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Recebeu uma nova mensagem
Jan 29th, 2010 by M.J. Ferreira

Muitas vezes recebemos na nossa caixa de correio electrónico uma série de “apresentações” que nos oferecem conselhos, acções, advertências ou comportamentos, muitos deles com um agradável som de fundo.

Gosto de os receber. Principalmente, porque nos dias que correm, em que o computador tem sido um canal de comunicação de primeira importância, substituíndo telefonemas, cartas e cartões,  eles acabam por revelar, da parte do emissor, uma atitude de simpatia para connosco ao eleger-nos como um dos privilegiados para a recepção.

Somos livres de os “abrir”, de os “ler”, de os “reencaminhar” e até de os “apagar”. Frequentemente podem resultar no encorajamento que estávamos a precisar, na motivação que se encontrava distante, no sorriso a partilhar, nas lágrimas solidárias que a vivência ou a saudade colocam nas amizades.

Face ao que vivemos, com as notícias hoje a apontarem o desemprego no passado mês de Dezembro em 10,4%, com novas classes sociais a sublevarem-se nas ruas, com centros fulcrais da democracia em profundo estertor, é quase uma utopia, um projecto de vida que parece ilusório continuarmos optimistas face ao desânimo, de cara alegre face ao quotidiano, com esperança face à demagogia. Acredito que uma atitude da nossa parte solidária e atenta, que alente, que anime, que estimule, que apoie, que incuta coragem, pode fazer a diferença face à apatia, ao desânimo, à melancolia, ao cansaço, à ansiedade que grassam quantas vezes tão perto de nós.

Há muitas formas de ajudar. Nem sempre são as monetárias as mais adequadas, embora as nossas responsabilidades e os nossos sentimentos de partilha pelo sofrimento alheio não nos deixe descurar essa parte dentro das nossas possibilidades. Mas, penso, igualmente, que prestar auxílio a alguém pode passar por uma atitude pró-activa da nossa parte que provoque no outro uma acção perante determinada situação.

Voltando ao princípio, hoje recebi um mail que indicavam 13 passos para serem seguidos e que quero partilhar com cada um de vocês. São eles:

1) Por muito que lhe falem de tristeza… prossiga sorrindo!
2) Por muito que lhe demonstrem rancor… prossiga perdoando!
3) Por muito que lhe provoquem decepções… prossiga confiando!
4) Por muito que lhe ameacem com o fracasso… prossiga apostando na vitória!
5) Por mais que lhe apontem erros… prossiga avaliando e fazendo acertos!
6) Por mais que discursem sobre a ingratidão… prossiga ajudando!
7) Por mais que noticiem a miséria… prossiga crendo na prosperidade!
8 ) Por mais que lhe mostrem destruição… prossiga construindo!
9) Por mais que lhe acenem com doenças… prossiga vibrando saúde!
10) Por mais que exibam ignorância… prossiga exercitando a sua inteligência!
11) Por mais que o assustem com a velhice… prossiga sentindo-se jovem!
12) Por mais que plantem o mal… prossiga semeando o bem!
13) Por mais que contem mentiras… prossiga na verdade!

Por mais que usem da forma mais incorrecta o verbo amar, que cada um de nós aprenda a conjugá-lo devidamente e não tenhamos medo de o usar para exprimir os nossos sentimentos, os nossos pensamentos, as nossas acções e as nossas palavras.

Ser a diferença
Dec 28th, 2009 by M.J. Ferreira

Hoje de manhã nas habituais voltas de todos os dias, uma pessoa que conheço há muito tempo desejou-me, antes que não me visse mais durante esta semana, um bom ano. Palavra puxa palavra e o significado do seu desejo comportava apenas 363 dias porque ela não incluía a véspera e o dia de Natal. Esses dois dias eram, para ela, “sempre bons”.

No entanto, estes “sempre bons” não tinha um significado muito positivo. Estavam ligados a sentimentos que a levavam a considerar as pessoas hipócritas. Naqueles dois dias era tudo “bonzinho”, tudo cheio de “delicodoces” para depois, nos restantes dias do ano, se detestarem, não comunicarem entre si e se ignorarem.

