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Terça, 29
Jan 29th, 2013 by M.J. Ferreira

Estou divertidíssima com o que se passa no PS. Já ão tinha dúvidas mas agora tenho a certeza de que não é alternativa de governo ou ao governo. Porquê? Porque em vez de contribuir de forma responsável para as reformas que se têm de fazer com ideias válidas, prefere cantar de galo afastando-se das discussões, não demonstrando qualquer interesse pelo interesse nacional e preferindo lutas internas pelo poder que ambicionam a qualquer custo.
A qualquer custo mas parco ou infértil em medidas ou projectos que se apresentem viáveis porque esquecem com uma facilidade incrível que, infelizmente por causa de um governo PS, estamos fortemente condicionados pela troika. A prová-lo, ainda recentemente Bruxelas rejeitou um terço do plano de estímulo de António José Seguro que desta forma, aos poucos, se vai confrontando com a realidade. É que estar na oposição a criticar é fácil e até pode dar popularidade e estatísticas favoráveis mas não traz sabedoria. É que se o António José Seguro olhar bem para a sua mão, cada vez que aponta o dedo ao Governo, tem três (dedos) a apontar para si próprio, que é como quem diz, para o PS.
Com o PS estaríamos certamente a trilhar um caminho diferente mas dificilmente melhor.

Abutres pairam no ar
Jan 17th, 2013 by M.J. Ferreira

Texto Sic Notícias: “António José Seguro diz que ambiciona uma maioria absoluta e avisa que, se o Governo aplicar as medidas que constam do relatório do FMI, o PS não vai hesitar em apresentar uma moção de censura. O secretário-geral do PS esteve esta manhã no programa Opinião Pública, da SIC Notícias para responder às perguntas e às preocupações dos espectadores.”

Só consigo pensar: abutres pairam no ar. Nada mais que abutres. O actual líder já parece ter esquecido o quanto o seu partido contribuiu para o actual estado das finanças públicas e já pensa em como se instalar no poleiro. Não tem qualquer pejo em desejar uma maioria em eleições quando esse não é o cenário actual. Não o deve incomodar gastar, ou fazer gastar, uns milhões de euros no caso de eleições antecipadas se isso o levar ao poder. Consensos? Sim, com e pelos seus “boys”. Haja vergonha.

Não sou grande admiradora de Passos Coelho. Quem me conhece sabe que a minha linha política se identifica com a do partido da coligação. No entanto, sei que infelizmente não somos donos de nós mesmos neste momento. Infelizmente, se a torneira fechar, não há Seguro, nem seguro que nos valha. Quanto mis depressa nos livrarmos dos nossos credores melhor. Isso não implica autismo em relação a possíveis situações, tratados ou convénios que nos possam ser favoráveis. Seria bem útil que Passos ouvisse mais Portas e menos Gaspar e Relvas.

Não gosto particularmente de descida no salário ou aumento de contribuições e impostos. Mas posso dizer com algum orgulho que, assim que me apercebi há cerca de dois anos que a situação mundial não era famosa, mudei comportamentos de consumo que permitem à família viver e respirar. Também sei que já, então, não vivíamos acima das nossas reais possibilidades, o que foi um ponto enorme a nosso favor.

Bem sei que há situações dramáticas de desemprego que devem e estão a contar com apoio e muita solidariedade; mas também sei que há muita desorientação e uma enorme resistência por boa parte da sociedade civil em apelar e sensibilizar para a mudança de comportamentos que esteja de acordo com um tempo de vacas magras.

Não é fácil viver em Portugal neste momento. Não me choca a emigração porque acredito que a médio prazo iremos conseguir criar as condições para regresso de muitos e, ou, recebermos povos de outras nações. Depois, ao fazermos parte de uma comunidade europeia sem fronteiras, devemos deixar-nos de lamúrias, hipocrisias e cinismo, porque é algo natural e normal a mobilidade entre os diversos países que a compõem.

Um socialista tão elogiado pelo nosso Seguro, o presidente francês, ainda hoje, numa conferência de imprensa criticou Portugal, e, consequentemente, o governo socialista que tínhamos antes para afirmar que nada foi feito atempadamente contra o défice e a dívida. Portugal reagiu demasiado tarde à situação. Podíamos estar bem mais seguros neste momento se o outro “S” (Sócrates) não estivesse tão seguro ao poder. Mas isso é passado e, com ele, devemos aprender as lições para não repetir os mesmos erros.

Não estou iludida e não tenho dúvidas que o país está a atravessar um momento perigoso, difícil e decisivo. Infelizmente, o nosso Governo tem sido, desde sempre, inábil na comunicação, a “arma” que nos dias de hoje ganha e perde batalhas. Não explica, não convence, não motiva. Vamos ter um ano muito difícil, quer a nível de governação, quer a nível de população.

Portugal, mais do que nunca, precisa de nós todos para ser um país seguro para cada um que nele nasce, cresce, recebe educação, trabalha, envelhece e se reforma com dignidade. Mas não é com este Seguro que parece mais do que tudo querer segurar-se a um tacho que, apesar de parecer estar muito vazio, ainda tem gordura apetecível para todos os “Seguros” desta pobre pátria.

Abutres pairam no ar.

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