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www.cortardespesas.com
Oct 7th, 2010 by M.J. Ferreira

Criticar todos podemos fazer. No entanto, quando criticamos devemos, igualmente, pensar em alternativas.
Um partido político colocou online um site onde todo e qualquer cidadão, empresa, instituição, etc., pode apresentar sugestões, ideias, ou formas de como o Estado pode diminuir/cortar a despesa.
Já conhece?

Tanto quanto me apercebo, todas as ideias são analisadas e devidamente tratadas. Vamos lá a pôr em acção a nossa cidadania e dizermos de nossa justiça quais são as despesas que, achamos, podem ser eliminadas e/ou reduzidas.

Não engulo esta pílula
Jul 2nd, 2010 by M.J. Ferreira

Uma notícia que chamou a minha atenção de uma maneira extremamente positiva dá conta que a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) tem um projecto posto em prática em duas escolas do Norte do país que diz respeito a um Programa/Currículo adaptado do Canadá e financiado com fundos europeus sobre Violência e Comportamentos de Risco e quer agora estender aquelas aulas de prevenção da violência e comportamentos de risco na adolescência ao maior número possível de escolas do ensino básico.

Pessoalmente e ouvindo a realidade contada por quem “vive” a escola todos os dias este projecto parece ser ouro sobre azul. Tenho andado completamente desgostada com o que o governo pretende fazer em relação à educação sexual e à obrigatoriedade de uma disciplina desde a mais tenra idade. Por muito que queira, não consigo compreender como pode uma disciplina como Educação Sexual (logo desde os 6 anos) ser obrigatória e outras como Educação da Cidadania, Violência e Comportamentos de Risco, Moral(para não falar em Religião) passarem completamente ao lado.

Observando o kit acima e vendo alguns dos conteúdos que dizem respeito à disciplina de Educação Sexual sinto-me abençoada por não ter nenhum filho em condições de frequentar qualquer nível de ensino em Portugal. Mas um dia terei netos e não posso calar a minha voz relativamente a esta “reforma” que o governo actual pretende impor.

Como cidadã, mãe e futura avó não concordo que o Estado se encontra habilitado a escolher como as crianças devem ser educadas sexualmente. Esse trabalho pertence aos pais. Da mesma forma que pertence aos pais educar a sociabilidade, os valores, a moral, o civismo. No entanto e dado o estado em que a nossa sociedade se encontra seriam muito mais úteis disciplinas como as que mencionei acima. Se bem interiorizadas muitos comportamentos de risco, inclusive em áreas da sexualidade seriam prevenidos e evitados.

Não posso comer e calar. Sobretudo quando, como a APAV, há associações prontas a avançar com programas que fariam jovens mais livres de vícios ou outras dependências , bem como mais maduros e responsáveis em vez de “meninos” malcriados e malcomportados, dependentes de tudo e todos, sem rumo e pouca esperança de trabalho honesto. Bem sei que não posso colocar todos os jovens no mesmo saco. Há trigo e joio. Mas se os primeiros ainda têm famílias que os educam responsavelmente exigindo-lhes responsabilidades, os outros são resultado de uma decadente sociedade em termos de valores de família, fraca economia e muito desenrascanço.

Diz o povo: junta-te aos bons e serás como eles, junta-te aos maus e serás pior que eles. Penso estar do lado dos “bons” e já que o Estado tem vindo a decair na transmissão dos valores mais elementares (basta olhar para o próprio Estado e o estado em que está) tornando a mentalidade deste país órfã de civismo, esperança e projectos de vida; possamos sair da comodidade em que estamos instalados e gritar BASTA.

Os jovens são o futuro deste país. Não engulo a pílula anticoncepcional que o Governo está a entregar. Quero continuar a gerar opinião que defenda o direito de “ser” e “estar” de acordo com o consignado no artº 13º da Constituição de Portugal. Não só gerar, mas educar e agir de acordo com os direitos e responsabilidades que tenho como cidadã.

Uma questão de cidadania
Nov 3rd, 2009 by M.J. Ferreira

O Estado português para além de defender a liberdade de consciência é um estado laico, isto é, mantém neutralidade em matéria confessional, não adoptando qualquer religião como oficial. Assim sendo, devemos ter em atenção que a nossa liberdade de consciência e de religião são liberdades que possuímos como certas, seja qual for a nossa ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções politicas ou ideológicas, instrução, situação económica ou social.

Contudo, o laicismo do Estado não implica, nem deve implicar, o laicismo da sociedade. Assim, importa perceber qual o posicionamento correcto do cidadão, seja ele cristão, muçulmano, judeu, ateu, agnóstico, sócio do “glorioso”, ou qualquer outra coisa, perante o Estado e as suas instituições e a Sociedade Civil em geral.

Pessoalmente, sou cristã, protestante e, tendo sido bombardeada com a agressiva campanha de marketing relativa ao lançamento do último livro do único Nobel português em Literatura, traduzida nos seus comentários; comentários esses, que ainda hoje desencadeiam uma enorme onda de análises e interpretações, é com tristeza que reconheço que, para além de um feroz ataque a determinado grupo religioso e a princípios bíblicos, aqueles pecam, igualmente, no meu entender, por uma insuficiência de cidadania. Porque cidadania é a consciência dos deveres e dos direitos, é uma responsabilidade perante nós e perante os outros.

Assim, penso que o autor de Caim terá esquecido que a liberdade de consciência, de religião e de culto é a liberdade de pensarmos de forma diferente uns dos outros, é a liberdade de ter religião e a liberdade de a não ter. É a liberdade de escolha e a liberdade de mudança perante erros de opção.

Ser cidadão exige  uma educação constante e sólida sobre Cidadania. Depois, porque vivemos no meio de pluralidade de crenças religiosas e filosóficas é necessário estarmos atentos aos nossos direitos sim, mas igualmente às nossas responsabilidades e deveres. Isto não impede que transmitamos as nossas mensagens mas, estas, devem ter em conta os direitos dos outros. Nada devemos fazer através do escândalo, da ofensa, da imposição ou da manipulação.

Depois, diante do crescimento dos diversos grupos étnicos entre nós, trazendo consigo novas culturas e novas religiões, é do interesse geral que tenhamos plena e urgente consciência de tudo isto e que em vez do ódio ou da incapacidade de perceber outros pontos de vista, partindo para a agressão verbal, estabeleçamos uma comunicação isenta de juízo. Isto, também, porque cidadania não só implica um sentimento de pertença a uma comunidade como, cada cidadão que a constitui, deve colaborar de forma activa para o seu desenvolvimento.

Este tipo de comunicação só pode ser estabelecido quando partimos duma plataforma de igualdade. De outra forma só podemos ver à nossa volta com as lentes da nossa própria miopia e acabaremos enredados nas teias da nossa própria cosmovisão.

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