Dec 11th, 2009 by M.J. Ferreira
Quando penso na minha mãe vem-me à ideia uma mulher extrovertida, conversadora e que gosta de participar e intervir nas mais diversas coisas. Habitualmente não a relaciono com a idade que realmente tem e, às vezes, chegam-me as lágrimas aos olhos quando percebo que a senhora que tenho na minha frente está curvada com o peso dos anos, custa-lhe a andar e os queixumes que deixa transparecer mostram que a mocidade há muito tempo já partiu. Continua, no entanto, a amar incondicionalmente as filhas e os netos e, mesmo quando o tempo a maltrata, ela continua a apoiar e a proteger os seus “rebentos”.
Há muito que ela é utente de um Centro de Dia. Com outras pessoas da idade dela, participa no Coro, no Teatro, nos cantares da Tuna… Actividades que a motivam e que lhe permitem ocupar muito do seu tempo; tempo que agora, mesmo com a companhia de todos nós, é de alguma monotonia e saudade, esvaziada que foi do companheiro de mais de cinquenta primaveras, o meu pai que faleceu anos atrás.
Hoje fui vê-la “actuar” na estreia de uma das peças de teatro que o Centro de Dia apresenta. Quais estrelas estavam todas vaidosas nos seus trajes de saloias aguardando no final as “críticas” de uma audiência que não se cansou de as aplaudir. Foi lindo, como de outras vezes a que fui assistir.
“Peça de teatro “A nossa história” pelo Centro de Dia de Loures”
Ao vir para casa e pensando no que iria “blogar” hoje, este pareceu-me o assunto ideal. Este, e uma canção de que gosto muito e que lhe dedico antes de ir para fim-de- semana.