»
S
I
D
E
B
A
R
«
O silêncio de mim
August 21st, 2014 by M.J. Ferreira

“A contemplação não é uma sabedoria onde nos instalamos: é antes uma forma de exposição desarmada do olhar, uma colocação sem reservas, uma aprendizagem sempre a ser refeita, um despojaremos dos porquês” (Pd. Tolentino de Mendonça)

Despertou o meu interesse este pedaço de uma crónica escrita num conhecido semanário onde o autor apresenta a sua visão sobre a contemplação.
Desde os tempos da faculdade de Teologia, a contemplação passou a ser uma espécie de disciplina diária no meu quotidiano. Com ela aprendi, e ainda aprendo, a despojar-me dos meus preconceitos e ideias pré-concebidas sobre variados assuntos, a esvaziar-me de mim e a, completamente “desarmada”, perceber que mais importante que as perguntas que tantas vezes não sei fazer, as respostas existem sem que o caos as baralhe nas cartas que os sentidos nos apresentam.
“Esvaziar-me” para ficar cheia. “Dar-me” para humildemente receber as ofertas do Criador. Saciar-me com o infinito da Sua paz, aquela que excede todo o entendimento.
A contemplação consegue transmitir-me uma forma tão inebriante quanto doce e gulosa de conhecimento(s), possível(eis) apenas no/e com o silêncio de mim, que o ruído repetitivo e/ou estridente de todos os dias inibe ou faz fracassar.
Completa a meditação de forma harmoniosa e, no corre-corre das vidas que levamos, a consciência da necessidade de momentos contemplativos e a entrega aos mesmos (nem que seja por breves instantes) dá-nos a energia, a força, a esperança para esta peregrinação a que chamamos vida.

Como diz um provérbio aborígene “somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. O nosso objectivo é observar, crescer , amar… Depois, vamos para casa. ”

IMG_0752.JPG


Leave a Reply

»  Substance: WordPress   »  Style: Ahren Ahimsa