A minha opinião vale o que vale. Mas gosto de pensar pela minha cabeça e ter opinião. Quem me conhece sabe que tenho simpatia pelo CDS-PP de Paulo Portas. Mais de uma vez opinei que este Governo sem o CDS seria uma desgraça em termos de liderança e de medidas que salvaguardassem o mínimo de respeito pelos esforços que estamos a fazer em prole da saída da troika de Portugal. Escrevi há dias que percebia a recente atitude pessoal de Paulo Portas de dizer basta a Passos Coelho pelo que não me surpreendeu absolutamente nada que, no rescaldo, não só PP, como o partido a que preside, saíssem com mais força política no seio da coligação que sustenta o Governo. Não sei o que o Presidente da Republica irá decidir. Não tem muitas alternativas. À esquerda não há qualquer garantia de estabilidade e eleições para se manter o centro-direita é um desperdício de tempo e dinheiro. Eventualmente uma posição de força da sua parte com a negociação de nomes da sua confiança que lhe dessem garantias de estabilidade é um risco que não quer correr, pelo que, não prevejo nada de especial que não seja a “formula” que Passos Coelho mencionou na passada semana para ser conseguida a estabilidade governativa. Nos diversos “entretantos” a vida continua. Tenho esperança no nome apontado à pasta da Economia : Pires de Lima mas, a ser verdade o que hoje é publicado no Correio da Manhã de que Maria Luis, a nova Ministra das Finanças, foi uma imposição troikiana à demissão de Vítor Gaspar, penso que Passos Coelho tem os seus dias contados como líder, cuja liderança cada vez levanta mais dúvidas. Com a promoção de Paulo Portas e as conhecidas discordâncias que o CDS tem em relação às políticas de má austeridade impostas pela troika , bem como, tendo em conta a forma como pessoalmente reagiu Portas à nomeação de Maria Luis, nada poderá voltar a ser o mesmo. A troika vai ter Portas a bater o pé e Maria Luis de mãos atadas para fazer a vontade a alguma Europa. O que tudo isto vai dar não sei. Certamente o Presidente da Republica terá receios semelhantes. No entanto e apesar de tudo, duma coisa estou mais confiante. Se for Paulo Portas a negociar com a troika acredito mais na defesa da nossa soberania. No entanto temo pelo possível choque com a Ministra das Finanças. Até porque ainda resta (ainda que remotamente) a possibilidade de Paulo Portas não se rebaixar às vontades alemãs e tentar sair por cima com o CDS a dizer não a mais austeridade antes das próximas legislativas. Não queria estar no papel de Cavaco Silva. Na sua decisão está o nosso futuro imediato. Fazer sacrifícios não pode ser algo que não seja recompensado. Ainda muito nos será pedido. Ao darmos o melhor de nós próprios, merecemos o melhor dos homens e mulheres que nos governam.
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