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O cliente tem sempre razão
Mar 29th, 2010 by M.J. Ferreira

O cliente tem sempre razão é uma daquelas máximas que todos defendemos, sobretudo porque somos clientes.

Já sabem que “deliro” com as cartas que muitas vezes viajam pelos nossos “mails”. Esta é outra das irresistíveis que recebi. Ao que parece, esta foi enviada por um cliente de uma conhecida operadora móvel. Dizem que a carta é verídica e terá sido enviada em resposta a algumas intimações de dívida.
Todos sabemos que a vida está difícil e quando existem muitas prestações, então é de pôr as mãos à cabeça.

Doravante, não é preciso estragar o penteado. Pelos vistos, só é preciso um pouco de criatividade e imaginação. Alguns preferem a “esperteza saloia”. Tanto faz. Basta adicionar um envelope, uma folha de papel e uma esferográfica. A estampilha dos CTT faz o resto.

Pois fiquem então com mais esta verdadeira “pérola” do “desenrascanço português”:

“Prezados senhores,
Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias…
Sei que não estou em dia com os meus pagamentos. Acontece que estou a dever noutras lojas e todas esperam que eu lhes pague. Contudo, os meus rendimentos não permitem que eu pague mais de duas prestações no fim de cada mês. As outras ficam para o mês seguinte. Estejam cientes de que não sou injusto, daquele tipo que prefere pagar a esta ou aquela empresa em detrimento das demais. Não! Todos os meses quando recebo o meu ordenado, escrevo o nome dos meus credores em pequenos pedaços de papel, que enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois, olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois “sortudos” que irão receber o meu rico dinheirinho. Os outros, paciência. Ficam para o mês seguinte.

Afirmo aos Senhores, com toda a certeza, que a sua empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os paguei ainda, é porque os Senhores estão com pouca sorte.
Finalmente, faço-lhes uma advertência: Se os Senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a EXCLUIR o nome da vossa Empresa dos sorteios mensais…”

O cliente tem sempre razão 🙂

A carta
Mar 25th, 2010 by M.J. Ferreira

Eu sei que há centenas delas a circular por aí… mas eu adoro receber estas cartas. Como não quero ser egoísta, partilho-a com todos vocês:

Mê querido filho,

Olha ponho-te estas poucas linhas para saberes que estou viva. Escrevo devagar por que sei que não gostas de ler depressa.

Nã te escrevo no putador do tê pai porque tinha medo do papel não passar no vidro. É milhor ir assim que o Toino carteiro tem pouco para fazer. Si receberes esta carta, é porque chegou. Si ela não chegar, avisa-me que eu mando-te outra.

Tê pai leu no jornal que a maioria dos acidentes ocorrem a 1 km de casa. Assim, mudámo-nos para mais longe. Sobre o casaco que querias, o tê tio disse que seria muito caro mandar-to pelo correio por causa dos botões de ferro que pesam muito. Assim arranquei os botões todos e puse-os no bolso. Quando chegar aí, prega-os de novo.

No outro dia, houve uma explosão na botija de gás aqui na cozinha. O tê pai e eu fomos atirados pelo ar e caí-mos fora da casa. Que emoção: foi a primeira vez em muitos anos que o tê pai e eu saí-mos juntos.

Sobre o nosso cão, o Joli, antesdontem foi atropelado e tiveram de lhe cortar o rabo, por isso toma cuidado quando atravessares a rua.

Na semana passada, o médico veio visitar-me e colocou na minha boca um tubo de vidro. Disse para ficar com ele por duas horas sem falar. O teu pai ofereceu-se logo para comprar o tubo mas o doutor nã vendeu.
Tua irmã Estrela vai ser mãe, mas ainda não sabemos se é menino ou menina, portanto não sei se vais ser tio ou tia. O teu irmão António deu-me muito trabalho hoje. Fechou o carro e deixou as chaves lá dentro. Tive que ir a casa, pegar na suplente para abrir a porta. Por sorte, cheguei antes de começar a chuva, pois a capota estava em baixo.

Se vires a Dona Esmeralda, diz-lhe que mando lembranças. Se não a vires, não digas nada.
Tua Mãe que tabraça com os braços á volta do tê piscoço Gertrudes Apito Buzina

PS: Era para te mandar os 100 euros que me pediste, mas quando me lembrei já tinha fechado o envelope com cuspo.

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