Amanhã é feriado. Um dos que mais me marcava na minha infância ou não fosse o dia em que se homenageavam centenas de homens que tinham perdido a vida ou ficado gravemente feridos na guerra que mantínhamos em África. Dia 10 de Junho era o Dia da Raça, o Dia de Portugal e tudo nele exultava ao orgulho na Pátria. Apesar da minha pouca idade, emocionavam-me os desfiles militares, a entrega de medalhas aos familiares – muitos filhos, crianças mais jovens que eu – toda a pompa e circunstância que os heróis que não o escolheram ser mereciam naquele dia. Recordo sempre também o ultimo sarau de ginástica infantil organizado pela Mocidade Portuguesa e com a presença de muitos estabelecimentos de ensino que ocorreu no Estádio Nacional em 1973 e de que fiz parte. Amanhã é feriado. Por conotações negativas com o passado, a Raça deixou de existir e fala-se mais em Camões e nas Comunidades Portuguesas. Pessoalmente, quando nos envergonhamos do passado e o tentamos retirar do nosso quotidiano, dificilmente viveremos o presente com a sabedoria necessária para encarar o futuro com esperança e determinação. Enquanto eu viver, as minhas memórias passarão em família para as gerações mais novas porque essa era a história dos seus avós e dos avós dos seus avós. Não eram perfeitos mas estamos muito longe da perfeição na sociedade livre que hoje habitamos.
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