Dei-lhe a minha perspectiva pessoal e desafiei-a a fazer a diferença. Não houve nada que a demovesse em relação à sua experiência pessoal frustrada em relação à família e ao seu significado. Nem o facto de ser mãe e poder ser um exemplo que alterasse a distância entre os valores que julga salutares e os que goram as suas expectativas e que vive diariamente a demoveram a agir proactivamente.

Uma família é um corpo composto por vários membros. Quando alguma coisa está mal num dos membros, o corpo vai ressentir-se e acaba por “adoecer”. Algo, em si, deteriora-se e necessita ser combatido rapidamente. Numa sociedade secular semelhante àquela em que vivemos, inseridos num contexto citadino, onde a pressão é enorme e a “luta” por um “lugar ao sol” – no emprego, nos transportes, nas contas por pagar, etc. – levam a um egoísmo desenfreado e a um exacerbado egocentrismo. Nessa peleja, o esforço dispensado acaba por fazer oposição às reais capacidades de cada um e permite valorizar aspectos perniciosos nos campos relacionais, emocionais e, até espirituais.

Muitas vezes é aplicada a técnica do “penso rápido” e ultrapassa-se sem grandes delongas as “coisinhas” que acontecem. A verdade é que não se supera coisa nenhuma e ficam por identificar e transpor os obstáculos. Antes, começa-se a amontoar uma série de outras “coisinhas” que se transforma num enorme “monte de lixo” e “ruídos” que toldam uma visão apropriada do que precisamos ter em conta e diminui drasticamente a auto-estima levando, muitas vezes, a situações de enorme tristeza e depressão. Uma fossa enorme é o resultado e, se não convenientemente preenchida, aborta o anseio por sermos a diferença num mundo que não compreendemos e, em muitas coisas, abominamos. Se a família é um corpo, para resolver as maleitas deste é preciso que todos os membros comuniquem honestamente entre si. É preciso que todos os membros sejam cúmplices no sentido do corpo crescer, amadurecer e ser um exemplo saudável que, mesmo face às dificuldades que sempre acontecem, não se deixa vencer pela apatia do silêncio, da culpa e da falta de tempo.

Deixou-me incomodada este encontro hoje de manhã. Como esta pessoa, quantas já não terão perdido a vontade de fazer a diferença, de semear no seio da sua própria família “sementes” que se possam desenvolver com os valores que da boca para fora ainda sussurram (esta pessoa diz-se cristã). Como esta pessoa, quantas não haverá vencidas pelo peso da própria impotência, o que as torna débeis demais para gritarem “não” àquilo que as rodeia. Como esta pessoa, quantas não haverá que já perderam a esperança e se encontram incapazes de perceber que os sonhos não são apenas castelos no ar; antes, estão ao alcance do nosso investimento, do nosso querer, das nossas capacidades enquanto pessoas inseridas numa família, numa comunidade.

Sendo esta pessoa uma pessoa que se diz cristã apelei igualmente ao seu sentido religioso mas até este se encontra bastante danificado face ao caos a que a sua existência chegou. São estas pessoas que diariamente se cruzam connosco que nos fazem exercitar o verbo “amar”. E tão mal tratado é este verbo entre nós. Muitas vezes. até com aqueles que nos são mais queridos, o trocamos pelo simples “gosto de ti”.

Muitas vezes, nas voltas e voltinhas que damos em cada dia, temos ao nosso alcance a possibilidade de sermos diferentes. Temos a possibilidade de amar, de estendermos a mão, de darmos um abraço. Essencialmente, temos a oportunidade de plantarmos sementes de ternura, de carinho, de solidariedade , afecto e bem-querer. Nem sempre estas sementes parecem ficar em terra firme. Não nos cabe a nós perceber que tipo de terra vão encontrar. Simplesmente, não podemos deixar de fazer a diferença, nem podemos deixar que a inactividade e o marasmo com que deparamos nos impeça de SER, de PERTENCER, de VIVER, de PARTILHAR e de AMAR.

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