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Fazer parte da solução
March 2nd, 2010 by M.J. Ferreira

Ouvi ontem uma notícia fantástica. No dia 20 de Março são esperados 50.000 voluntários para “Limpar Portugal”, sendo que um deles, ao que parece, será o próprio Presidente da República. A organização do evento partiu de um grupo de amigos que decidiu pôr em marcha um movimento cívico a exemplo do que aconteceu na Estónia em 2008. Pretendem no próximo dia 20 de Março fazer algo de essencial por todos nós, por Portugal, pelo planeta, e pelo futuro das crianças. Por um dia, este grupo de pessoas e todos os voluntários (individuais ou empresas) querem  fazer parte da solução deixando de ser parte do problema, uma vez que Portugal é um  país repleto de belas paisagens que todos os dias são invadidas por lixo que aí é ilegalmente depositado.

Projecto válido, sem dúvida. Eu é que tenho um pequeno problema com este tipo de iniciativas que se dedica a um dia de árduo trabalho, válido com certeza, mas insuficiente. Portugal tem lixo por todo o lado, é verdade. Não é apenas nas matas, nas florestas, nas praias; está um pouco por todo o lado e é muito frequente ver-se pessoas, em qualquer lugar, a deitar a “beata” para o chão ou amarrotar o papelinho à laia de berlinde. Muitas vezes tropeçamos nas matérias viscosas expelidas pela boca depois dos esforços de expectoração e fazemos autênticas gincanas para não pisar o cocó dos cãezinhos que os donos se esqueceram de apanhar. Isto para não falar das praias onde brincar na areia pode ser uma caça ao tesouro ou o estado em que fica um local onde aconteceu uma grande aglomeração de pessoas.

Este é um problema real e fazer parte da solução passa pela educação de todos e de cada um desde a mais tenra idade. Começa no lar, onde mais que as palavras, contam os exemplos. Continuam na escola e este tipo de projectos já o desenvolvi no passado com crianças durante um período escolar. Esta educação tem que ser um hábito adquirido a fazer parte do nosso comportamento e atitudes em todas as situações que vivemos no dia a dia. Fazer parte da solução por um dia é divertido mas não é suficiente.

Pessoalmente, eu defendo que este tipo de actividades, que de alguma maneira envolvem voluntariado, devia ser promovido pelo próprio Estado e devia englobar, de forma obrigatória, todos aqueles que estão a receber qualquer tipo de subsídios sociais. Se por um lado, a sociedade em geral os ajuda, por outro, eles deviam manter-se ocupados devolvendo à sociedade a ajuda que lhes é proporcionada, em vez de se manterem ocupados com “biscates”, negócios de feira, depressões, etc.

Limpar Portugal? Sim. Fazer parte da solução e não do problema? Sim.
Educação, Hábito, Atitude, Uso dos préstimos de todos os socialmente ajudados. Eis a solução para o futuro onde todos os dias são “dia de”.



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