cima da mesa” um outro crime e respectiva punição. Não conheço a notícia mas tratava-se de uma freira que foi presa porque não pagou o bilhete de autocarro. Sobre isto, a minha opinião é a mesma que manifestei oportunamente para o caso do grafiti de amor. O meu espanto recai mais uma vez nos comentários sobre o assunto. A freira foi comentada como uma pessoa que funciona como “intermediária” entre Deus e os homens, comentário que a apresentadora reforçou. Já me habituei a ouvir as maiores baboseiras quando se trata de comentar assuntos religiosos. Se fosse dito que a freira, era uma mulher que pela sua condição devia dar um exemplo de integridade, eu estava 100% de acordo. Um cristão não é uma pessoa que vai ao domingo à missa, que tem uma religião ou que se uniu a uma igreja. Antes,  alguém que tem uma relação diária com Deus e pauta a sua vida por se esforçar em andar como Jesus andou, alimentando-se da Palavra e sendo coerente com Ela. É uma entrega e uma luta diária e … há falhas. Todos falhamos e claro que se há falhas, tem que haver “remédio” para elas.  Em termos cristãos, sabemos que sim.

Mas voltando aos comentários, não há da parte de apresentadores, jornalistas e até comentadores (se não com preparação teológica) conhecimentos básicos que permitam notas ou apontamentos válidos no campo teológico. Tal como é necessário para comentar desporto estar “dentro” das modalidades, falar sobre economia não será para um comentador desportivo; nem opinar teologicamente será para um criminologista. A cada um segundo a sua especialidade. A freira não é, não foi e nunca será uma intermediária. A Bíblia é clara sobre esse ponto, há apenas um único intermediário entre Deus e os homens que é Jesus (1 Tim. 1:5).

Que raça de programa me foi dado espreitar. Ele há cada imbecil. E o melhor é que são pagos para comentarem e falarem para enormes audiências, sem que haja contraditório. Que grande imbecilidade. Imbecilidade, burrices e incompetência patrocinadas por um canal de televisão. Bem sei que estamos em tempos de Carnaval e ninguém leva a mal… mas haja decoro e dignidade no que se diz.

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