Nov 2nd, 2009 by M.J. Ferreira
O art. 13º da nossa Constituição da República (Princípio de Igualdade) diz-nos que todos os cidadãos, independentemente da sua ascendência, raça, cor, sexo, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideologias, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual, têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei, não podendo ser privilegiados, beneficiados, prejudicados ou privados de qualquer direito ou isentos de qualquer dever e responsabilidade.
Pelo que compreendo deste 13º artigo, considero humildemente que “Teologizar”, isto é, pensar ou divagar sobre questões teológicas relacionando-as com o contexto em que me insiro, tem um espaço de direito próprio no meu blogue.
Cristã protestante por devoção e por opção, a formação académica na área da Teologia Bíblica surgiu naturalmente e faz parte da minha jornada diária a caminho do que chamo a Terra Prometida – uma eternidade com Deus.
Contudo, aquilo que sou, aquilo que acredito e aquilo que são as minhas convicções, tendo em conta o Princípio de Igualdade, não me dá o direito de impor as minhas crenças a ninguém mas, antes, de as partilhar. Não me dá o direito de atacar, seja quais forem os métodos a utilizar, quem quer que seja que pense ou aja diferente de mim própria mas, antes, de viver o meu dia a dia sendo uma testemunha fiel do que tenho como certo, face àquilo que cada dia me apresenta e me revela.
Vivemos num país de grande diversidade: cultural, religiosa, social, política… Um pluralismo que não deve significar para os diversos intervenientes perda de identidade, de convicções ou valores, mas antes a oportunidade para nas diversas semelhanças encontrar as formas de ultrapassar as diferenças e, no meio das dificuldades, encontrar oportunidades. É assim que, acredito, somos estimulados a com coragem e determinação servir o país à luz dos desafios que se nos deparam. Para além disso, em especial para os cristãos, servir o país implica igualmente servir à luz dos desafios que encontramos em Deus e na Sua Palavra, sem o comprometimento destes.
Em tempos de mundial de futebol onde a equipa das quinas disputa o direito de participar, eu acredito sinceramente que em Portugal os cristãos, a equipa do povo de Deus, têm o direito de disputar o seu lugar e contribuir de forma pró-activa para a sociedade em que se inserem. Como cristãos já temos selecção! E como selecção fazemos parte de uma equipa imbatível, a equipa de Deus Pai. Temos o melhor treinador do mundo capaz de dar a sua vida pelo jogador mais rebelde e que em tudo nos deu o exemplo e o ensino para as jogadas mais fantásticas: o próprio Senhor Jesus. Para além disso, temos o melhor preparador físico, o Espírito Santo que nos transforma e renova a cada instante.
Na Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) eu vejo a resposta que tantas vezes esquecemos para os desafios do nosso século: no meio da diversidade, a unidade e a comunhão.